Como o Google planeja vencer a morte?
Por Natasha Romanzoti em 4.10.2013 as
12:00 – VISITE O SITE HYPESCIENCE
Recentemente, o Google anunciou a nova empresa de seu
conglomerado: a Calico, ou California Life Company. Como o nome sugere, o objetivo da companhia é contornar o
envelhecimento e prolongar a vida.
Imortalidade parece uma meta bastante surreal. Qual será a
abordagem prática do Google? O que as pesquisas científicas falam sobre o
assunto?
A Calico foi criada para pesquisar o envelhecimento e suas
doenças associadas. Em uma coletiva de imprensa, o Google disse que vai
concentrar grande parte de seus esforços em condições como a doença de
Alzheimer, câncer e doenças cardíacas.
E isso foi tudo que a empresa falou. Na ausência de qualquer
informação concreta, muitos comentaristas têm especulado o que a Calico de fato
irá fazer. Uma das sugestões é que ela coletará grandes quantidades de
informação de pacientes e as analisará para ajudar a acelerar o caminho das
descobertas de saúde.
Aubrey de Grey, um especialista no campo da medicina
regenerativa, disse à CNN que é muito cedo para especular sobre a abordagem da
Calico. “Eu acho que é vital manter em mente que não há essencialmente nenhum
conhecimento sobre sua direção planejada e ênfase, e qualquer suposição de que
ela vai ter uma abordagem fortemente baseada em dados não é mais que um
palpite”, disse.
No entanto, ele não acha que a Calico irá limitar o seu foco
para uma única doença. “As declarações de Page e Levinson [CEO da Google e da
Calico, respectivamente], até agora, indicam fortemente que a ênfase não será
apenas o câncer, ou mesmo apenas uma série de doenças específicas, mas o
envelhecimento em si”, opina.
João
Pedro de Magalhães, biólogo português que lidera o grupo Genômica Integrativa
do Envelhecimento da Universidade de Liverpool (Reino Unido), concorda. “Pelo
que eu li, eu não acho que a empresa vai se concentrar principalmente no
câncer. Larry Page afirma claramente que solucionar o câncer ‘não é um grande
avanço quanto se poderia pensar’. Isso lembra o que os especialistas que
estudam o envelhecimento vêm dizendo há algum tempo, que é que, para realmente
fazer a diferença na saúde humana e na longevidade, você precisa enfrentar o
processo de envelhecimento, ao invés de doenças individuais relacionadas à
idade”, comenta.
Existe uma ampla gama de tecnologias e terapias que prometem a
tão esperada extensão da vida. Confira algumas delas, que estão sendo
pesquisadas e testadas, e podem se tornar o foco da Calico:
Criogenia
Criogenia é um processo onde o corpo – ou, ocasionalmente, apenas a cabeça – é suspenso em nitrogênio líquido para ser “preservado” indefinidamente. A ideia é que, no futuro, o corpo poderá ser reanimado e trazido de volta à vida.
Antes alvo de celebridades e multimilionários, a criogenia agora
está ganhando força entre o público mais amplo. Alguns meses atrás, três
funcionários sêniores da Universidade de Oxford (Reino Unido) se inscreveram
para ter seus corpos congelados com duas organizações norte-americanas: o
Cryonics Institute e o Alcor Life Extension Foundation.
O custo da criogenia pode variar muito. O preço mais baixo no
Cryonics é declaradamente US$ 28.000 (cerca de R$ 56 mil) para criopreservação.
A Alcor cobra dos clientes até US$ 200.000 (cerca de R$ 400 mil) por serviços
similares. Mas será que funciona?
O Cryonics sublinha em seu site que, por enquanto, os
tratamentos são baseados em projeções de tecnologias que ainda não existem.
“Acreditamos firmemente que com os avanços incríveis que estão sendo feitos em
nanotecnologia e medicina, a criogenia tem o mesmo potencial para se tornar uma
realidade cotidiana em um futuro não tão distante”. Também afirma que “o
objetivo da criogenia é parar o processo de morte o mais rápido possível após a
morte legal, dando a futuros médicos a melhor chance possível de reviver o
paciente através da reparação ou substituição de tecidos danificados, ou mesmo órgãos
inteiros usando computação avançada, nanotecnologia e equipamentos e
procedimentos médicos”.
Crioterapia
Esse campo relacionado à criogenia ganhou fama nos esportes, com treinadores imergindo seus atletas em câmaras de crioterapia durante ou após exercícios em uma tentativa de ajudar a curar ferimentos. O time de futebol francês utilizou crioterapia durante a Taça dos Campeões Europeus em 2012, e o time de rugby do País de Gales também já testou o tratamento.
Câmaras crioterapêuticas expõem os jogadores a temperaturas
muito baixas – cerca de menos 160 graus Celsius por curtos períodos de tempo.
Alguns teóricos acreditam que isso pode ajudar a acelerar a recuperação do
corpo, mas outros dizem que a evidência é insatisfatória.
Telômeros
e animais imortais
Em 2012, um grupo de cientistas da Universidade de Nottingham (Reino Unido) descobriu uma espécie de verme que pode se dividir “potencialmente para sempre” e, assim, curar a si mesmo. Outra criatura “imortal” descoberta recentemente é a água-viva Turritopsis dohrnii.
Alguns pesquisadores esperam que esses
achados proporcionem uma nova visão de como
pode ser possível aliviar o envelhecimento em células humanas.
Nossas células-troncos envelhecem, e por isso se tornam menos
capazes de substituir células especializadas nos tecidos do nosso corpo. Já nos
vermes, por exemplo, as células-tronco são de alguma forma capazes de evitar
esse processo de envelhecimento. Os pesquisadores acreditam que a chave para
atingir isso nos humanos está na compreensão da função dos telômeros – as
extremidades de um cromossomo que protegem as células contra a degradação. Eles
pensam que, se encontrarmos uma maneira de preservar os telômeros, estaremos
mais perto de derrotar o envelhecimento.
Clonagem
e substituição de partes do corpo
Outra importante área de investigação é a criação e substituição de órgãos. Muitas pessoas morrem devido à falência de órgãos, então não depender de doadores seria um grande passo para a medicina.
Os cientistas já implantaram com sucesso rins cultivados em
laboratório em ratos. Se a terapia puder ser replicada a um custo acessível nos
seres humanos, poderia revolucionar a saúde. Os primeiros trabalhos para a criação de
órgãos usando impressoras 3D produziram resultados promissores.
Nanotecnologia
A substituição de órgãos provavelmente será apenas parte da solução, no entanto. Muitos cientistas acreditam que a longevidade através da reparação do corpo humano necessita de um enfoque mais amplo.
Alguns creem que a nanotecnologia pode ser capaz de ajudar a
curar doenças. A implantação de pequenos robôs (ou nanobots) no corpo humano
pode ajudar a superar os problemas de replicação do DNA incorreta – uma das
causas centrais do envelhecimento.
A pesquisa nanotecnológica é interessante, mas pode estar mais longe
de encontrar uma solução para o envelhecimento do que outros tratamentos
biomédicos mais tradicionais. [CNN]
COMENTÁRIO
JÁ TEMOS ALGO CONCRETO NAS TRADIÇÕES
SUMERIANAS.
E O NATURISMO SEMPRE COLOCOU A QUESTÃO DA
VIDA CENTRADA EM “TER SAÚDE” E NÃO EM “CURAR DOENÇAS”.
NOSSO GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS SE
PREOCUPA MAIS EM SABER COMO “REGENERAR” E MUITO POUCO SE PREOCUPA COM O “AÇOUGUE”
DE PEÇAS SOBRESSALENTES, QUE FICA PARA UM PROCESSO QUE UTILIZE CÉLULAS TRONCO
PARA CLONAR ÓRGÃOS AFETADOS.
NO MEU E-BOOK “AS MÚMIAS CONTAM O SEGREDO
DOS TRANSPLANTES” ABORDAMOS HÁ UNS 40 ANOS EM FORMA DE FICÇÃO ESSE TEMA DE
CLONAR ÓRGÃOS.
HOJE SABEMOS QUE TODO TRANSPLANTE NÃO
AUTÓGENO, ALÉM DE CAUSAR ALGUM TIPO DE REJEIÇÃO, INTRODUZ “MEMÓRIAS” DO DOADOR
PARA O RECEPTOR.
NO GEA JÁ SABEMOS QUE ESSE PENSAMENTO DA
MEMÓRIA CELULAR JÁ ERA LEVADO EM CONTA ATÉ PELOS CANIBAIS EM SEUS RITUAIS EM
QUE O MATADOR NÃO COMIA DA CARNE DO VENCIDO.
ASSIM, O “SUCO DA MEMÓRIA” QUE IMAGINAMOS
NA FICÇÃO SOBRE AS MÚMIAS, PODE AINDA SER O MELHOR AUXILIAR DO
DESENVELHECIMENTO.
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