quinta-feira, 27 de junho de 2013

PORTUGAL SEM PASSAPORTE

Posted: 25 Jun 2013 02:59 PM PDT
É fácil aceitar a desigualdade, a corrupção e a insegurança quando não existem termos de comparação
João Pereira Coutinho
1. Raramente escrevo sobre o Brasil no Brasil. Questão de cortesia. Sou convidado do país e um convidado não critica os anfitriões. Exceto quando os anfitriões deixam de ser assunto doméstico e viram fenômeno internacional.
2. Ironia. Quinze dias atrás gravei um podcast para esta Folha no qual dizia: as grandes rebeliões da história começam quase sempre por episódios anedóticos. A minha atenção estava na Turquia e na ambição de Erdogan em arrasar com um parque em Istambul para construir um shopping. Deu no que deu.
Quando debitava estas sábias linhas, nem reparei que São Paulo marchava contra aumentos nos transportes. Deu no que deu.
3. Historicamente, o melhor exemplo de um episódio anedótico que precipitou uma revolução encontra-se nos Estados Unidos. No século 18, os colonos americanos não desejavam “criar” um país. Queriam, mais modestamente, não pagar impostos à metrópole britânica, uma vez que não estavam representados no Parlamento de Londres (“no taxation without representation”). Foi a intransigência do rei inglês que mudou a história moderna.
4. Dilma parece ter alguma intuição histórica (ou será apenas bom senso?) ao não ter subido a parada da repressão. Sobretudo quando se confrontou com as consequências desastrosas das primeiras investidas policiais. Um gesto inteligente que distingue o Brasil do autoritarismo turco.
5. Dilma discursa ao país. Promete escutar todo mundo, investir mais em educação, importar médicos etc. Mas o que pensam os brasileiros quando a presidente nada diz sobre o “pibinho pequenininho”, a inflação que não desce, a queda do investimento (sobretudo estrangeiro), a perda de competitividade”¦ [continua].
6. Portugal construiu dez estádios “padrão Fifa” para a Eurocopa de 2004. Sete anos depois o país estava falido. A Grécia cometeu iguais loucuras para as Olimpíadas do mesmo ano. Teve a honra de falir primeiro. Lição? Grandes acontecimentos desportivos nem sempre dão o retorno esperado.
7. Comparações entre o Brasil e a Europa não funcionam? Duvido. Começo pela economia: o desastre português não se deveu apenas aos dez fatídicos estádios, que na sua maioria hoje apodrecem ao sol.
Começou com a pior combinação econômica possível: juros baixos (com o euro), endividamento explosivo (Estado, empresas, famílias) e, golpe de misericórdia, crescimento econômico medíocre (uma década perdida abaixo de 1%). Soa familiar?
8. Na crise europeia, existe um bloqueio político evidente: as populações não confiam nos governos, mas também não confiam nas oposições. Assim é na Grécia, em Portugal “” e, claro, na Itália, que quase elegeu um comediante (Beppe Grillo, não Berlusconi). E no Brasil?
Suspeito que exista o mesmo bloqueio. O PT, tradicionalmente a voz de protesto do sistema, é hoje governo. Donde, quem é a voz de protesto? Quem não acredita no governo, normalmente acredita na alternativa ao governo. Donde, onde está a alternativa?
9. Escrevo um diário desde os 16 anos. Procurei páginas passadas das minhas viagens pelo Brasil. Reli-as. Pergunta recorrente: como é possível às elites conviverem tranquilamente com a pobreza em volta?
Para certos espíritos, essa pergunta não é própria da “direita”. Erro crasso. Não há nada que um conservador mais tema do que situações potencialmente revolucionárias. E a melhor forma de as evitar é seguir o velho conselho de Edmund Burke: para que o nosso país seja amado é também preciso que ele seja amável.
10. Revoluções. Regresso aos Estados Unidos. A guerra da independência não gerou apenas um país. Uma das consequências da guerra foi a ruína financeira da França, que apoiou os colonos. Essa ruína seria uma das causas da Revolução de 1789.
Mas existe outro legado revolucionário que os estudiosos tendem a esquecer: os intelectuais e os soldados gauleses que participaram na guerra viram no exemplo americano a medida da sua frustração caseira. Por isso, pergunto: quantos daqueles milhares de brasileiros que tomaram pacificamente as ruas não estudaram, trabalharam ou simplesmente se informaram sobre o mundo exterior?
É fácil aceitar a desigualdade, a corrupção e a insegurança quando não existem termos de comparação. Uma classe média mais fluente e afluente começa a fazer comparações. Brindo a isso
João Pereira Coutinho – empresário (Unidas)
folha de são paulo
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Posted: 25 Jun 2013 10:46 AM PDT
José Augusto descobre solução para a falta de água no nordeste
José Augusto descobre solução para a falta de água no nordeste
José Augusto Fusil poderia ser chamado  de “Professor Pardal Lusitano”, tantas são as habilidades e as engenhocas que tem criado.
Elas começaram no Alentejo, por ocasião das chuvas torrenciais da decada passada e não pararam mais. Na ocasião José Augusto encontrou um solução de escoamento das águas, mas sobretudo na criação de pequenas barragens para aproveitamento das chuvas de inverno, que foi uma grande solução para minimizar os tempos secos do verão alentejano. Um extraordinário apoio à naturesa que tem sido percorrido nos últimos anos.
Chegando ao Ceará, José Augusto observou o grande problema dos nordestinos: a seca, que este ano se intensificou, comprovando um das maiores faltas de água dos últimos 50 anos, e por isso “esqueceu” temporariamente algumas de suas descobertas e pesquisas para estudar o solo, tempo e temperatura do Ceará, para imaginar a captação de água para atender às necessidades da população.
Dois anos de pesquisas e testes, o portugues faz uma revelação surpreendente. Seria possivel produzir água a partir dum engenhoso processo.
Os testes foram a partir de equipamentos faceis de fabricar ou de adquirir e o resultado foi positivo. Seus equipamentos produziam água proporcional ao tamanho do modelo. O fabricado por ele é inferior ao tamanho de uma geladeira convencional, acoplada a um desumificador, movimentados por energia gratuita, usando hélices de ventilador movidas ao vento que atua durante as 24 horas por dia no Ceará. O pequeno modelo produzia – sem interrupção – uma média de 10 litros de água a cada 8 horas.
A disponibilidade da água é total, e de acordo com o tamanho poderá produzir 100 ou 200 litros por dia de água pura, ou em escala maior, de acordo com as nacessidades.
José Augusto garante que mesmo em escala industrial, para gerar água para uma fazenda por exemplo, os custos são bastante acessiveis, porque os equipamentos serão movimentados através de helices que usam a força gratuita do vento formando energia eolica para atender a um desumificador, conjunto de serpentinas e compressor.
O “Professor Pardal Lusitano” procura agora manter contactos com as autoridades locais, ou empresários interessados na engenhoca que podera contribuir intensamente no suprimento de água, em qualquer parte do Nordeste



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