UM UNIVERSO QUE VEIO DO NADA – LAWRENCE MAXWELL KRAUSS
COMENTARIO – Este é mais um estudo sobre a
Física Quântica de modo filosófico. Falta hoje aos ditos cientistas da física
quântica a noção clara de que o quantum não é feito de nenhum material observável.
E também falta a eles a noção de poder que a força da gravidade possui. Quando
falam de simetria e supersimetria mostram que ignoram a sua própria informação de
que o volume do que é quântico é assimétrico em relação ao campo da Gravidade
em nada menos do que um quarentilhão de vezes. Concordo com Lawrence Krauss
quando afirma que a ciência deve avançar sempre de modo pragmático com base em
experimentos. Concordo, portanto em que os estudiosos procurem conhecer mais sobre
como as coisas são em vez de querer manipular o conhecimento perguntando “por quê
as coisas são como são” para introduzir sua noção de um agente criador externo
às coisas. Nesse sentido eu vou mais à frente, e procurei a resposta à pergunta
–“como posso trazer ao campo quântico a energia do campo gravitacional e assim
confirmar Einstein que viu sempre que esse campo é um mar de energia sem fim.”
CONSEGUI TRAZER. E a pergunta que ele faz timidamente ao final sobre entender a
origem da vida e seus caminhos, dentro da física quântica, me parece que,
explicada a Natureza desse campo não visível e tendo conseguido trazer dele quanta
energia quisermos, o próximo passo a merecer nossa atenção é também FAZER VIR
DESSE CAMPO A LONGEVIDADE do mesmo tamanho para nossas vidas.
VEJAMOS EM RESUMO O QUE O LIVRO DIZ:
PREFACIO – Começa explicando que o “nada” é tão físico como o “algo”.
Diz no prefácio que acabará falando do Universo em expansão. Conta que fez
palestra em outubro/2009, com este título e o vídeo recebeu mais de um milhão
de acessos. As confusões de interpretação foram a causa de revisar as ideias e
fazer este livro.
I – Uma história cósmica de mistério – o início – Começa contando da
Teoria da Relatividade Geral de Einstein em 1915 e sua discordância com a
imagem do Universo conhecido. Faz lembrar que Einstein sempre se preocupou com
experimentos e observação. Conta da teoria do Big Bang apresentada por Lemaitre
em 1930 como tendo começado com um Átomo Primordial. No confronto com a
religião (criacionismo) Lemaitre explicou que o assunto sobre se houve ou não o
BIG BANG é uma questão de ciência, alheia a discussão metafísica ou religiosa.
Em 1925 Hubble dá a público resultados de dois anos de pesquisa sobre nebulosas
espirais. Conta que tudo começou com Isaac Newton em 1665 fazendo a
decomposição de um raio de luz por um prisma nas cores conhecidas. Efeito
Doppler. Em1929 foi medida a velocidade de expansão no afastamento das
galáxias. Houve confusão nas conclusões das medidas. Depois disso concluiu-se
que nesse início só Hidrogênio, Deutério, Hélio e Lítio foram gerados e os
demais resultam de explosões de estrelas depois disso. Diz concluindo o
capítulo: de Ticho Brahe e Kepler, Lemaitre, até Einstein e Hubble, ...
quatrocentos anos de ciência produziram uma imagem consistente de nosso
Universo”.
II – Uma história cósmica de mistério – Pesando o Universo. – Começa
perguntando – Se o Universo teve um começo, como terminará? Afirma que a
Gravidade é a força que atua na grande escala. Discutindo o fato das partículas
poderem levar a entender uma matéria escura com outra estrutura nuclear, gerava
3 linhas de pesquisa – 1.Partículas novas; 2.Novos experimentos para achar essa
matéria invisível; 3.pesquisando a natureza dessa matéria, chegar a saber como
acabará o Universo. Krauss gasta o resto de 10 páginas deste capítulo para
expor as discussões sobre como achar essa matéria e que levaram a estabelecer
sua proporção com a matéria visível. Ele pensa que o Colisor da Hadrons
terminando de ser instalado pode trazer as soluções.
III – Luz no início dos tempos – Depois de Lembrar a geometria
hiperbólica de Lobachevsky, com as paralelas divergindo, coloca a questão de
que a medida do Universo resultante das análises da Radiação de Fundo, embora
tenha começado argumentando que haveria muita matéria do campo invisível que
nunca poderemos ver, o Big Bang nos levaria a 13,72 bilhões de anos como idade
de nosso Universo. Krauss ocupa as 15 páginas do capítulo para levantar os
possíveis estudos sobre o planisférico das observações siderais e a proposta de
que nosso Universo pode ser “plano”. Conclui o capítulo a favor de negar essa
teoria do Universo Plano ao observar que há uma divergência de 3 vezes a menos
no peso do Universo assim calculado, visto que não conferem a medida da massa
com a medida de curvatura. Falta energia.
IV – Muito Barulho por Nada – Assim 70% da energia estariam escondidos
sem aparecer nem dentro, nem ao redor das galáxias, nem fora desses aglomerados
de galáxias. Volta aos cálculos de Einstein de 1917 levando a uma diferença
entre os dois lados da equação criando um termo cosmológico “constante” – a
constante cosmológica. Krauss brinca com as palavras imaginando a resposta de
qualquer um perguntado sobre quanta energia haveria no nada, teria que dizer
“nada”. Relembra ai de Niels Bohr, Schroedinger e Heisenberg, com as órbitas
constantes dos elétrons nos átomos (Bohr), e os outros dois levando a entender
que eles se comportariam como ondas. Voltava a entender-se que no mundo
quântico as leis de Newton vigoram em vez das leis da Relatividade. E aí se
deduziu os pósitrons. Gasta este capítulo mais dez páginas na discussão da
constante Cosmológica, mostrando que na simetria das equações, o Universo e o
Nada sem energia estariam explicados, mas... Conclui dizendo que “a natureza,
entretanto, tinha algo diferente em mente”.
V – Universo em fuga – Começa com a proposta cosmológica que ele
apresentou para explicar os 70% de energia faltante estaria em “alguma forma de
matéria escura” existente no espaço vazio. Volta da Constante Cosmológica ao
encontrar medidas da radiação de fundo. E as medidas levaram a entender o
Universo em expansão acelerada em vez de ir reduzindo. Como tudo leva a aceitar
a existência dessa energia e matéria escura, vai terminar o capítulo dizendo
que “A origem e a natureza dessa energia escura são, sem dúvida, o maior
mistério da física fundamental hoje”. Explicaria não somente o começo do
universo, mas também o futuro e o seu fim.
VI – O Almoço Grátis no Fim do Universo – Raciocínios circulares são o
começo deste capítulo. Krauss e todos os seus colegas da Física Teórica enxergam
o espaço vazio por fora da matéria quântica como energia do Nada... Frente à
taxa de expansão crescente que se observa ou admitem que o Universo está no
fim, ou tentam criar uma imagem de que ele é achatado, tão achatado que é
plano. Sem abordar a força da Gravidade Universal, sem saber qual é a natureza
da realidade invisível que preenche tudo, este começo do capítulo quer nos
mostrar que o Universo em expansão não vai espalhar tudo e desaparecer. E
discutem teoricamente um Problema de Achatamento. A curvatura da luz seria
plana e não curva. Qualquer desvio desse Plano levaria ao colapso. Colocam já
na terceira página três problemas postos na discussão acadêmica – Problema do
Horizonte, Problema do Monopólio, ambos em cima do Problema do Achatamento. A
radiação de fundo, que eles chamam de onda gravitacional em outros textos,
torna o Horizonte extremamente uniforme. Conta a conclusão de Alan Guth de que
estaríamos em uma fase de transição. Volta com a questão da energia potencial e
da energia radiante. Dispersa de novo com suposições de variações
gravitacionais. As perguntas se sucedem sem solução. E conclui que os
raciocínios levam “A um Universo que veio do nada... de fato”.
(Mas não explica que almoço grátis pode haver quando voltar ao mesmo
nada de onde veio... de fato).
VII – Nosso futuro infeliz – Começa achando animador nos encontrarmos
em um Universo dominado pelo nada, tendo tudo sido criado por flutuações
quânticas do nada. Explica que as galáxias se afastam mais velozes porque cresce
seu desvio de luz para o vermelho. Volta no meio das elucubrações “como não
temos ideia do que seja a matéria escura que permeia o espaço vazio, então
também não podemos ter certeza de que ela se comportará como a constante
cosmológica de Einstein”. Ainda observa que “a ciência é impulsionada pela
experimentação e pela observação”. Lamenta não termos meios de examinar os
momentos iniciais do Big Bang, e volta a repetir o argumento de ser simétrico.
Muitos Universos poderiam existir. Fecha o capítulo citando Hitchens – “Para os
que acham impressionante vivermos em um Universo de Algo, esperem. O Nada está
avançando em rota de colisão em nossa direção”.
VIII – Um grande Acidente? – Cita Hitchens ao início dizendo que se
existe um criador, nós somos objeto de um experimento cruel onde fomos criados
pra ficar doentes, com ordem de sarar. Traz as argumentações de Hawking em
“Breve História do Tempo”. Depois apresenta os dizeres de Weinberg sobre o
nosso Universo ter sido feito antrópico... Não percebe que o homem é quem teria
sido feito para este universo... e não o contrário... Continua a falar em
miniuniversos para entrar na Teoria das Cordas para repetir que não há uma
Teoria, pois são fatos em que não dá para comprovar ou negar: “a teoria das
cordas é claramente algo muito mais elaborado, algo cuja natureza fundamental
ainda é um mistério”. Inconsistência mais fundamental da física teórica:
incapacidade de lançar mão da relatividade geral de Einstein combinando com as
leis da mecânica quântica, pra fazer previsões. Fala em supersimetria reduzindo
as 26 dimensões para 12. Fala das “branas” (membranas que haveria acima
controlando a Teoria). Finaliza supondo que há uma teoria que unifique tudo... É
função da ciência basear-se em conhecimentos empíricos para apresentar conclusões.
IX – Nada é alguma coisa – Começa com citação de Richard Feynman: “Não
me importo de não saber. Isso não me assusta”. E avalia que a maior
contribuição de Isaac Newton à ciência deve ser que ele os levou a entender que
o Universo é explicável. E isso abriu nosso progresso científico que não parou
mais. Gasta as páginas deste capítulo para continuar o debate que sempre se
reabre sobre nossa matéria conhecida ter surgido do vazio de modo espontâneo.
Sem perceber que todos esses raciocínios podem ser ditos de modo a entender que
não há nem pode haver um Deus pessoa, vai dizer no final que a expansão sem
barreiras deste Universo “pode representar meramente a ponta de um iceberg
muito maior”.
X – O nada é instável – Começa afirmando A EXISTÊNCIA DE ENERGIA NO
ESPAÇO VAZIO. Baseia essa hipótese em que surgem partículas virtuais em
experimentos, desaparecendo tão rápidas quanto surgem. Disso ele conclui que
toda energia que se extrai daí, e imediatamente retorna para o vazio, prova que
o vazio NADA é instável. Cita as provas dadas por Stephen Hawking em 1974 de
que o Buraco Negro deixa escapar partículas físicas. Imagina um Universo de
antipartículas. E continua entendendo tudo como simétrico. Conta do workshop
sobre Origem da vida onde continuam sem saber “como”, achando que o
aparecimento da vida é efeito da instabilidade do Nada. Com Feynman a
Relatividade estava capaz de fazer previsões com a soma de todos os caminhos
possíveis. Hawking foi o primeiro a unificar essas possíveis previsões. Mas
ainda não há uma unificação completa dos campos quântico e gravitacional. Vai
até o fim do capítulo discutindo a possibilidade de existirem pequenos
universos surgindo do nada. E também a necessidade de que o único universo viável
e de vida longa terá a aparência de ser plano como o nosso e em expansão.
Antecipa já que o próximo capítulo vai discutir um mundo em que nem as leis
físicas são obrigatórias.
XI –Admiráveis mundos novos – Começa discutindo se a moralidade é
externa ou inerente à nossa biologia. A questão de Deus é levada aqui de volta
a Aristóteles que daí argumenta que o Universo deve ser eterno. Argumenta que
esses filósofos antigos não conheciam o Universo como nós hoje conhecemos.
Assim recorre à noção de Multiverso. E vai levando à noção de que é mais importante
continuar estudando os fenômenos da natureza para entender, justificando que
para isso existe a ciência. Nem filósofos, nem teólogos podem resolver. Assim,
a certeza de que teve começo, pela física quântica, também terá um fim. Porque
há algo, ele também não existirá por muito tempo.
EPÍLOGO – Krauss revirou todos os argumentos. Assim volta à pergunta de
Einstein sobre se um criador teve que escolher algo para fazer o Universo. Ou
seja, é preciso continuar pesquisando para saber a natureza básica desse nada
que suporta todas as coisas. A palavra Nada, ou a palavra Deus pouco importam.
Cada um define de um modo. Parece preocupado com a vida. Termina como começou –
sem definir a massa invisível.
POSFÁCIO – por Richard Dawkins – Falta a resposta à pergunta “Por que
existe algo em vez de nada?”
COMENTÁRIO FINAL
Krauss deixa essa pergunta dos teólogos que querem provar com
ela que Alguém fez! E propõe a ocupação da Ciência em conhecer Como é. Com a
matéria, com a energia, com a vida, com leis científicas, o importante seria
para o homem ser prático e experimental.
Pra mim, isso é mesmo o mais importante, mas tem a finalidade
de responder às perguntas:
1.Como é essa massa misteriosa que não vemos, de onde tudo
vem pra ter começo e pra onde vai quando termina.
2. Como fazer vir dessa massa mais energia pra nós. JÁ FIZ!
3. COMO EXTRAIR as
outras energias (Vida e longevidade, economia, segurança, conhecimento) para
nós.
Penso que foi ignorância em definir essa massa o que impediu todas
as soluções e ao conseguir a máquina, essa definição ficou clara pras outras
também.
CONCLUSÃO – EINSTEIN ESTAVA CERTO E DAÍ SAIRÁ ENERGIA SEM
FIM.