OS INIMIGOS DA PEC DO
TETO
Por : Percival
Puggina
COMENTÁRIO
PREVIO – Concordo com toda esta argumentação. Faltou mandar recado ao PGR e ao MPU
que inconstitucional em afronta à autonomia dos poderes é a intromissão nas atribuições
do legislativo querendo proibir que legisle...
Se o
Executivo quiser passar por cima do Legislativo no assunto dos Impostos, leiam no
meu blog como podem fazer uma RENÚNCIA FISCAL monumental, pois abaixar impostos
independe de Congresso
http://mariosanchezs.blogspot.com.br/2016/04/brasil-tem-conserto-mas-quem-se-habilita.html
http://mariosanchezs.blogspot.com.br/2016/03/impostos-curva-de-laffer.html
http://mariosanchezs.blogspot.com.br/2014/10/subsidios-para-reforma-tributaria.html-
http://mariosanchezs.blogspot.com.br/2016/03/impostos-curva-de-laffer.html
http://mariosanchezs.blogspot.com.br/2014/10/subsidios-para-reforma-tributaria.html-
Transcrevo o artigo:
Outra semana decisiva no Congresso
Nacional. Há vinte anos abandonei as disputas eleitorais, convencido de que
serviria melhor meu país escrevendo e falando do que buscando eleitores. Mesmo
assim, esporadicamente, sou acometido de um desejo descabido de estar em
Brasília para certas deliberações como o impeachment de Dilma Rousseff ou,
agora, a PEC 241. Felizmente é uma vontade que dá e passa, semelhante àquele
impulso de acender um cigarro que acomete ex-fumantes como eu em momentos de
estresse.
A confissão destes pecadilhos por
pensamento vêm à conta da Proposta de Emenda à Constituição mencionada acima e
que estabelece teto para os gastos públicos, limitando-os ao reajuste da
inflação, por um prazo de 20 anos que poderá ser revisto após 10 anos. Se mesmo
com leis de responsabilidade fiscal o gasto público cresce desmedidamente acima
da inflação e da arrecadação, somente uma providência rígida e incontornável
poderá lhe impor freio. São compreensíveis as reações em contrário. Num país onde
30 dias é longo prazo, falar em 20 anos de ajuste soa como maldição ou
sortilégio, principalmente entre aqueles que se acostumaram a gastar jogando a
conta para as incertezas do futuro.
Acontece que o futuro, ele mesmo,
pode ser de risonhas expectativas ou de fatalidades. Pode estar em alguma dobra
remota do tempo ou na batida do relógio, como acontece agora com o Brasil, após
13 anos de petismo no poder. O futuro deixou de ser um prego onde,
simbolicamente, estavam penduradas nossas promissórias e veio atropelar-nos,
também simbolicamente, como um trem andando em nossa direção. Três anos de
tombo no PIB e 12 milhões de desempregados depois, a economia brasileira é um
hospital de campanha armado à beira do trilho onde estacionamos.
Pois eis que lá do vale das sombras onde se
encontram - logo quem, santo Deus! - o PT e o PCdoB entraram no STF com mandado
de segurança contra a PEC 241. Não contentes com o estrago feito, querem que
persista. Sobre esse instrumento se debruçarão as sensíveis e corporativas
almas dos senhores ministros. Lá da Procuradoria Geral da República, parte uma
nota técnica, endereçada ao Congresso Nacional, sustentando a
inconstitucionalidade da PEC por "afronta à autonomia dos poderes de
Estado".
Não me convencem os estertores
ideológicos da dupla que botou o Brasil no vermelho. Por outro lado, nesta
pauta, não creio nas motivações constitucionalistas do Ministério Público da
União (MPU). Tenho bem presente que sua prodigalidade e patrimonialismo chegaram
ao cúmulo de requerer o direito de voar em classe executiva, mandando a conta
das mordomias correspondentes para a turma da cabine de trás e para a turma da
fila do ônibus!
Quando o Congresso estabelece a Lei
de Diretrizes Orçamentárias, ele define, na forma da Constituição, os limites
de gastos dos poderes e do MPU. Como bem argumenta o governo, se o Legislativo
pode limitar por lei as despesas da União com seus poderes e instituições,
maior legitimidade terá mediante dispositivo constitucional, como estabelece a
PEC 241.
Ela não "congela" coisa
alguma. Apenas proíbe corrigir os gastos acima da inflação. Ponto. Uma vez
adotada, cria-se estabilidade fiscal para atrair investimentos e a economia
crescer. Com a economia, crescem os empregos, a renda das pessoas e a
possibilidade de pagar a conta pendurada no prego. No meio do percurso dará,
até mesmo, para desarmar o hospital de campanha.
________________________________
* Percival Puggina
(71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e
escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas
de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a
tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo
Pensar+.
Nenhum comentário:
Postar um comentário