segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O CÃO, O GOLFINHO E O FIM DO MUNDO

BRINCANDO E APRENDENDO?
 
RESUMO - Não levem a sério, não! Nem penso em sugerir este Apocalipse aos Mestres, não! Eu acredito em você, em mim e em mais de dois bilhões de seres humanos capazes de continuar a civilização após o dia seguinte em que os Mestres expulsem o dragão.
 
Era um vez o Fim do Mundo. Em forma de filme "mexicano", o Grande Ditador conseguiu chegar ao Poder Absoluto Global. Eleito pela ONU para governar o Banco Central do Planeta, "ele, o Dragão" conseguiu extrair todo o ouro dos cofres dos Bancos. Sem fazer circo de catástrofes tonitroantes e declarando-se o Papai Noel do Mundo, sorrateiramente conseguiu aos poucos exterminar todos os seres humanos que havia na Terra. Eis como fez.
 
Abriu os cofres e convenceu a todos que ele era o encarregado da intervenção. Assim completou o sonho do Admirável Mundo Novo. Sem nenhuma violência avançou a Terra em tecnologia total de automação a serviço dos seis bilhões de humanos, preservou a natureza e colocou laboratórios automáticos fornecendo pastilhas alimentares capazes de dar todo o gosto da gastronomia mais apurada e isto tudo gratuito. Todos tinham função altamente remunerada em ocupação artística, "espiritual", "informativa", de tal modo que foi introduzindo esterilizantes nas pastilhas, constantemente ia mudando as pessoas de lugar, tudo estava registrado em seus computadores e estes, automaticamente decidiam o destino e os pensamentos das pessoas. Assim hipnotizados ninguém percebia que seus amigos deixaram de ser seus amigos e ninguém precisava de ninguém. Parou de nascer gente e ninguém se preocupou. Cada um ia morrendo sem haver convites para funerais. Os corpos iam sendo processados pelos robôs e reconvertidos em pastilhas. Em breve as pastilhas eram produzidas em excesso e jogadas ao mar para "repor a flora e a fauna". Um dia não havia mais ninguém e é evidente, ninguém se importou... hehehehehe....Ele reservou uma menina para ser sua mulher para repovoar a Terra somente com sua descendência já que ter corpo terrestre é condição para estar aqui.
 
Já com tudo concluido como queria, seus sensores psicotrônicos avisavam que em algum lugar do planeta, havia sobrado um menino-lobo que fugiu ao deserto e os lobos o protegiam. Criou assim um "psykillwolf" para exterminar todos os lobos, já que o menino havia adquirido a vibração lupina e por isso escapara do extermínio. Um dia seu sensor psicotrônico informou que estavam extintos todos os sinais de lobos na Terra.
 
Por fim estava seguro de que só ele, Dragão, era o novo Eros no Paraiso, único vivente com uma Psiquê Eva. Partiu para uma praia tranquila onde aguardaria a chegada da puberdade da menina para o reinício do povoamento.
 
Um dia, muito depois... O verão estava começando. Pousou no pinheiro à sua frente um rouxinol, que o encantou com seus trinados maravilhosos. Ele dormiu ouvindo a canção que cantava já a primavera. Sonhava ainda com suas escamas - Sou o novo Adão de uma nova Raça, a Raça Superior... E Eva está pronta em um mês! De repente acordou quando ouviu o uivo e o latido de um cão e se espantou.
 
Saíu para ver. Não acreditava em seus olhos: a Primavera havia explodido por toda parte. Como? Ainda era verão, há uns minutos... E já era plena primavera? Como? Ele não havia mandado ser primavera! Sua idéia era curtir lentamente sua façanha. A menina ria, nadando na praia e o cão estranho latia para ela nas areias prateadas. Olhou melhor: A menina está grávida!!!  Rápido colheu uma faca e partiu para matá-la: Eu não fiz nada com ela! Me traíu! Sobrou alguém? Dormi dez meses!
 
Tropeçou com um forte rapaz. Atracou-se com ele o matou. Entendeu que este havia sobrado protegido por um cão, quando ele matou os lobos.
Pulou para as águas e rasgou o ventre da moça. Mas, como em bom final de filme mexicano, o cão saltou direto a sua nuca e lhe quebrou o pescoço. Assim saíu do corpo e sentiu-se atirado de volta ao seu Planeta. Enfim, o Fim!
 
A maré com suas ondas foi levando para longe a menina com o ventre rasgado. O cão de guarda sentado sobre as patas traseiras ao lado do seu jovem companheiro humano morto, uivava e latia no desespero de ver assim terminar sua missão de acompanhar o homem que vinha executando por milhões de anos...
 
A noite de lua cheia do festival de Wesak caiu sobre a cena do último adeus ao Homem. Quem sabe se assim haveria finalmente paz para todos os seres, com o último capítulo de Eros e Psiquê. O cão uivava o seu mais triste lamento. Lamentava-se em seus mais altos brados, clamando aos céus. Seu amigo e sua amiga estavam mortos. De nada haviam servido a dedicação e carinho ao menino do deserto. De nada serviu o sono dado ao dragão pelo canto do rouxinol. De nada serviu passar-se por lobo para salvar o último homem, encontrar para ele a última mulher e proteger os dois até que iam nascer agora os primeiros membros da Nova Humanidade. Uivava o Triste Fim, como Nostradamus descreveu, "o grande mastim latiu a noite inteira".
 
Quando amanheceu, um golfinho estava chamando o cão: uáu-uáu-uauuu... Héhêhé! Héhêhé! Héhêhé...
Correu para ver. Na água boiavam dois pequenos humanos, um menino e uma menina, nadando com os pequenos golfinhos, como se fosse um deles. 
Eles faziam a festa ajudando a manter as crianças na superfície. A cezariana dentro da água foi assistida pelos amigos golfinhos e estava tudo bem. Agora chamavam o cão, fiel companheiro de terra...
 
O cão entendeu e latiu feliz chamando sua companheira que respondeu da beira da mata. Não só respondeu. Também correu trazendo atrás seus pequenitos e anunciando-lhes: Terão companheirinhos! uáuáuáuáu! Mãos à obra! Amamentar! Nada está perdido! 
 
Aqui você pode dar asas a sua imaginação e criar um novo romance de renascer da humanidade sem dragões atrapalhando...E com golfinhos e cão fiel ajudando e ensinando. Ficções nossa mente é fértil para criar.
 
Era uma vez um Fim do Mundo!
E era outra vez um recomeço de tudo.
Do alto, os Budas olhavam e sorriam.
 
Era uma vez, um cão, um golfinho, um fim e um recomeço. Amanda-Buda (o casal da alegre e feliz iluminação) desceram da Ilha do Céu e recolheram o casal preservado, selecionado por eles com estes atos. Levaram os dois ao Reino onde não há mais morte e é eterno dia de primavera. Ali a educação com os doze princípios da Lei Universal criaria em mil anos os corpos necessários para receber os sessenta bilhões de seres humanos sedentos por aprender e alcançar a iluminação. Ali os novos humanos saberiam desde o começo que não precisamos de comidas destrutivas. Não haverá dragão para corrompê-los. E há os Budas para educar a todos. Passam-se os mil anos de governo bom e abrem-se as consciências.
 
Após esses mil anos o dragão que foi levado aos abismos siderais, retornará. Suas naves coalham os céus e cercam o acampamento dessa nova humanidade. E os Budas finalmente apagarão o Invasor das dimensões de nosso Universo devolvendo-o a sua posição no Eterno Retorno dentro da etapa obscura dos Nove Universos evolvendo Sem Fim. Assim os Budas apagam seu último apego a esta Humanidade e partem para sua eterna paz da contemplação sem fim, Fora do Pontinho Espaço-tempo onde gravitam os Nove Universos. Falaremos depois sobre estes Nove Universos. 
 
Depois de deixar passar uma sugestão de que o dragão pode conseguir "quase" o pior, volto ao começo: Não acredito que os Budas precisem que cheguemos a esse ponto. Eu acredito em despertar da consciência de pelo menos dois bilhões de humanos. Acredito que a tecnologia que a Humanidade alcançou não foi inútil. Acredito também que todas as tecnologias em andamento usadas para o mal são parte do nosso aprendizado e vamos vê-las usadas para melhorar. Sei que as sugestões de outras tecnologias ainda maiores vão ser realizadas. O Dia Seguinte à Intervenção do Alto é um dia de muito trabalho, alegria e união feliz de todos. E esta ficção não acontecerá porque é incoerente: Nem o Dragão sabe fingir-se de tão bonzinho assim, nem os Budas estarão tão cochilados para deixar passar essa transgressão do ultimato dado por Jeovah no Livro de Jó - "Não lhe tires a vida".
 
Enquanto isso e para tudo de bom  acontecer... Façamos nosso Jejum pela Paz, sonhando com o dia prometido em que ocorrerá a intervenção!
 


Um comentário:

Eduardo S. Vitale disse...

Floco de Neve


"Sabes me dizer quanto pesa um floco de neve?"perguntou um pardal a um pombo silvestre.
"Nada de nada", foi a resposta.
"Nesse caso vou lhe contar uma história maravilhosa", disse o pardal.
"Eu estava sentado no ramo de um pinheiro quando começou a nevar.Não era nevasca pesada ou furiosa. Nevava como em um sonho: sem ruído nem violência. Já que não tinha nada melhor a fazer, pus-me a contar os flocos de neve que se acumulavam nos galhos e agulhas do meu ramo.Contei exatamente 3.741.952. Quando o floco número 3.741.953 pousou sobre o ramo – nada de nada como você diz – o ramo se quebrou."

Dito isso, o pardal partiu em vôo.
A pomba, uma autoridade no assunto desde Noé, pensou um pouco na
história e finalmente refletiu:
"Talvez esteja faltando uma única voz para trazer paz ao mundo".



Conto adaptado de New Fables: Thus Spoke the Caribou, de Kurt Kauter, e publicado na Revista Thot, nº 58, 1993, da Palas Athena.

www.educacaoparapaz.com.br
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