TCHAU, BRASIL
Os milionários brasileiros estão investindo
cada vez mais fora do país.
Há boas oportunidades de ganhar dinheiro no
exterior, mas o que essa turma quer mesmo é se proteger.
Tatiana Bautzer e Patricia Valle, de in Share155 Joe Raedle/Getty
Imagens Vistas de Miami: alguns bancos já têm
assessoria imobiliária no exterior para clientes brasileiros.
São Paulo - Pouco depois do estouro da crise
financeira mundial em 2008, os brasileiros despontaram como compradores de
imóveis nos Estados Unidos, especialmente na Flórida. Com a queda dos preços
provocada pela recessão, casas e apartamentos de luxo em cidades como Miami e
Nova York chegaram a ficar mais baratos do que os vendidos em bairros de São
Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Nos últimos meses, porém, ficou claro que os
brasileiros ricos não querem só passar férias com a família no exterior. Eles
estão investindo uma parcela maior de seu patrimônio fora do país, em ações,
títulos de renda fixa e, claro, imóveis, majoritariamente nos Estados Unidos e
na Europa.
Os números desse movimento ainda não foram
divulgados pelo Banco Central, que só reporta anualmente o total de recursos
enviados por investidores para fora do país.
Mas dez executivos de alguns dos principais
bancos e assessorias financeiras do Brasil disseram a EXAME que o percentual do
patrimônio que seus clientes aplicam no exterior é o maior dos últimos dez
anos. Os ricos, em suma, estão dando um “bye-bye, Brasil” coletivo.
Na GPS, maior assessoria financeira do país, com
17 bilhões de reais sob gestão, a parcela do patrimônio dos clientes de altíssima
renda alocada fora do país dobrou nos últimos 12 meses, para 30%. No Santander,
o aumento foi de 110% desde dezembro, e hoje a fatia está em cerca de 30% do
volume total.
Os demais bancos consultados — Bradesco, HSBC,
UBS e outros que não quiseram ter o nome divulgado — disseram que o percentual
oscila entre 20% e 30% e que as remessas para o exterior começaram a ganhar
força no fim de 2013. A estimativa é que, no primeiro semestre deste ano, cerca
de 4 bilhões de dólares tenham saído daqui (em 2013, o total foi inferior a 6
bilhões de dólares). A imensa maioria desses investidores aplica, no mínimo,
1,5 milhão de dólares no mercado externo: enviar um volume abaixo desse não
compensa em razão das taxas bancárias e dos custos de movimentação.
Mas vale a pena investir fora do país agora? Os
ricaços brasileiros estão agindo por ganância ou por medo? “Quem manda dinheiro
para fora está mais preocupado em proteger seu patrimônio do que ter retornos
elevados”, diz o diretor de um banco nacional que pediu para não se
identificar.
A principal preocupação dos investidores, segundo
os profissionais ouvidos por EXAME, é a perspectiva de uma nova desvalorização
do real — aplicando no exterior, eles conseguem proteger seus recursos desse
risco. “Isso costuma acontecer quando há um cenário de incerteza. Hoje, as
dúvidas são provocadas pela eleição presidencial”, diz Paulo Corchaki, diretor
de investimentos do banco UBS.
A maioria dos economistas acredita que, qualquer que seja o resultado
das eleições, o câmbio deverá desvalorizar até o fim de 2015, devido ao aumento
do déficit externo. A projeção média é que o dólar feche o próximo ano em 2,50
reais, o que representa queda de 10% em relação à cotação atual. Mas vai saber
como o câmbio vai reagir ao novo governo — e, na dúvida, a turma está comprando
lá fora.
Uma parcela dos investidores diz estar mandando recursos para o exterior
por temer que as condições econômicas piorem no Brasil. Na conta deles, está o
risco de reajustes de tarifas e preços como o dos combustíveis, que estão
defasados cerca de 11% em relação aos preços internacionais do petróleo pagos
pela Petrobras na importação.
Há ainda os alarmistas, que temem que o novo governo eleve impostos
sobre investimentos ou limite remessas para o exterior. Os executivos de
mercado disseram que não viam essa “apreensão” entre os investidores desde a
primeira eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002.
Na época, o movimento foi muito mais intenso: os
investidores mandaram cerca de 9 bilhões de dólares para fora do país, o dólar
bateu os 4 reais e o Ibovespa caiu 17% em 12 meses (neste ano, o índice está
subindo 16%).
Mas vale olhar também o que está acontecendo lá
fora. Além do medo do que pode se passar por aqui, o interesse dos investidores
em aplicar no exterior se deve ao bom desempenho de vários mercados.
A bolsa de Nova York subiu 79% em cinco anos, e a
do Japão, 48%, enquanto o Ibovespa valorizou só 3,5%.
Desde dezembro de 2009, o preço de imóveis nas 20
maiores cidades dos Estados Unidos aumentou quase 20%.
Os juros pagos pelos governos de países europeus,
como Espanha, França e Itália, caíram drasticamente desde a crise de dois anos
atrás — quem
apostou na queda ganhou muito dinheiro.
Na tentativa de abocanhar parte desses ganhos,
dezenas de fundos multimercados brasileiros passaram a comprar ações e títulos
no exterior, mantendo os recursos dos cotistas no país (só em 2013, o
patrimônio desses fundos aumentou cinco vezes, para 3 bilhões de reais, segundo
a consultoria Risk Office).
Está tudo muito bem até agora, mas o risco parece
alto olhando à frente. A dúvida é se essa alta de preços em muitos desses mercados
é sustentável ou se tem sido inflada pelos juros baixíssimos praticados nos países
desenvolvidos.
É bolha? Cada vez mais analistas estão apostando
na segunda opção: o BIS, o banco central dos bancos centrais, vem alertando em
artigos — o último deles publicado em junho — para a formação de bolhas
financeiras em diversos países.
Os bancos e as assessorias consultados por EXAME
recomendam que seus clientes endinheirados apliquem no exterior uma pequena
parcela do patrimônio, entre 10% e 15% do total. O objetivo, dizem, é
diversificar riscos.
Atualmente, a principal indicação é aplicar em
fundos de ações que invistam nas bolsas dos Estados Unidos e da Europa, que
podem ganhar com a esperada retomada da economia.
Os especialistas também recomendam imóveis, principalmente os comerciais,
que podem ser alugados e dar um rendimento mensal.
O banco Santander montou uma área para assessorar seus clientes nisso, e
o Credit Suisse, o HSBC e o Itaú estão vendendo fundos imobiliários nos Estados
Unidos e na Europa.
Para quem prefere a renda fixa, o conselho é
investir nos países desenvolvidos, porque o risco é menor, mas procurar opções
que rendam mais do que os títulos públicos, com suas taxas próximas de zero.
As alternativas são papéis de empresas sem grau
de investimento e fundos que apostam na alta dos juros nos Estados Unidos e
estão ganhando dinheiro. O rendimento não é nenhuma maravilha — tem ficado em
torno de 5% ao ano —, mas pode fazer sentido para quem está querendo dar um
tempo no risco Brasil.
COMENTÁRIO
EXISTE SOLUÇÃO PARA QUEM GANHAR AS ELEIÇÕES?
TEMOS NO EXTERIOR MAIS DE QUINZE MILHÕES DE BRASILEIROS QUE SE FORAM A PARTIR DE 1988, LEVANDO SEUS CONHECIMENTOS E ALGUNS CAPITAIS. PODEMOS ACREDITAR QUE PASSEM DE QUINHENTOS BILHÕES DE DÓLARES ESSES CAPITAIS. JÁ OS CONHECIMENTOS SÃO TODOS DE ALTO NÍVEL E NÃO DÁ PARA IMAGINAR O QUE PODERIAM FAZER AQUI SE VOLTASSEM.
SERÁ QUE ALGUÉM TEM CAPACIDADE PARA MUDAR NOSSOS IMPOSTOS DE MODO A PERMITIR QUE VOLTE PELO MENOS METADE DISSO?
PELA EXPERIÊNCIA DE PAÍSES QUE FIZERAM ESSAS BURRICES NO PASSADO, NUNCA NINGUÉM VOLTA MESMO QUE LHES PROMETAM GARANTIA TOTAL!
O RESUMO DE NOSSA AVALIAÇÃO É DE QUE OS ERROS APONTADOS SÃO DE TODOS OS GOVERNOS DO MUNDO, PORQUE CONTINUAM, COM MAIOR OU MENOR ÊNFASE, CONTINUAM CONTAMINADOS PELO VÍRUS DA ESCRAVIDÃO.
EMBORA VEJAMOS A CORÉIA DO SUL, ISRAEL E JAPÃO PROCURANDO AUMENTAR A LIBERTAÇÃO DAS PESSOAS PARA CONHECER E PROSPERAR, A SOMBRA DOS FANTASMAS DOS SISTEMAS EM LUTA PELA HEGEMONIA DO MUNDO OS OBRIGA A DESPESAS DE VIGILÂNCIA, DEFESA, ARMAMENTOS E ESPIONAGEM QUE SÓ GOVERNOS FORTES PODEM FAZER.
LAMENTAMOS, MAS É ASSIM: NÃO HÁ LIMITES PARA A RIQUEZA NA COOPERAÇÃO, PARA O PROGRESSO DAS MÁQUINAS, PARA O CRESCIMENTO DO CONHECIMENTO, PARA O ALONGAMENTO DA VIDA COM SAÚDE, ETC, ESPECIALMENTE EM PAÍSES COM OS RECURSOS QUE TEMOS NO BRASIL, MAS, A MANIA DE ESCRAVIZAR NÃO DEIXA QUE ISSO PROSPERE.
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