ARTIGO DO
GENERAL AUGUSTO HELENO
16/11/2015 02h00
Jornalistas odeiam
censura e cerceamento à liberdade de expressão, mas alguns se assustam quando
chefes militares da ativa fazem colocações verdadeiras e oportunas sobre a
conjuntura nacional.
Vale
recordar que os profissionais das três Forças se dedicam, durante a carreira,
ao estudo de problemas brasileiros e à avaliação da conjuntura internacional.
Além da
Universidade Militar (quatro anos), cursam, como capitães, a Escola de
Aperfeiçoamento (um ano); depois, mediante concurso, já oficiais superiores, a
Escola de Comando e Estado Maior (dois anos); e, por último, durante um ano, um
pós-doutorado, na área de política e estratégia.
Saem da
teoria e vivem os problemas "in loco". Residem, invariavelmente, nos
lugares mais inóspitos do território nacional, particularmente na Amazônia,
onde, quase sempre, só os "milicos" se fazem presentes. Conhecem o
país como poucos. Pagam impostos e são obrigados a votar.
Importante
notar que a incapacidade de boa parte dos governantes lhes custa caro. Por
conta disso, distribuem água no Nordeste; constroem e reparam estradas e
pontes; ocupam comunidades para reprimir o crime; monitoram, sozinhos, boa
parte das imensas fronteiras; retomam invasões ilegais; cuidam de inúmeras
comunidades indígenas abandonadas; cobrem deficiências do sistema de saúde;
gerenciam catástrofes; combatem a dengue, entre outros.
Ou seja, os
militares cumprem qualquer missão, além de suas tarefas constitucionais. Ainda
assim, são mal remunerados e dispõem de orçamento destroçado. Por motivos
óbvios, não podem se organizar em sindicatos, nem fazer greves.
Os chefes
militares exigem de seus comandados dedicação integral, até em fins de semana e
feriados, sem qualquer remuneração extra. Devem, portanto, mantê-los inteirados
da situação.
O general de
Exército Antônio Hamilton Martins Mourão construiu sua carreira pautado pela
lealdade, retidão e respeito aos subordinados. Soldado exemplar, líder
inconteste, nunca se permitiu mentir, blefar, caluniar ou se omitir.
Desafio que
apontem qualquer inverdade nas palavras que Mourão dirigiu a outros militares,
em atividade interna. Um dos slides de sua palestra informava que "a
maioria dos políticos de hoje parecem privados de atributos intelectuais
próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes
ilusões que levam os eleitores a achar que aquelas são as reais necessidades da
sociedade".
O comandante
do Exército, general Eduardo Villas Boas, julgou que esses são assuntos
institucionais que cabiam a ele, comandante, abordar. Pediu a transferência de
Mourão do Comando Militar do Sul para outra função, na secretaria de Finanças,
igualmente nobre, compatível com o posto que ocupa. Assunto encerrado.
Princípios de hierarquia e disciplina. Simples assim.
Fica a dica:
autoridades civis, que conduzem os destinos do Brasil (aquelas que enfiarem a
carapuça), se querem evitar esse tipo de desconforto, comportem-se com um
mínimo de dignidade, competência e probidade, evitando tantas mentiras,
escândalos e roubalheiras. Não dá para engolir tudo.
Esquerdopatas,
fiquem calmos. São outros tempos. As Forças Armadas seguirão apolíticas e
apartidárias, mas, pelo que levam na alma, jamais serão bolivarianas.
Os
castrenses não pensam em tomar o poder, nem pretendem violar as instituições do
regime democrático em que vivemos, ainda que pleno de imperfeições.
No entanto,
não somos robôs descerebrados e insensíveis. Guardamos, tanto quanto vocês, o
direito e o dever de espernear contra tantos desmandos e falcatruas.
Brasil,
acima de tudo!
AUGUSTO
HELENO PEREIRA, 68, general da reserva do Exército, é Diretor de Comunicação e
Educação Corporativa do COB - Comitê Olímpico do Brasil. Foi comandante da
Missão das Nações Unidas no Haiti (2004 e 2005)
COMENTARIO DO BLOG
SOU CONTRÁRIO A TODO TIPO E MILITARISMO.
ENTENDO MILITARISMO COMO UMA FILOSOFIA QUE DEFENDE QUE OS
MILITARES POSSAM RECRUTAR OS CIDADÃOS DO PAÍS PARA UM PROJETO DE PODER DAS FFAA.
É QUE AS FORÇAS ARMADAS SÃO A DEFESA DA PÁTRIA, DA CIDADANIA,
DAS INSTITUIÇÕES. SÃO UMA INSTITUIÇÃO E NÃO PODEM ARVORAR-SE DONOS DA NAÇÃO.
NAS MÃOS DELES ESTÃO AS ARMAS E A ARTE DA GUERRA.
PORÉM, QUANDO UMA QUADRILHA COM “MILITARISMO CIVIL MAFIOSO”, DESEJANDO
PERPETUAR SUA ESCRAVIDÃO SOBRE O POVO, SE APODERA DAS INSTITUIÇÕES E ESCRAVIZA
A TODOS COMO ESTÁ ACONTECENDO NO BRASIL DE HOJE, É DEVER DAS FORÇAS ARMADAS
USAR AS ARMAS PARA RESTAURAR A ORDEM E EXERCER TODAS AS FUNÇÕES QUE FOREM
NECESSÁRIAS, PARA CONSERTAR A MORAL, A EDUCAÇÃO, AS FINANÇAS, MAS NUNCA PODERÃO GOVERNAR SEM A PARTICIPAÇÃO DE MAIS CIDADÃOS E ESPECIALISTAS CIVIS.
NESTE BLOG PODEM LER ARTIGOS COM NOSSAS PROPOSTAS SOBRE COMO USAR CORRETAMENTE UMA AJUDA MILITAR PARA MANTER A DEMOCRACIA.
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