A Argentina não é mais um país sério. E como sempre o Brasil segue atrás.
Gerhard Erich
Boehme
Duas frases devem merecer destaque dos
brasileiros, de nossos políticos em especial, elas são importantes no momento
atual, pois o rumo que toma a economia brasileira mais uma vez parece ser o
mesmo da Argentina, o “Efeito Orloff” faz sentido. E esta questão é fundamental
para que o brasileiro possa escolher o novo presidente que irá nos representar
em Brasília e colocar o Brasil no rumo certo.
“Enquanto a Argentina sonha com um passado
que não volta, o Brasil sonha com um futuro que não chega”. (Roberto Macedo,
ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e atual assessor
da diretoria da Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado –
FAAP).
Mas como surgiu esta questão do “Efeito
Orloff”? Bem foi simples, bastou especialistas no campo da economia, sociologia
política, antropologia e principalmente administração realizarem uma comparação
entre o a história da Argentina e a do Brasil, o que se viu é que os efeitos de
ações demagógicas - e aqui é importante conhecer o verdadeiro significado da
palavra - acabaram produzindo entre nós, um país pobre, ao contrário da
Argentina que já foi rica com povo rico, acabaram produzindo efeitos
devastadores.
As similaridades são impressionantes, o
que nos faz acreditar que há de fato sucesso na chamada “engenharia social”. Ou
melhor, fracasso, considerando seus efeitos.
Quem gosta de publicidade há que entender
também duas campanhas de um dos mais criativos publicitários brasileiros. Cito
Jaques Lewkowicz(@jaqueslewkowicz). Das suas campanhas mais famosas,
destacam-se a dos cigarros Vila Rica, em que o jogador da Copa de 70 Gérson
aparecia perguntando: "Gosto de levar vantagem em tudo, certo?". Até
hoje a campanha é lembrada pela população e se tornou sinônimo de malandragem
(a chamada Lei de Gérson), a qual parodiei no texto: 1. Das Kapital: A história
de Gersohn e sua lei e como Karl Marx fica comovido em Brasília.
Posteriormente, Lewkowicz explicou que esse título seria "uma metáfora de
todo tipo de falcatrua e malandragem, e passou a exprimir uma crítica social
muito forte".
Outra campanha famosa foi a que trazia o
chamado Efeito Orloff: "Eu sou você amanhã", em que alertava o
consumidor sobre a importância de escolher certo a sua bebida e evitar a
ressaca do dia seguinte. Assim passamos a entender a Argentina e o Brasil. O
problema é que temos políticos que se destacaram, e se destaca ainda, no
cenário internacional pelas cachaças que toma, que deixaram os brasileiros com
dor de cabeça.
Mas na Argentina não foi só fracasso, eles
tiveram um momento da história em que o ministro Álvaro Carlos Alsogaray
conseguiu recuperar a economia.
Este caso de sucesso merece de nós todos a
reflexão, até para que possamos influenciar os dois principais economistas que
estão no comando da nossa nação, sem rumo por certo: a economista Dilma
Rousseff e o navegador genovês, Guido Mantega, pelos mais simples e pagadores
de impostos conhecido como “Guia do Manteiga”, um ilusionista que tenta se
sustentar segurando nos próprios suspensórios, quando acredita que o Estado
possa aquecer a economia, desconsiderando o trabalho de mais de 90 milhões de
brasileiros na iniciativa privada dando duro e pagando impostos. E se
conhecemos um pouco de física, podemos ver que ele conduz a economia do Brasil
como se fosse possível criar um moto continuum.
Temos o Ministro Mantega que teima em
desafiar a física, quer nos impor o moto perpetuum de primeira espécie, ou
tentar se suspender segurando pelos próprios suspensórios, falsificando dados e
instrumentalizando estatais ou montando seu moto perpetuum keynesiano. Já
tivemos o Professor Dr. Márcio Pochmann, quando no IPEA - Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada, que é uma fundação pública federal vinculada à Secretaria
de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, tentando nos impor o
entendimento de que o setor público é muito mais eficiente que o privado, o fez
sem se questionar que este é que sustenta aquele, e muito menos teceu
comparações quanto a eficácia. Há uma diferença enorme entre ser eficiente e
ser eficaz, isso precisa ser explicado aos economistas governamentais.
Se fizermos uma comparação, o Professor
Dr. Márcio Pochmann estava mais para um moto-contínuo de segunda espécie, que é
uma máquina de movimento perpétuo que viola a Segunda Lei da Termodinâmica,
tendo um rendimento de 100%. Pois ele não se deu conta de que quem sustenta o
Estado é o cidadão, principalmente e majoritariamente o cidadão que está na
iniciativa privada,lá empreendendo, criando e inovando, trabalhando, etc. etc.,
usw. e assim por diante, quanto ao mais, de resto, e os restantes, e outras
coisas mais,… E pagando impostos, impostos abusivos. E pagando muitos impostos.
Hoje, para quem conhece a história do Brasil, são hoje 2/5 (dois quintos) dos infernos.
O Professor Dr. Stephen Kanitz,
nacionalmente conhecido como colunista em importantes jornais e revistas de
circulação nacional, em um de seus artigos, nos alertava para a causa da má
gestão pública, em seu artigo “Faltam Engenheiros no Governo” deixou claro
sobre o perigo dos chamados economistas governamentais, isso porque ele não
sabia que teríamos como candidata Dilma Rousseff, uma fiel representante,
principalmente pelo fato de falarem na mesma frequência dos políticos. As
experiências anteriores, em outros países, se mostraram fracassadas.
Economistas governamentais, ainda dominam
o cenário político-econômico no Brasil, infelizmente. E qual a razão? - São
verbais.
São verbais, pois falam na mesma
frequência dos políticos e são, por isso, seus principais assessores. Empolgam
os políticos pelo discurso e pela visão utópica de que podem consertar o mundo
de cima para baixo. Eles encantam a todos que gostam da centralização excessiva
do Estado, foi assim com os trabalhistas brasileiros antes de 1964, depois com
os militares, principalmente depois da revolução dentro da revolução em 1967,
quando os militares perderam o rumo e de fato nos impuseram um regime de
exceção. Encantaram o hoje dono do Brasil, o Sr. José Ribamar Ferreira de
Araújo Costa, quando caiu no posto da presidência, até chegar ao dono da consciência
dos brasileiros, o Sr. Luís Inácio da Silva e sua terceirizada Dilma Vana
Rousseff (Linhares).
Kanitz comentou que os economistas
governamentais têm uma visão lírica como a de um poeta, e foi justamente na gestão
de um presidente-poeta que os economistas governamentais mais influência
tiveram. A bem da verdade, os economistas governamentais erram em seus planos
não por sadismo, nem por ignorância, mas por incapacidade genética. São pessoas
verbais que dão ênfase ao efeito, não se dão conta que devemos atuar nas
causas. Um bom exemplo é a distribuição de renda, optam por fazê-la com prioridade,
mas não privilegiam o que de fato concorre para a geração de emprego, riqueza e
renda, como a educação fundamental e a liberdade individual e a liberdade
econômica, em especial quanto ao entendimento do que é e deve ser um serviço
público. Mas deixo a sugestão, que espero que a divulgue:
“Bens e serviços públicos têm como
característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que
pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de
restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável: o privilégio
ou benefício dado aos portadores de deficiência física ou mental, incluindo as
advindas com a idade ou aquelas resultantes de sequelas de acidentes ou fruto
da
violência.” (Gerhard Erich Boehme)
Necessitamos de bons economistas, assim
como engenheiros, e administradores no governo, e não podemos mais aceitar os
que iludem, como Mantega ou que se deixam iludir, como boa parte do povo
brasileiro que acredita em sucessivas mentiras.
Mas o que ocorreu na Argentina que merece
destaque para eles atualmente e para nós, se não quisermos enveredar mais uma
vez para o fracasso, seguindo os passos da Argentina, que segue os passos da
Venezuela.
Ocorreu na Argentina durante o governo de
Arturo Frondizi Ercoli, com seu Ministro da Economia Álvaro Carlos Alsogaray,
que conseguiu em 22 meses reverter uma situação calamitosa legada pelo primeiro
governo de Juan Domingo Perón. Acabou com a inflação (os índices de preço
permaneceram constantes nos últimos três meses de sua gestão), ao mesmo tempo
em que liberou a economia concedendo ampla liberdade para que o mercado estabelecesse
os preços, os salários, a taxa de câmbio, as exportações e as importações. No
mesmo período, as reservas argentinas, que haviam sido dilapidadas, atingiram
em valores de hoje o equivalente a quase cinco bilhões de dólares. Nesse
período registrou-se a maior taxa de investimento em muitas décadas e, no ano
de 1960, o peso argentino foi qualificado pelo Comitê Lombard de Londres como
“a moeda estrela do ano”.
Vale lembrar, em especial a Presidenta
Dilma e os demais candidatos a presidência, que em seu governo foi sancionada
uma nova lei sindical, uma reforma trabalhista no ponto certo. A produção de
petróleo triplicou, obtendo-se a autossuficiência argentina do produto. Grandes
projetos de hidroeletricidade foram iniciados, além da construção de uma
extensa rede de rodovias. A indústria de base foi impulsionada, com
investimentos em petroquímica, siderurgia, implemento de técnicas agrícolas e
expansão de escolas de educação técnica. Assim, a Argentina iniciou uma década (1963-1974)
em que apresentou uma das mais altas taxas de crescimento do mundo, além de
praticamente erradicar a pobreza
(Gerchunoff,309).
Com Perón, e suas mulheres, e Kirchner, e
sua viúva, ela retornou com força total. Assim como a corrupção e a violência.
E o Brasil sofre o “Efeito Orloff”.
A cada escândalo envolvendo a corrupção de
nossos políticos e gestores públicos - que raramente se limita a este ou àquele
partido, ou a este ou àquele político - temos que reconhecer a afirmativa que
foi atribuída ao General de Gaulle, pois faz sentido:
"O Brasil não é um país sério".
(Charles André Joseph Pierre-Marie de Gaulle)
"O Brasil é um país que não deve ser
levado a sério." - A frase atribuída ao general francês, mas de origem
negada por historiadores. Eles dizem que a frase é do embaixador brasileiro na
França, Carlos Alves de Souza, dita ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na
época correspondente do "Jornal do Brasil" em Paris. Depois de
discutir com de Gaulle a "guerra da lagosta", em 1962, quando barcos
franceses pescavam o crustáceo na costa brasileira, Souza relatou a Edgar o
encontro dizendo-lhe que falaram sobre o samba carnavalesco "A lagosta é
nossa", das caricaturas que faziam dele (de Gaulle), terminando a conversa
assim: "Edgar, le Brésil n'est pas un pays sérieux". O jornalista mandou
o despacho para o jornal e a frase acabou outorgada a de Gaulle.
Mas esta frase é verídica:
"No Brasil, ninguém tem a obrigação
de ser normal. Se fosse só isso, estaria bem. Esse é o Brasil tolerante,
bonachão, que prefere o desleixo moral ao risco da severidade injusta. Mas há
no fundo dele um Brasil temível, o Brasil do caos obrigatório, que rejeita a
ordem, a clareza e a verdade como se fossem pecados capitais. O Brasil onde ser
normal não é só desnecessário: é proibido. O Brasil onde você pode dizer que
dois mais dois são cinco, sete ou nove e meio, mas, se diz que são quatro,
sente nos olhares em torno o fogo do rancor ou o gelo do desprezo. Sobretudo se
insiste que pode provar”. (Andrei Gabriel Plesu - Filósofo, ensaísta, jornalista,
escritor, crítico de artes e político romeno. Foi Ministro da Cultura e das
Relações Exteriores da Romênia)
Ainda comentando algumas frases temos a
realidade brasileira interpretada pela síntese feita pelo Sr. Eugênio José
Alati, a qual é fruto do clientelismo político, do “republicano” capitalismo de
comparsas, comandado pelo dono do Brasil, o Sr. José Ribamar Ferreira de Araújo
Costa, e do “democrático” socialismo de comparsas, liderado pelo dono da
consciência dos brasileiros, o Sr. Luís Inácio Lula da Silva. De um lado sem
compromisso com a liberdade, com o livre-mercado, e de outro sem compromisso
com o público, com o que é e deveria ser público, e sem o entendimento do que é
democracia, pois o que temos é a oclocracia.
E fica a pergunta: Qual a sua opção:
Democracia ou oclocracia?
"Na realidade brasileira, surgiu uma
ruptura entre os que governam e os que são governados; dissolveu-se o elo entre
os que detêm o poder e aqueles de onde emana o poder; em resumo, os que estão
em cima já não representam os que estão em baixo! Na verdade, a atual classe
política se apossou do Estado e o transformou num consórcio dela, dirigido por
ela e para ela mesma! Assim, como esperar que a atual classe política resolva
os problemas pelos quais é a responsável? Então, é necessário revelar novas
lideranças para que resolvam os problemas! É necessário substituir a diretoria,
‘mexer o doce’, porque a atual classe política acomodou-se em seus cargos e
mordomias!" (Eugênio José Alati)
Mas devemos sempre temer o “Efeito
Orloff”.
Dois modelos econômicos merecem destaque
na América Latina, de um lado os países que formam um bloco hegemônico,
liderado pela Venezuela, e de outro Chile e de certo modo, seguindo este
modelo, o Uruguai e a Costa Rica. Um bloco hegemônico que procura implantar na
América Latina algo próximo ao domínio do mal observado no Século XX, agora com
a balda do “Socialismo do Século XXI”, em vermelho:
Não é sem razão que o Brasil lidera o
número de empresas com déficit crescente, onde temos 20 das 30 maiores perdas
nos dois últimos anos, temos entre as empresas mais lucrativas aquelas que são
exploradoras de commodities ou formadas pelos principais bancos que operam no
Brasil.
Infelizmente não nos damos conta das
escolhas erradas dos brasileiros. Entre as que exploram commodities temos a
PETROBRAS, mas esta não é referencial, dificilmente irá quebrar, pois há
artificialismo que penalizam o consumidor e o contribuinte. Não é o mercado que
avalia sua competência ou a permite operar no mercado, o consumidor não tem
opção de escolha, quando muito acredita que há a escolha da bandeira ou tenha a
opção pelo etanol, Diesel ou GNV.
Quem determina a escolha é o dirigismo
estatal, uma herança que conjuga o que há de pior na nossa história, o
oportunismo e a defesa de privilégios, assegurada pelos Marechais Manuel
Deodoro da Fonseca e Floriano Vieira Peixoto – que nos legaram o pior período
de exceção, a maior diáspora – inclusive a de nossa Família Imperial, o maior
número de mortes em conflitos internos e a perda do rumo da liberdade que
somente nomes com o engenheiro e intelectual André Pinto Rebouças. O jurista
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, o engenheiro Alfred d’Escragnolle
Taunay, o Visconde Taunay e o farmacêutico e jornalista José Carlos do
Patrocínio nos asseguraram durante o II Império - e o “nacionalismo” de Getúlio
Dorneles Vargas, Ernesto Geisel e Lulla, mas não se limita a eles.
E é sempre necessário sabermos diferenciar
nacionalismo de patriotismo, isso deve ser feito por todos, para que não se
deixem iludir, como foi feito com o povo alemão nos anos 30 e 40 do Século
passado. Assim como é importante sabermos diferenciar o que de fato nos poderia
levar à verdadeira riqueza das nações.
“Sem liberdade individual não pode haver
civilização nem sólida riqueza; não pode haver moralidade e justiça; e sem
essas filhas do céu, não há nem pode haver brio, força e poder entre as nações”.
Seguindo este modelo, que os escritores
Plinio Mendoza, Carlos Alberto Montaner e Álvaro Vargas Llosa muito bem descreveram
em seus dois best-sellers, o Brasil está a apresentar tudo o que há de ruim,
mas pautados pelo populismo e no Clientelismo político, já tivemos o “Reizinho”
personagem principal do clássico infanto-juvenil de Luiz Pazos, o livro de leitura
obrigatória para nossas crianças: O Reizinho Populista. Até para que entendam
porque uma nação com 40 ministérios não pode dar certo. Agora assistimos uma
administração indecisa, muitas vezes voltada para administrar pelo espelho
retrovisor, sem contar que não inova, não cria, segue o mais do mesmo, mas
agora a conjuntura internacional não nos é mais favorável, agora as mentiras
são facilmente observadas. O grave é que retrocedemos a um patamar de
industrialização similar ao que o Brasil ocupava nos anos 50, obviamente
considerando o PIB da época.
O que nos consola é olharmos para a
Argentina e para Venezuela e vermos situações piores que a nossa e que para
muitos ainda serve de referencial, não se dão conta que a doutrinação não os
fazem pensar e utilizarem indicadores reais.
O Chile continua a liderar os indicadores
de liberdade e outros tantos indicadores sociais e baixos índices de corrupção,
mas estes não nos servem de referenciais. Optamos pela Vodka Orloff. Nossos
economistas governamentais acreditam que a Argentina ainda nos sirva de
referencial.
Aplaudimos quando Cristina Elisabet
Fernández de Kirchner busca reviver a questão das Falkland Islands, atropelando
a determinação do povo que colonizou aquelas Ilhas. A Argentina mostra com isso
que vive de seu passado, no caso das “Malvinas” do período que teve certo domínio,
isso de 1820 a 1833. Nem antes e nem depois soube colonizar e estender seu
domínio sobre elas.
Agora o destaque é pela cobiça, repetindo
os erros do General Leopoldo Fortunato Galtieri Castelli e Jorge Rafael Videla
Redondo, com sua pretensão sobre territórios chilenos, com os quais os
argentinos também empreenderam sua guerra pela soberania sobre três ilhas no
Canal de Beagle (Ilhas Picton, Lennox e Nueva).
Felizmente o que separa o Brasil da
Argentina são os rios Paraná e Uruguai e estes limites foram consolidados por
D. Pedro II, Duque de Caxias e pelo Barão do Rio Branco.
E o mais triste é que temos no Brasil
segmentos de nossa sociedade que não reconhecem a autodeterminação dos povos,
no caso dos kelpers, e desconsideram a história.
Mas a disputa atual é pelo petróleo, pois
desde a descoberta em 1998, os recursos petroleiros ampliaram as tensões entre
o Reino Unido e a Argentina. A questão com a guerra com o Chile também envolvia
o petróleo, assim como as reservas de urânio.
Há 30 anos, o escritor argentino Jorge
Luis Borges, horrorizado com a guerra entre os dois países pela posse do
arquipélago, a comparou à disputa "entre dois calvos por um pente".
Hoje operam na prospecção cinco empresas
encabeçadas por Rockhopper e Desire Petroleum, contudo, apenas Rockhopper
conseguiu identificar até o momento uma reserva de hidrocarboneto
significativa, no campo de Sea Lion, na bacia norte do arquipélago. A companhia
espera começar o desenvolvimento este ano para iniciar exploração comercial a
partir de 2016.
Segundo a Edison Investment Research a
previsão de produção em Sea Lion se aproxima em tamanho do maior campo do mar
do Norte, já que podem encontrar reservas de quase 8 bilhões de barris nessa
zona. Para efeito de comparação, as reservas comprovadas do Reino Unido
(essencialmente no mar do Norte), são atualmente de 3 bilhões de barris. E
partindo da estimativa de 8,3 bilhões de barris, os recursos petroleiros podem
gerar 180 bilhões de dólares em impostos ao governo local durante toda a
exploração.
É de olho nesta riqueza que os argentinos
estão de olho, o que caracteriza e motiva a esquerda local. São desejosos em
repetir algo parecido com o que foi feito com a PETROBRAS pelo dono do Brasil,
o Sr. José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, que através de seu proposto se
apoderou de nosso petróleo e também estende o seu domínio do Maranhão ao
Ministério de Minas e Energia.
Se o Brasil caminha a passos lentos, os
argentinos contam com vários setores da sociedade que de fato tentam destruir o
país pelo menos desde os anos de 1940 (e ainda não conseguiram), inclinação
suicida que entrou em ritmo frenético nos anos de Carlos Menem (1989-99) e nos
dois seguintes. No campo político a melhor definição é o colapso, a Argentina
não se recuperou até hoje. E lá a oposição é ainda mais escassa que no Brasil.
O personalismo extremado, dramático e de estilo populista sobrevive forte e isso
em um país mais instruído que o Brasil.
Reestatizar a YPF se mostrou
contraproducente. Não fizeram a pergunta: De onde vai sair o dinheiro do
investimento? Acaso será o modelo brasileiro que lhes irá servir de
referencial, assim asfixiando a iniciativa privada, matando a galinha dos ovos de
ouro?
Os argentinos amargam hoje uma inflação
superior a 25% ao ano, e este é o melhor processo que se tem para penalizar os
mais pobres, pois o imposto inflacionário lhes é cruel, já que as populações de
baixa renda não têm como se defender dele. E o que é pior, retira delas a
previsibilidade, que é a única alternativa para os colocarem no mercado.
Este era o caso do Brasil, bastou
reduzi-lo a níveis aceitáveis que o resultado logo apareceu, com a
previsibilidade foi possível o consumo a longo prazo, o que levou no Brasil ao
sucesso do varejo. Foi o caso no Brasil, muito embora seja dito o contrário.
"Só uma verdadeira e bem urdida
Sociedade do Privilégio consegue o prodígio de alijar a Economia de Mercado do
sistema político-partidário e nos impor candidatos a desancar o que chamam de
"o modelo neoliberal", cada qual propondo, em diferentes vestimentas,
a extensão de novos privilégios e o crescimento do Estado." (Gustavo
Franco é economista da PUC-RJ e ex-presidente do Banco Central gfranco@palavra.com
- www.gfranco.com.br).
E o Chile, qual será a razão de não nos
servir de referencial? Seguramente deve ser porque não sabemos fazer uso de
importantes indicadores, mas isso seria pedir demais aos nossos economistas governamentais,
estes são merecedores das críticas de Stephen Kanitz.
Muito menos levam em consideração o
princípio da subsidiariedade, eles não acreditam que cidadão tenha a capacidade
de decisão. Ainda mais por ser ela muitas vezes racional.
Os economistas governamentais, com Dilma
Vana, Mantega, ou Pochmann, tendem a ser românticos e de esquerda, a acreditar
na autoridade da palavra e nas soluções de cima para baixo. Os trabalhistas
também o foram, assim como os militares, principalmente após 1969, ou depois de
1969. Os socialistas também o são, tanto os internacional-socialistas, quanto
os nacional-socialistas, com seus infindáveis discursos, ou como os
nacional-socialistas ou PTistas da
atualidade, com a vocação para o palanque.
O Professor Kanitz conclui em seu artigo:
“Apesar de desprovidos das capacidades necessárias para comandar uma economia,
dominam nossas vidas.” O Ministro Guido Mantega é um exemplo clássico, pois
busca subsidiar com estudos ideológicos a busca por mais e mais centralização. Vale a pena ler “Consumerism Is
Keynesianism,” Freeman Online, December 9,2010.
Neste sentido necessitamos receber dos
economistas governamentais as respostas a cinco perguntas básicas:
a.
Quais são as tarefas autênticas do Estado para que ele possa ser eficaz nos
seus resultados?
b.
Em que nível, federal, estadual ou municipal, devem ser realizado? E qual
é o papel de cada poder?
c.
Como controlar os gastos estatais e impedir que eles se expandam continuamente
e que os recursos que deveriam ser destinados aos bens e serviços públicos não
sejam retirados ou desviados por políticos e sindicalistas?
d.
De onde são retirados estes recursos para que o Estado venha a cumprir seu
papel?
e.
E o Estado será mais eficiente e eficaz que a iniciativa privada na alocação
destes recursos?
“O Estado não deve, de forma alguma, fazer
aquilo que os cidadãos também não possam fazer. Isso é autoritarismo puro. Ao
contrário, só se pode atribuir ao Estado tarefas que os próprios cidadãos
possam cumprir, mas que não é desejável que as cumpram sozinhos (seja porque
isso sairia muito caro, seja porque não teriam forças para executá-las²). O
Estado nada mais é do que o resultado da transferência de poder dos indivíduos
para uma entidade que os represente em suas próprias ações. E ninguém pode
transferir o que não tem.” (Marli Nogueira)
Bem, os indicadores estão disponíveis,
estes nos permitem relacionar a liberdade com os demais indicadores sociais:
1. "Index of Economic Freedom World
Rankings" The Heritage Foundation.
2. "Economic Freedom of the World:
Annual Report" do The Cato Institute.
3. "Economic Freedom of the World:
Annual Report" do Fraser Institute.
A correlação é simples, os países mais
livres são também os mais desenvolvidos e com melhor qualidade de vida, com
melhores resultados sociais e ambientais.
Eu fico impressionado com a realidade
Argentina e como o Partido Justicialista (Peronista) destruiu o desenvolvimento
argentino. E pelas notícias, continua a destruir. A Argentina é um exemplo
claro de como a sua “ideologia” leva uma nação à miséria e como torna o povo
dependente dos que estão no poder. É por isso que ela nos tem servido de
referencial. Lá foram incubadas as “melhores” práticas de um dirigismo estatal,
felizmente os nossos militares não enveredaram pelo mesmo caminho dos
argentinos.
No livro "A crise Argentina: os
sofrimentos de Carmencita" encontramos bons argumentos.
Este livro nos apresenta como a Argentina
foi levada para a miséria, isso depois de 70 anos de rápido e notável
crescimento, entre 1860 e 1930. Vieram então 70 anos de estagnação e caos. O
país, que no início do século XX era mais rico do que a França, a Itália e a
Suécia, é agora um país falido. E a "presidenta" Kirchner somente dá
continuidade à demagogia.
Essa transformação inacreditável nunca
poderia ter ocorrido sem Juan e Eva Perón, mais todos os erros cometidos pelo
populismo, sindicalismo, nacionalismo, protecionismo e governos cada vez mais
corruptos. Após décadas de disputas distributivas destrutivas, inflação
galopante, escândalos políticos sem comparação e reformas fracassadas, a
Argentina está atualmente numa encruzilhada dramática.
O livro do professor Mauricio Rojas é uma
resposta contundente, simples e convincente às alegações de que a crise
econômico-financeira da Argentina teria sido causada pela utilização de uma
política ‘neoliberal’. O autor mostra de forma sintética e muito clara que, ao
contrário das alegações da esquerda, a crise argentina foi promovida,
alimentada e levada a consequências dramáticas pelo intervencionismo estatal
que tentou, durante muito tempo, sem êxito, substituir as forças espontâneas de
mercado. O intervencionismo foi de tal dimensão que acabou com a instituição do
Estado de direito, ignorando a história do próprio país que teve sua
prosperidade do passado graças às condições criadas pelo próprio Estado de
direito. O livro foi traduzido por Cândido Mendes Prunes e Francisco Beralli.
“Pior que tá não fica!” (Francisco Everardo
Oliveira Silva – Um dos pensadores que caracterizam o Brasil da atualidade).
O que passou se deu no final da década de
50 do século passado, a Argentina estava saindo de um período de exceção, Perón
fora forçado a deixar o país. Ele, por conta do populismo, governara
desastrosamente e destruíra por completo as bases econômicas da Argentina. Seu
sucessor, Eduardo Leonardi, não foi muito melhor. A nação estava pronta para
novas ideias e foi neste momento que um dos mais notáveis professores de
economia foi convidado para uma série de palestras.
Mas os argentinos não fizeram a lição de
casa e a história está lhes sendo madrasta.
Lembrando o grande pensador brasileiro da
atualidade, compatível com a popularidade depositada ao presidente, o Sr.
Francisco Everardo Oliveira Silva, candidato eleito a Deputado Federal com o
número 2222 pelo Partido da República, por São Paulo, a Argentina conseguiu
desmenti-lo, e isso antes mesmo dele se lançar candidato e escolher sua frase
de efeito. Vale lembrar que o pensador “Francisco Everardo Oliveira Silva” é
emblemático, como bem nos lembra o genial Luciano Pires, pois ele caracteriza
muito bem os personagens de um de seus best-sellers: Brasileiros pocotó.
Resta saber se o brasileiro está disposto
a pensar e fazer as lições necessárias. Acredito que não, Tiririca e Dilma se
elegeram, ele representa os artifícios de um partido que se caracteriza pela
irresponsabilidade, apostam no voto de protesto, mas que carrega votos para
outros candidatos do Partido da República, pois as regras eleitorais são
desconhecidas dos brasileiros, quanto a ela...
“Eu vou de encontro ao meu eleitor. Vou
mostrar pras pessoas como é que funciona aqui dentro. Lá fora a gente tem uma
visão muito diferente.” (Francisco Everardo Oliveira Silva – Um dos pensadores que caracterizam o Brasil da
atualidade).
Quanto ao Partido da República, vale
lembrar que eles defendem o sufrágio livre e secreto, devendo a lei propiciar a
todos os candidatos a possibilidade de comunicação de suas ideias, observada as
disposições partidárias, com o que concordo. E também concordo que a lei deve
punir severamente o abuso do poder econômico nas campanhas eleitorais, e a
fraude nas apurações. Porém outros candidatos do PR foram eleitos sem que
tenham sido votados, defendido e comunicado suas ideias, o que ocorre devido as
regras eleitorais que levam ao congresso representantes que de fato não representam
uniformemente os brasileiros, já que não possuímos coeficiente eleitoral que
assegure que todos sejam iguais na hora de votar, como é o caso dos paulistas,
os quais são cidadãos de segunda categoria na hora de votar.
Mas este é um tema para outros debates.
Comparando com seu vizinho Chile, a
Argentina tem conseguido a proeza de levar miséria todo o seu povo, enquanto o
Chile segue outra rota, no sentido contrário. Mas não podemos esquecer o efeito
Orloff: Em matéria de política, há quem diga que a Argentina está sempre um
passo à frente do Brasil. Muitos se utilizam até do slogan de uma marca de vodca
para brincar com o fenômeno: “Eu sou você amanhã…”
Alan Beattie, em seu livro “Falsa economia
- Uma surpreendente história econômica do mundo”, ele que é um dos mais
conceituados jornalistas econômicos da atualidade, afirma que o mundo tem
reproduzido uma falácia de pensamento – uma falsa economia – ao considerar que
o estágio de desenvolvimento de um país é inevitável, a ponto de ele estar
predestinado a ser pobre ou rico.
Para o autor, “a história não é
determinada pelo destino, pela religião, pela geologia, pela hidrologia ou pela
cultura nacional. É determinada pelas pessoas”. Para comprovar sua tese,
apresenta nove variáveis relevantes para o desenvolvimento de uma nação,
demonstrando-as em casos emblemáticos, como os de Argentina e Estados Unidos.
No século XIX os dois países estavam entre as dez maiores economias do mundo,
mas diferentes decisões fizeram com que trilhassem caminhos opostos. Uma tese
ousada e que vai fazer você mudar a forma de ver a história econômica do mundo.
A Argentina nunca foi o melhor dos mundos,
ainda mais para nós brasileiros, mas infelizmente não aprendemos com ela,
continuamos a repetir os seus erros, mesmo nós tendo um Edson Arantes do
Nascimento que foi preciso na sua frase, só não conseguimos a façanha de eleger
a mulher do presidente, bem aí seria demais, ficaríamos em dúvida entre um
poste e as rosas e diamantes. Já chega as medalhas da Ordem de Rio Branco que a
Sra. Marisa Letícia, e as mulheres do vice José Alencar, Mariza Gomes da Silva;
e do chanceler Celso Amorim, Ana Amorim receberam.
A Argentina não conheceu a estabilidade
econômica e o desenvolvimento que a monarquia nos proporcionou, tivemos 67 anos
de estabilidade política e econômica, uma única Constituição, uma das mais
avançadas de sua época, e caminhávamos passo a passo com as economias mais
fortes e desenvolvidas do mundo, tínhamos na época Rebouças, Taunay e Nabuco
como elementos de um triângulo que compunha as possibilidades da estruturação
do Estado Brasileiro, da "construção do Brasil" e da consolidação do
III Império com a Princesa Isabel. Seria
a oportunidade de consolidarmos a liberdade e avançarmos, sem divisões artificiais.
Mas seguimos os passos da Argentina: Em
120 e tantos anos de República, quais foram as nossas vitórias? Vamos aos
seguintes pontos, na estabilidade política, até 1988 não tínhamos conseguido
isso, tivemos em 110 anos, 9 golpes de estado, 13 ordenamentos constitucionais,
4 assembleias constituintes, 10 repúblicas, o Congresso, em nome da Liberdade,
foi fechado 6 vezes, inclusive pelo primeiro Presidente, Marechal Deodoro da
Fonseca. Se observássemos a lei, teríamos também, face ao Mensalão e tantos
outros escândalos, mais um Impeachment. Optamos por nos subjugar internamente
ao dono do Brasil, o Sr. José Ribamar Ferreira de Araújo Costa e externamente aos
ditames do Foro San Pablo, com a polêmica participação das FARC - Fuerzas
Armadas Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo.
E agora submetendo a nossa juventude a uma
perversa subjugação: às drogas, que tem a craconha como porta de entrada, esta
produzida pelos carperos em parceria com o EPP - Exército do Povo Paraguaio.
Caminhamos para o quarto, já tivemos três
grandes períodos de exceção, pelo número de mortes, o pior deles se deu após a
quartelada que muitos chamam de “Proclamação da República”, depois durante o
Estado Novo, no qual tivemos os paulistas lutando pela liberdade com a
Revolução Constitucionalista de 32, e por fim o Regime Militar, que nos livrou
de um conflito entre uma direita aparelhada, comandada por Adhemar de Barros e
Carlos Lacerda, ambos também cassados, e uma esquerda financiada e treinada
internacionalmente, ambas querendo nos subjugar. Sem contar que conteve o
ímpeto de uma esquadra que estava na nossa Costa. Hoje vemos o Brasil sendo
administrado com base no espelho retrovisor, ou melhor, lembrando um genial
brasileiro e seu livro, com a Lanterna na Popa.
Prevalece o clientelismo político e a
sindicalização do Estado, com seu capitalismo de comparsas, intervencionista e
sem mercado, e o socialismo de privilegiados, promovendo a escravização do
cidadão, seja através de uma abusiva tributação ou de um endividamento
crescente.
Voltando à Argentina, na passagem do
século XIX para o século XX, ela era o país economicamente mais estável da
América Latina. Depois da longa ditadura do caudilho Juan Manuel Rosas
(1829-52), a República Argentina organizara-se como um Estado Liberal, mas os
argentinos não souberam colocá-lo em prática, não souberam privilegiar o
princípio da subsidiariedade, como fizeram os norte-americanos.
O poder era exercido com base em um grande
pacto nacional, predominavam os ricos senhores de estâncias, membros dos
setores comerciais e financeiros, estreitamente ligados ao mercado
internacional controlado pela Inglaterra. O volume de exportações crescia de
ano para ano. Sem a liberdade aos empreendedores e sem uma visão estratégica,
sobrou a “vocação agrária” da Argentina, aumentavam as exportações de carne,
couro, cereais e frutas secas e, na mesma medida, as importações de
maquinofaturados ingleses. A economia Argentina dependia fundamentalmente da
exportação de commodities, que são concentradoras de riqueza, emprego e renda,
tal qual ocorre com o Brasil da atualidade, com políticas públicas equivocadas,
exportamos emprego e commodities e importamos produtos com valor agregado e
passeamos em lugares mais seguros.
Mesmo assim, nessas condições, o país
conheceu um surto modernizador com a expansão da rede ferroviária e das
comunicações, logicamente, para atender aos setores ligados ao mercado externo.
Foi neste momento que os argentinos subiram no pedestal, de onde não saíram, não
é à toa que um de seus líderes é um cheirador tatuado com Che Guevara ou El
Che. Ela já foi orgulhosa de ser o país mais europeu de toda a América, na
Argentina se reproduzia nos mínimos detalhes os padrões culturais do Velho
Mundo.
Nessa época teve início o desenvolvimento
da indústria Argentina, especialmente no setor de alimentos (frigoríficos, por
exemplo), o que não contrariava os interesses do setor explorador quanto à
condução da política tarifária, pois também estava ligada ao comércio
internacional.
A indústria de bens de consumo duráveis
viria a se desenvolver na década de 1910, com a participação de capitais
norte-americanos e do capital marginal interno, mesmo com as reservas dos
setores tradicionais ligados à exportação e importação. A Primeira Guerra
Mundial, a exemplo de outros países da América Latina, como o Brasil do tempo
de Francesco Matarazzo e suas IRFM, permitiria um grande surto industrial na
Argentina. Com isso cresceria o operariado urbano.
Politicamente, o Estado argentino era
liberal na forma e oligárquico no seu funcionamento, sujeito inclusive às
dissidências dentro do bloco de poder e, consequentemente, a sucessivas crises.
Mas em vez de consolidar, a exemplo dos
Estados Unidos, Canadá e Austrália, a política liberal, os argentinos optaram
pelo radicalismo: uma experiência populista. O Brasil seguiu a Argentina em
1930.
Vale lembrar que o populismo é uma forma
de governar em que o governante utiliza de vários recursos para obter apoio
popular, principalmente a mentira. O populista utiliza uma linguagem simples e
popular, usa e abusa da propaganda pessoal, afirma não ser igual aos outros
políticos, toma medidas autoritárias, não respeita os partidos políticos e
instituições democráticas, diz que é capaz de resolver todos os problemas e
possui um comportamento bem carismático. É muito comum encontrarmos governos populistas
em países com grandes diferenças sociais e presença de pobreza e miséria.
Mazelas que dizem ter eliminado.
Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil,
adotou o populismo como uma das características de seu governo. Apelidado de
"pai dos pobres", promoveu seu governo com manifestações e discursos
populares, principalmente no Dia do Trabalho (1º de maio). Não respeitou a
liberdade de expressão e a democracia no país. Usou a propaganda para divulgar
suas ações de governo.
Felizmente a nossa realidade atual é bem
diferente disso, hoje temos as reformas que o Brasil necessitava sendo
realizadas e o parlamentarismo efetivamente implementado. Ou não?
Infelizmente não, temos o populismo
calcado em um sistema mais sofisticado de hegemonia em que o dominado não se
sente dominado. Usa-se com volúpia instrumentos de publicidade e boas
articulações com os meios de comunicações.
Voltando à Argentina, em 1916 é eleito
Hipólito Irigoyen. Com Irigoyen tem início a adoção de algumas práticas de
manipulação de massas, que, décadas mais tarde, tomará o nome de populismo. O
líder radical, agora no poder, ao mesmo tempo que não avançava no sentido de
transformações mais profundas na ordem econômica e social da Argentina, procuravam em vez de
investir em educação e assumir responsabilidades, como a de cortar gastos
públicos, passaram a conceder privilégios a sua base social de apoio. Adotam,
por exemplo, a instituição do salário mínimo e outras pequenas vantagens que favoreciam
o operariado.
E nações como a Alemanha e a China acaso possuem
um salário mínimo? Mesmo sendo elas as nações que mais se desenvolveram depois
de destruídas, uma destruída pela guerra, outra por uma ideologia?
Contraditoriamente, ao mesmo tempo que
mantinha intacta a grande propriedade e os interesses da minoria abastada,
longe de terem políticas públicas que viessem a dar liberdade e
responsabilidades à classe média em formação. Deixando a Presidência seis anos
depois, garantindo a eleição de um partidário, Irigoyen elege-se novamente em
1928. A crise de 1929 viria arruinar a economia Argentina, impossibilitando a
satisfação dos interesses, mínimos que fossem, das massas urbanas. Depois de
Hipólito Irigoyen em 6 de setembro de 1930, pela sua posição nitidamente
ante-norte-americana, vista a estreita relação entre Argentina e Inglaterra,
Irigoyen é derrubado pela aliança burguesia industrial e Exército, apoiada
pelos Estados Unidos. Terminava então a
primeira tentativa democrática de toda a América Latina. Por outro lado,
iniciava-se o processo de sucessivas intervenções militares na política
argentina.
Em 1943 caiu Ramón Castilho, que em 1940 –
com o apoio do Exército – havia afastado Roberto Ortiz, um presidente
legalmente eleito em 1937, deposto pelo Grupo de Oficiales Unidos (GOU). Desse
grupo fazia parte o coronel Juan Domingo Perón, que no governo militar que se
instalou ocupava o cargo de Secretário do Trabalho e Presidência, além de
acumular a Vice-Presidência e o Ministério da Guerra. Perón comandou a política
Argentina de 4 de junho de 1946 a 21 de
setembro de 1955, com seus dois primeiros mandatos, depois esteve à frente de
12 de outubro de 1973 a 1 de julho de 1974, sendo sucedido por Isabelita Perón.
Em 1940 entra em cena a “República
Sindicalista”, no Brasil ela veio sessenta anos depois, e a Argentina mergulha
cada dia mais e mais no caos. Como Secretário do Trabalho, Perón tornou-se a
verdadeira eminência parda do regime. Voltando-se para o operariado urbano,
criou a Confederação Geral do Trabalho (CGT), abertamente controlada pela sua
Secretaria. As lideranças sindicais foram atraídas, inclusive pela corrupção,
além da grande massa de trabalhadores não sindicalizados. Sob a tutela do
Estado a classe operária se organizava longe da influência liberal ou mesmo de
socialistas e comunistas, ou de lideranças estranhas à CGT, duramente
reprimidas diante de qualquer reação à política de Perón.
Em vez de se concentrar em como gerar
emprego, riqueza e renda, o tema passou a ser a distribuição, criando novos
sindicatos, oferecendo melhores condições de trabalho e salários mais altos –
estes eram possíveis pelo aumento das exportações argentinas –, como parte de
uma avançada legislação trabalhista e previdenciária, na qual se incluía a
arbitragem estatal favorável ao operariado, Perón tornou-se a figura mais
importante da República Argentina. Serviu de modelo para o segundo mandato de
Vargas, sem Evita ou Isabelita.
Em outubro de 1945, temendo o crescimento
da popularidade do então presidente, um golpe militar apoiado pelas elites
tradicionais e pelos Estados Unidos derruba Perón. A ação dos militares
peronistas, a revolta das massas operárias, dos descamisados, organizada pela
CGT e por Evita, ocupando as ruas e decretando a greve geral, levou Perón de
volta ao poder. Em 17 de outubro de 1945, ao recuperar suas antigas funções,
Juan Domingos Perón passar a ser o homem mais forte de toda a Argentina. Nas
eleições de 1946, Perón surge como candidato apoiado pelas massas trabalhadoras
urbanas e rurais, pela Igreja e por amplos setores do bloco militar. Neste
pleito, registrou-se a primeira vitória esmagadora do peronismo: todos os
senadores da República eram peronistas; da mesma forma quase todos os deputados
federais e os governadores de províncias. As massas elegeram aquele que
acreditavam ser o seu único benfeitor.
De 1946 a 1951, o peronismo foi o elemento
marcante na política argentina. Neste período Vargas nos governou de novembro
de 1930 até outubro de 1945 e de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954,
quando se suicidou. Não deixou nem Evita e muito menos Isabelita. O Estado
passa a intervir diretamente na economia, monopolizando o comércio externo e
desenvolvendo uma política de nacionalização: ferrovias, comunicações, gás e
transportes urbanos. Em vez de estimular a concorrência, privilegiando o consumidor,
optou por criar estatais e acomodar parceiros e apoiadores políticos, soube
leiloar o Estado. As reservas monetárias são empregadas na indústria de base e
no aparelhamento da indústria leve.
No primeiro momento a Argentina vive uma
época de prosperidade geral: isso permite a manutenção dos preços baixos, com a
ajuda governamental e, ao mesmo tempo, dos altos salários. Segundo Perón, “esta
é a justiça social”, daí o justicialismo, outra denominação dada ao peronismo.
O culto à personalidade, parte da propaganda de massa, o paternalismo e o autoritarismo
tornam-se as grandes características do populismo peronista. O autoritarismo é
o outro lado da moeda: o Estado generoso faz as concessões e as massas
subordinadas e submissas devem esperar por elas.
Em 1951, Perón é reeleito presidente com
outra estrondosa vitória. Contudo os efeitos da irresponsabilidade se fazem
presentes, os tempos são outros, pois as exportações começam a diminuir em
virtude da concorrência internacional,
para a qual não se prepararam e internamente, não se acumulou o capital
necessário para a arrancada da industrialização, ao mesmo tempo que aumentou a
presença do capital norte-americano, esmagando qualquer possibilidade de
crescimento interno. Podemos dizer então, o que entendo como redundante, o
populismo irresponsável. A economia sem controle começou a conhecer a inflação
galopante, os salários foram congelados e a onda de desemprego começou a afetar
o operariado. A morte de Evita Perón (1952) – a eterna Secretária do Trabalho e
a verdadeira “alma” do peronismo –, o agravamento da crise econômica e social,
impedindo continuidade da política de equilíbrio das forças sociais, típica do
populismo, enfraqueceram o peronismo. A Igreja rompe com o governo, as Forças
Armadas se dividem e surge a primeira oposição organizada a Perón. A partir de
1953, inúmeros golpes debilitam a máquina de Estado controlada pelo presidente.
Em setembro de 1955, um novo golpe militar, a partir de Córdoba, derruba Juan
Domingos Perón, que passa a viver no exílio.
Entre 1930 e 1955 a Argentina conheceu
mais de dez tentativas de golpes militares. Contudo, outras cinco intervenções
militares na política argentina resultaram na derrubada de governantes,
inclusive, a de Perón, em 1955.
O fantasma da esquerdização do movimento
operário argentino e a ameaça de revigoramento do peronismo, além da
impossibilidade de superação dos graves problemas que abalaram a economia nas
últimas décadas, trouxeram os militares para a cena política, em caráter
permanente.
De 1962, quando foi deposto Arturo
Frondizi, por permitir a participação de peronistas nas eleições do ano, até
1983, quando a Argentina se redemocratizou com a vitória de Raul Afonsín, o
país conheceu nove golpes militares.
No Brasil tivemos a contrarrevolução de
1964 e dentro dela, em 1967 a revolução dentro da Revolução.
Perón colocou literalmente a Argentina
rumo à miséria. Em vez de se concentrarem na educação e criar uma
infraestrutura adequada à liberdade e competitividade do país, optaram pelo
bem-estar social penalizando o contribuinte, também acertaram em muitas ações,
como o investimento na área da saúde. Mas o grande erro foi afastar os
investimentos internacionais, realizaram a expulsão de multinacionais do país e
as nacionalizações. Em vez de mais mercado, passaram a tutelá-lo. Perón volta
do exílio a Argentina em 1973, com o fim do governo militar. Ele é reeleito
presidente com 60% dos votos, tendo como vice a sua terceira mulher Isabelita.
Afinal, qual delas não foi presidente?
Entre golpes e instabilidade política,
prevaleceu sempre na Argentina o populista, agora o mesmo é realizado por
Cristina Kirchner, infelizmente o populismo, tal qual em muitos países da
América Latina, agravou o cenário nacional, se há quatro anos a pobreza, a
desigualdade social e o emprego eram as maiores preocupações dos argentinos,
hoje são a corrupção, a insegurança – a violência crescente - e a falta de
transparência política.
Na Argentina, tal qual no Brasil, uma
palavra idolatrada pelo povo é "social". Em nome do social, não só
tudo é possível, mas também desejável. Esquece-se totalmente das calculadoras,
e ignoram-se leis tão simples como não gastar mais do que se tem. Adotam-se
jargões para encontrarem culpados. Passa a ser inevitável a articulação
conjunta com o Foro San Pablo, destruindo as instituições e combatendo a
imprensa livre. A consequência natural disso é um aumento explosivo nos gastos
públicos, típico do Estado benfeitor, que acaba inevitavelmente em um severo
déficit fiscal, gerando inflação via emissão de moedas ou recessão via aumento
de impostos ou juros.
Isso sem falar de todos os direitos nobres
concedidos ao povo, como educação superior gratuita, moradia digna, transporte
gratuito, trabalho bem remunerado, velhice tranquila e, por fim, felicidade
eterna. Seguramente houve acertos, mesmo
os populistas não erram 100% do tempo. Argentinos e brasileiros são assim
grandes sonhadores, os argentinos com as mulheres, as Evitas, Isabelitas e as
Cristinas, nós com embusteiros, “palanqueiros” e as festas e suas passeatas na
Paulista.
O Brasil encontrou seu rumo, mas sem o
charme das mulheres. O que nos caracteriza é que passamos, por conta do
populismo, a detestar a dura realidade da vida, cheia de incertezas e
insegurança, não nos preocupamos muito com o fato de que, para garantir tanto
privilégio assim a alguns, precisa tirar de outros. Paradoxalmente, o Estado,
em prol do "social", deixa mais miseráveis do que encontrou, e temos
inúmeros exemplos empíricos disso, sendo um dos principais a Argentina de
Perón. Eva, sua esposa, confundiu Estado com instituição de caridade, e quem
pagou o elevado preço foi a população, que saiu da prosperidade, de um dos países
mais prósperos na época, para a miséria. Será que o povo romântico não tem a
mínima capacidade intelectual para entender que são justamente todos esses
"direitos adquiridos" pelos monopólios dos sindicatos que jogaram
metade dos brasileiros na informalidade? Será que os mais de 150 milhões de
latino-americanos desempregados ou na economia informal estão felizes com todos
esses benefícios? Não conseguem perceber que isso é também a causa de um
sistema de previdência falido que até na Europa, principalmente na França,
representa uma bomba-relógio insustentável no médio prazo?
Mas voltando às lições que os argentinos
não fizeram. Deixaram de entender que as leis da economia são naturais como a
água, que deveriam ser observadas.
Em fins de 1958, Ludwig Heinrich Edler von
Mises foi convidado pelo Dr.Alberto Benegas
Lynch para pronunciar uma série de conferências na Argentina, destas
conferências surgiu posteriormente um livro que contém a transcrição das
palavras dirigidas a centenas de estudantes argentinos. Suas
conferências foram proferidas em inglês, no enorme auditório da Universidade de
Buenos Aires. Em duas salas contíguas,
estudantes ouviam com fones de ouvido suas palavras que eram traduzidas
simultaneamente para o espanhol. Ludwig Heinrich Edler von Mises falou sem
nenhuma restrição sobre capitalismo, socialismo, intervencionismo, comunismo,
fascismo, política econômica e sobre os perigos da ditadura. Aquela gente jovem
que o ouvia não sabia muito acerca de liberdade de mercado ou de liberdade
individual. O auditório reagiu como se uma janela tivesse sido aberta e o ar fresco
tivesse podido circular pelas salas. Ele falou sem se valer de quaisquer apontamentos.
Como sempre, seus pensamentos foram guiados por umas poucas palavras escritas
num pedaço de papel. Sabia exatamente o que queria dizer e, empregando termos
relativamente simples, conseguiu comunicar suas ideias a uma audiência pouco
familiarizada com sua obra de um modo tal que todos pudessem compreender
precisamente o que estava dizendo von Mises fez posteriormente uma revisão
destas transcrições no intuito de publicá-las em livro. Coube a sua esposa esta
tarefa e ela teve muito cuidado em manter intacto o significado de cada frase,
em nada alterando o conteúdo e preservando todas as expressões que costumava
usar, tão familiares a seus leitores. Bem, o livro está aí, disponível hoje a
todos.
E as lições são: Primeira Lição: O
capitalismo; Segunda Lição: O socialismo; Terceira lição: O intervencionismo;
Quarta lição: A inflação; Quinta lição: Investimento externo; Sexta lição:
Política e ideias;
O livro reflete plenamente a posição
fundamental do autor, que lhe valeu – e ainda lhe vale - a admiração e os
insultos dos adversários. Resta saber que posição devemos adotar, a realidade e
a determinação para superar seus desafios ou a ilusão e aguardar dos outros a
solução dos seus problemas, quem sabe vindas dos partidos e outras entidades
que integram o Foro San Pablo.
6 lições de Ludwig Heinrich Edler von
Ludwig Heinrich Edler von Mises está acessível, ele pode ser baixado ou lido
online: http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=16
Neste endereço o livro está disponível em
versão PDF, MOBI ou ePub.
E quando falamos de petróleo, seja em
função do conflito da Argentina com o Chile, ou com o Reino Unido, não podemos
deixar de comentar o efeito que produz em uma sociedade, como foi bem observado
por Celso Furtado. E a questão do petróleo, será que trará benefícios ao
argentino? E ao brasileiro? De minha parte creio que não e o digo baseado em um
importante estudo conduzido pelo ex-ministro Celso Furtado, onde dois estudos
pioneiros do economista mostram o impacto negativo da abundância de petróleo
para a economia da Venezuela. O resulto está aí, além de ter colocado um déspota/demagogo
no poder.
Estudos nos anos 50 e 70 mostram que a
abundância dos recursos do petróleo foi instrumento de concentração de renda e
de desigualdade. A euforia provocada pela descoberta de enormes reservas
petrolíferas no litoral brasileiro - na camada pré-sal da bacia de Santos- pôs
em segundo plano uma evidência histórica: são minoria os países que souberam
usar os recursos do petróleo para promover o desenvolvimento econômico e
social. Pesquisadores e economistas de todo o mundo tentam explicar o fenômeno.
Estes dois estudos pioneiros foram lançados pela primeira vez em livro. Tratam-se
das pesquisas realizadas pelo economista Celso Furtado (1920-2004) na Venezuela
em dois momentos distintos, 1957 e 1974, agora reunidas em "Ensaios sobre
a Venezuela - Subdesenvolvimento com abundância de divisas".
Furtado é um dos maiores economistas
brasileiros e autor, entre outras obras, de um clássico da economia política:
"Formação Econômica do Brasil", livro editado pela primeira vez em
1959 e que disseca a história sobre como o país se desenvolveu e passou de uma
organização feudal e agrária até alcançar os primeiros passos de uma economia
industrial. Nos estudos sobre a influência do setor petrolífero na Venezuela,
ele faz amplo diagnóstico dos impactos das receitas do combustível sobre a
estrutura produtiva. As pesquisas tiveram circulação restrita. A primeira foi
alvo de uma espécie de "censura branca" do ditador Marcos Pérez
Jiménez, que comandava a Venezuela em 1957. Agora, diante da perspectiva de as
reservas brasileiras se multiplicarem nos próximos anos, Rosa Freire D'Aguiar,
viúva do economista, decidiu publicar os estudos no primeiro volume da série
"Arquivos Celso Furtado". E neste caso cabe também uma comparação do
Egito com Israel, a Jordânia ou mesmo o Brasil. "É uma análise fascinante.
Mostra como a sobrevalorização do câmbio, nas circunstâncias de boom petrolífero,
pode afetar a indústria e a agricultura de um país. Por isso, o general de
plantão [na Venezuela] não achou muita graça", diz ela.
Encomendado pela Cepal (órgão da ONU para
assessoramento à América Latina e ao Caribe), o estudo de 1957 -quando a Venezuela
surfava num ciclo de alta do petróleo- conclui que a abundância de divisas
fragilizou a agricultura do país e impediu que ele se industrializasse (à
exceção, evidentemente, do setor petrolífero).
"A combinação dos elevados salários
monetários com a sobrevalorização externa (preços baixos dos equipamentos) dá
origem a uma tendência de substituir mão-de-obra por capital (...), resultando
em atraso na diversificação ocupacional da população e na expansão do mercado
interno", escreveu Furtado. O trabalho conseguiu antever um fenômeno
relevante em países excessivamente concentrados no setor do petróleo apenas
anos mais tarde.
"É um ensaio pioneiro, que antecipa
as linhas conceituais do que a ciência econômica só viria a entender depois,
quando estudou os impactos do câmbio permanentemente sobrevalorizado por causa
da exportação de commodities", diz Carlos Medeiros, professor da UFRJ. Nas
últimas duas décadas, economistas e pesquisadores vêm se esforçando para entender
o fenômeno,que ficou conhecido como "doença holandesa"-referência às
crescentes exportações de gás natural da Holanda na segunda metade da década de
70.
Quando voltou à Venezuela para o segundo
estudo, em 1974, já sob um regime democrático, na primeira gestão de Carlos
Andrés Pérez, em outro ciclo de alta do petróleo, Furtado constatou que a
situação havia se agravado. No caderno de anotações pessoais, o economista
brasileiro escreveu: "Não pode haver maior evidência de que o
subdesenvolvimento é uma maneira deformada de acumular capital. Caracas é uma
criação do automóvel: imensos capitais foram imobilizados para criar esse corpo
pesado que funciona queimando royalties".
Na pesquisa de 1974, além de reiterar a
força nefasta do petróleo sobre a produtividade da economia, Furtado observou
que a Venezuela perdera a capacidade de poupar: "Criou-se um sistema
econômico que produz pouco excedente sob a forma de poupança e impostos. Um
sistema fundamentalmente orientado para o consumo e o desperdício". E, nas
anotações e reflexões pessoais, o economista observou ainda que não apenas o
quadro econômico havia se deteriorado. "Ele constatou um mal típico de
sistemas daquele tipo: a corrupção política, que já existia na ditadura dos
anos 50, ficou ainda pior", diz Rosa.
No início de 1975, Furtado deixou Caracas.
Pouco depois, Andrés Pérez, embalado pelo dinheiro fácil, nacionalizou a
indústria do petróleo - e de siderurgia. Em 1989, voltou ao poder num ciclo de
baixa. Quatro anos depois, foi afastado sob impeachment, acusado de corrupção. A Venezuela estava
mergulhada numa crise, resultado da ressaca provocada pelo petróleo e pelo
endividamento público. Um ano antes de Pérez ter sido afastado, um obscuro e
polêmico coronel paraquedista liderou uma tentativa de golpe: Hugo Chávez. A
m... está feita. Agora não se salva mais a Venezuela.
O problema é que o socialismo
PTista-bolivariano é a receita certa para a pobreza, mas não se dão conta
disso. Ainda que requeiram tempo, as
soluções existem. Mas, dependem de pesquisa científica, projetos sérios e
planejamento. Em resumo, de uma boa administração e de uma boa engenharia. De
uma coisa temos certeza, assim continuaremos a pagar os mais elevados impostos,
e a manter uma das máximas, a de que o Estado arrecada cada dia mais impostos e
presta menos serviços públicos de qualidade, assim nos tornamos uma das
sociedades que mais promovem: a discriminação espacial, a alienação através das
drogas, a violência, a concentração de renda, o desperdício de alimentos e
perda de qualidade de vida, a pobreza ou estagnação do crescimento econômico, a
venda do Brasil e não de produtos e serviços brasileiros, a violência contra as
mulheres, o desrespeito com instituições do Estado, a concentração urbana e o desrespeito
à qualidade de vida, a violência nas escolas, a escravidão e a doutrinação
E qual seria a solução? Entendermos a
importância do princípio da subsidiariedade e o que seja democracia. Depois
disso, abolir os métodos confiscatórios dos impostos e combatermos a
discriminação espacial.
Os
dois primeiros dependem da educação e da maturidade, no caso de nós mesmos, o
terceiro está sendo colocado em prática, o próprio povo brasileiro irá entender
as razões pelas quais não tomamos o rumo do desenvolvimento. O combate a
discriminação espacial, a verdadeira discriminação que temos no Brasil, requer
que venhamos a assegurar o direito de propriedade, implementar de fato os
planos diretores e as Agenda 21 Local e assegurar que todas as ações e leis no
Brasil deixem de concorrer para a discriminação espacial, que foi o caso das
leis trabalhistas no campo, a lei do inquilinato e agora a lei das domésticas.
Bem, com o que escrevi procurei dar uma
visão geral dos erros que cometemos, e como seguimos os erros de outros países,
com destaque aos erros cometidos na Argentina e deixamos de olhar para o Chile
que segue no caminho correto. Posso estar errado, ou ter cometido erros, neste
caso peço que me enviem através dos endereços abaixo as informações necessárias
que possam me convencer do contrário.
Quem sabe a Presidente Dilma seja uma das
primeiras, ou um de seus assessores realmente comprometidos com o povo
brasileiro, com destaque para sua liberdade, para que o Brasil possa de fato
prosperar: "Não se conhece nação que tenha prosperado na ausência de
regras claras de garantias ao direito de propriedade, do estado de direito e da
economia de mercado." (Prof. Ubiratan Iorio de Souza).
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
Skype: gerhardboehme
COMENTÁRIO
O QUE PODEMOS DIZER HOJE SOBRE O QUE VIRÁ É QUE ESTAMOS CAMINHANDO EM UM TERRITÓRIO DE AREIAS MOVEDIÇAS, DENTRO DO QUAL NEM MESMO PODEMOS CRER NAS FAMOSAS PROFECIAS QUE TANTOS GOSTAM DE APRESENTAR, NEM MESMO OS "profetas" PODEM SER CITADOS COM LETRA MAIÚSCULA. ENTRETANTO, TENHO BASTANTE PERCEPÇÃO PARA ACREDITAR NO AVISO DE JESUS CRISTO DE QUE "A DATA E O MODO EM QUE O FINAL ACONTECERÁ, NINGUÉM VAI ADIVINHAR". E TEMOS AMPLO NOTICIÁRIO DOS DESENCONTROS OCORRENTES, A TAL PONTO QUE JÁ SABEMOS QUE ALGO NOVO ESTÁ EM ANDAMENTO. QUERO CRER QUE SERÁ MUITO MAIS FAVORÁVEL AOS HOMENS DE BOA VONTADE DO QUE NÓS MESMOS ESTAMOS PENSANDO, COM NOSSA IMENSA BOA VONTADE EM BUSCA DA PAZ, DA HARMONIA E DA PROSPERIDADE PARA TODOS.
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