quinta-feira, 4 de agosto de 2016

MÁFIAS FEUDAIS, ESCRAVOCRATAS IDEOLOGICOS, LOBOS E CORDEIROS

LOBO E CORDEIRO – AS TRÊS MÁFIAS
São três versões da fábula: a Religiosa, a Ideológica e a dos poderes escravocratas Feudais. Todas as três estão unidas sob a aliança escravocrata que transforma o mundo numa imensa senzala.
Primeira versão
A mãe do cordeirinho conta a ele – Era uma vez...
-Já sei, mamãe! O cordeirinho inexperiente foi devorado pelo Lobo mau na beira do córrego...
-E isso, meu filho! Quando estiver bebendo água na beira do córrego que é maravilhoso e a água límpida é para todos... Se o Lobo mau se aproximar, não adianta argumentar. Ele é o demônio de nossa espécie animal. Fuja e não será devorado.
- Eu sei. É bem diferente do nosso Pastor que nos leva a verdes prados, águas maravilhosas, e nos defende dos crocodilos e dos Lobos maus.
A história prosseguiu e o cordeirinho cresceu como um quitute cada dia mais apetitoso, sem ser destruído pelo Lobo.
Até que o Escravocrata veio cobrar o sangue do escravo e fez um lindo assado de tudo que o cordeirinho tinha armazenado em suas carnes.

Segunda versão – A mãe do Lobinho conta pra ele – Era uma vez...
- Já sei, mamãe! O Lobinho inexperiente foi beber água no córrego de águas maravilhosas e límpidas que existem para todos, inclusive para os cordeirinhos, nosso quitute mais delicioso. Apareceu um cordeirinho abaixo do lobinho inexperiente e quando este perguntou – por que sujas a água que eu bebo? O cordeirinho inteligente se defendeu explicando – como pode ser isso, se estou abaixo? E o Lobinho se foi sem seu almoço!
- Então já sabe a lição, né? Devemos devorar sem discutir, pois se assim não fizermos, vamos estar sem forças pra enfrentar o inverno onde nada se encontra pra viver.
O Lobinho se foi pela mata, devorou os cordeirinhos, cresceu forte e atrevido. Até que um dia um caçador mais forte lhe deu um tiro certeiro e levou sua pele para fazer a sacola de caça e a cinta de couro pra pendurar as armas.

Terceira versão – o pai adepto da lei de Gerson, conta a seu filhinho: - Era uma vez...
- Já sei, papai! O cordeirinho foi beber água no riacho e o Lobo mau que estava acima o acusou de estar sujando a água que ele bebia e houve duas possíveis finais – ou o cordeirinho explica que não podia sujar a água que o lobo bebia porque estava abaixo, e vai embora sem o Lobo o devorar, mas um dia será devorado pelo seu criador; ou então o Lobo que é mais forte não aceita explicações e devora o cordeirinho...
- É isso, meu filho! Temos que levar vantagem em tudo! Devore o cordeirinho quando estiver bem forte e assim vamos escravizando cordeiros, lobos, a floresta e os caçadores que caírem nas nossas mãos.
O menino cresceu comendo carnes de cordeiros, matando lobos, escravizando ou matando caçadores para dominar os rios, as matas, as terras, as riquezas.
Um dia chegou à beira de um córrego que antigamente era de águas límpidas e assistia a discussão de lobos e cordeiros. Tentou beber e era água suja como esgoto... Gritou - Quem sujou a água que eu bebo?
O eco respondeu, ecoando pelos vales desertos, refletido pelas pedras nuas das pedreiras das mineradoras ... Quem sujou?... Quem sujou?... Quem sujou?...
E nem o eco responde.
Mandou os fiscais cobrar trilhões das mineradoras como multa pela represa que espalhou por centenas de quilômetros os resíduos tóxicos..
Olhou de novo para as águas sujas e só viu seu rosto refletido no espelho acusador...
Ainda bem que ele viu e resolveu mudar tudo, porque iria ganhar muito mais se fizesse das terras, dos rios, dos cordeiros, dos lobos e dos homens um Condomínio de elementos responsáveis, sem escravagismos odiosos e de eterna vingança entre todos. E assim os homens viveram milênios de prosperidade e paz desse dia em diante.
Ou não? Tudo continuou arrastando as correntes dos escravos para dentro de senzalas e grades nojentas, com novas leis de impostos e multas e ilusões eletrônicas mudando as mentes dos escravos, abatendo os que reagem com as balas e venenos não identificados, pagas aos capitães de mato e capatazes engravatados, eleitos por urnas falsificadas, dinheiros roubados, e pelegos pensando que a lei de Gérson é a única lei do mundo.
E aí amanhã não haverá nem rios sujos refletindo o rosto dos criminosos, nem vales desertos para ecoar nas pedras nuas o grito de “Quem sujou?”...

Aliás, nem haverá rosto para refletir na sujeira, nem voz na garganta de mortos vivos, para o eco refletir algo em pedras nuas. 

Nenhum comentário: