TRUMP acusa AMAZON
de prejudicar milhares de varejistas e pagar poucos impostos
Presidente volta
a atacar a empresa de Jeff Bezos, também proprietário do ‘THE WASHINGTON POST’
AMANDA MARS - Washington
30 MAR 2018 - 21:33.
Donald Trump
retomou nesta quinta-feira seus ataques à Amazon, o gigante do comércio
eletrônico que está na mira do republicano desde que ele lançou sua candidatura
à Casa Branca. Desta vez, acusou a companhia de pagar menos impostos do que
deveria e de causar o fechamento de milhares de empresas do varejo. As práticas
da empresa já foram criticadas em outros países e âmbitos, mas no caso de Trump
o ataque tem outros ângulos. O fundador da Amazon, Jeff Bezos, é dono do The
Washington Post, outra pedra no sapato do presidente norte-americano.
Após reforma de
Trump, Apple pagará maior valor em impostos da história dos EUA aproximadamente
38 bilhões de dólares.
A nova saraivada
foi disparada no começo da manhã, após um mau dia para a Amazon nas Bolsas, com
uma perda de mais de 4% do seu valor de mercado, puxada justamente pelo temor
de que o Governo Trump venha a endurecer as regras para o comércio eletrônico.
Um artigo do portal Axios havia relatado que o republicano está “obcecado” com
a empresa queria ir “atrás dela”.
“Manifestei
minha preocupação com a Amazon muito antes das eleições. Diferentemente de
outras, pagam poucos ou nenhum imposto aos Governos estaduais e locais, usam
nosso sistema postal como distribuidor (o que causa tremendos prejuízos para os
Estados Unidos) e estão excluindo muitos milhares de varejistas do negócio”,
disse Trump na sua conta do Twitter. E as ações da Amazon voltaram a cair.
Nenhum
presidente nos EUA costuma atacar pública e diretamente qualquer companhia, mas
essa é uma das tradições que Trump rompeu assim que chegou ao cargo, criticando
também a Apple por fabricar no exterior, a Boeing pelo custo dos seus aviões e,
muito especialmente, os veículos de comunicação, com o Post, o The New York
Times e a CNN à frente, pela maneira como cobrem suas atividades. No caso da
Amazon, os dois assuntos confluem. Durante a campanha eleitoral, Trump acusou
Bezos de usar o jornal como arma para fazer lobby. “Usa o The Washington Post
para o poder, para que os políticos em Washington não cobrem da Amazon os
impostos que deveriam cobrar”, disse.
As práticas
fiscais da Amazon têm recebido críticas dos dois lados do Atlântico. A natureza
digital da sua atividade a livrou durante anos do pagamento de tributos que
outros distribuidores com estabelecimentos tradicionais precisam assumir. Isso,
somado a algumas isenções fiscais e outros atalhos, permite que a empresa acabe
desembolsando ao fisco, em termos relativos, menos que a metade que a rede de
supermercados Walmart, o maior empregador dos Estados Unidos. Um relatório da
S&P Global Market Intelligence determinou que, entre 2007 e 2015, a
companhia de Bezos pagou uma taxa média efetiva de 13% (contando impostos
locais, estaduais, federais e estrangeiros), quando o imposto federal para
pessoas jurídicas era de 35%. A tributação média do Walmart, para efeito de
comparação, foi de 31% nesse período.
O uso do serviço
postal para as tarefas de distribuição também gera ressentimentos. Os analistas
acreditam que a Amazon economiza dinheiro usando esses serviços em vez de
contratar empresas de transporte de cargas, como a FedEx. O gestor de um fundo
com investimentos nesta última companhia, Josh Sandbulte, queixou-se em meados
do ano passado no The Wall Street Journal de que os Correios dos EUA ofereciam
condições muito mais econômicas à Amazon, e que isso na prática era uma forma
de subsídio disfarçado.
O crescimento da
Amazon, que promoveu uma revolução no comércio desde a década passada, fez de
Jeff Bezos o homem mais rico do mundo, ultrapassando Bill Gates. A empresa, que
faturou três bilhões de dólares (dez bilhões de reais) no ano passado, pôs em
xeque o comércio tradicional em muitas cidades.
Mas a
inquietação com este assunto é surpreendente quando vinda de alguém como Trump,
que promove uma guinada liberal na pauta econômica, com desregulação das
atividades e grandes reduções tributárias. Choca também por vir de um magnata
que escreveu um livro chamado The Art of the Deal (“a arte do negócio”), em que
dá inúmeros conselhos sobre a negociação agressiva, e que alardeou durante a
campanha eleitoral a sua habilidade para evitar o pagamento de impostos.
A porta-voz da
Casa Branca negou na quarta-feira que houvesse um plano específico para
atrapalhar a expansão da Amazon, mas no dia seguinte Trump disparou tuítes
contra a companhia. Em meio à confusão, Wall Street apertou o botão de vender
ações.
COMENTANDO
– Desta vez não temos o que acrescentar ao que o GEA nos disse. Alguém do GEA
mandou que eu diga – As Máfias estão unidas para destruir o sonho americano
pagos pelos Bancos.
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