MOTOR
INERCIAL?
NASA
testa motor impossível
Publicado em 5.08.2014
COMENTARIO
PRÉVIO - MÁRIO SANCHEZ
ESTE
ARTIGO DE HYPESCIENCE ABAIXO coloca em discussão o fenômeno da aceleração de
partículas no vácuo, segundo a sugestão de nosso GEA nada mais sendo do que o
efeito gravitacional/inercial em que todo material quântico é vazio assimétrico
dentro da “massa ou energia escura” e que essa massa expreme para fazer zerar seu
vácuo, e por isso se move entre os outros corpos quânticos enquanto a sua
inércia o permitir.
Vejamos
o artigo:
Quando eu digo que estamos vivendo tempos extraordinários, as
pessoas acham que estou exagerando. Quer prova? A NASA testou um motor que não
deveria funcionar por tudo que sabemos da física. Não só o motor funciona, como
ninguém consegue explicar como é que ele funciona.
A história é, no mínimo, curiosa. Começa com o trabalho de um
inventor, Roger Shawyer, e seu motor, o EmDrive. Basicamente, o Roger Shawyer
alega que, ao introduzir micro-ondas em uma cavidade no vácuo, é possível gerar
impulsão. A explicação relativística de Shawyer não convenceu os físicos que
olharam o projeto, que rejeitaram o motor impossível.
Driblando Newton
Se esta afirmação não te impressionou, vamos dissecar o que ele
disse. Basicamente, existe uma única maneira de gerar impulsão no vácuo: você
tem que arremessar matéria em uma direção para ser acelerada na direção oposta.
Os foguetes queimam combustível que expande e sai em alta velocidade em uma
direção, e com isto obtém esta aceleração.
O princípio básico que está no comando é o princípio da
conservação do momento, ou segunda lei de Newton. É por causa deste princípio
básico que todos os motores para foguetes tem que ter um tanque de combustível,
ou então coletar matéria no espaço para usar como combustível.
Ou tinha, até a invenção do EmDrive. Este motor absurdo funciona
sem combustível: você coloca micro-ondas em uma cavidade especial, e começa a
jorrar matéria.
Mecânica Quântica para o resgate
A melhor explicação que existe para o funcionamento deste motor
é que ele está usando as partículas virtuais que são geradas pela flutuação
quântica do vácuo. A flutuação quântica do vácuo é consequência do princípio da
incerteza de Heisenberg, aquele que diz que você não pode saber ao mesmo tempo
a posição exata e o momento de uma partícula – aumentar a precisão de uma
informação diminui a precisão da outra.
Basicamente, em um vácuo perfeito, surgem partículas de matéria
e antimatéria que, depois de um curtíssimo tempo, se aniquilam e voltam ao nada
de onde vieram. Estas partículas não podem ser detectadas em um acelerador de
partículas, por isto são chamadas de virtuais. O EmDrive causaria um
desequilíbrio na flutuação quântica do vácuo e geraria um plasma virtual, ou
seja, um plasma composto de partículas virtuais.
Sei, a história não cheira bem – provavelmente é coisa de um
maluco que matou as aulas de física. Só que a China não achou isso, resolveu
testar o equipamento e publicou um trabalho em 2009 em
que um protótipo do foguete gerou uma força de impulso de 720
milinewtons, o suficiente para acelerar um satélite, por exemplo (motores
de plasma são fraquinhos mesmo).
Sabendo do sucesso dos chineses, Guido Fetta criou seu próprio
motor sem propelente baseado no EmDrive, mas com outro nome – Cannae Driver -,
e convenceu a NASA a testá-lo. Na 50th Joint Propulsion Conference(algo
como a “50ª Conferência Conjunta de Propulsão”), em Clevelan, Ohio, a NASA
apresentou um trabalho detalhando esses testes. O motor testado pela NASA é um
pouco diferente do trabalho original de Roger Shawyer, e produziu 30 a 50
micronewtons de força, mais de mil vezes menos do que o resultado chinês.
Proxima Centauri, aí vamos nós
E o que isto significa? Para nós, reles mortais, quase nada. Não
vamos ter estes motores impulsionando nossos carros porque eles funcionam no
vácuo, mas, se for um efeito real, e não um erro de medição ou de execução (ninguém
esquece os neutrinos mais-rápidos-que-a-luz, do CERN), isto significa uma
revolução na propulsão espacial. Satélites não precisarão mais carregar
combustível para correção de órbita, apenas coletores solares para obter
energia elétrica.
Sondas interplanetárias que usam motores de plasma também
poderiam ficar mais leves se usassem um motor que não precisa de combustível.
Da mesma forma, as viagens interestelares têm sido descartadas por causa de um
problema – a quantidade absurda de combustível que um foguete tem que carregar.
Com um motor como este, a quantidade de matéria (e o consumo de energia) necessário
para viagens interestelares reduz-se drasticamente.
Isto sem contar com novos conceitos de física que devem surgir
da exploração deste motor. Novamente, se ele não for um erro de medição dos
dois laboratórios – o astrônomo Phil Plait é um dos que acreditam que é mais
provável que se trate de um erro de medida.
Segundo Plait, a interação com partículas virtuais é uma ideia
interessante, mas altamente especulativa, e o trabalho que a Nasa apresentou é
mais um relatório de progresso do que um trabalho científico, que não entra em
detalhes sobre a razão do motor funcionar.
A ideia é esperar por mais evidências, evidências mais fortes,
tanto metafórica quanto literalmente (50 micronewtons não é força suficiente
para derrubar uma lei da física, ou iniciar outra física). [Sploid, Wired,TheVerge, TechTimes, RT, PopSci, Bad Astronomy]
Nenhum comentário:
Postar um comentário