ARTIGO NA
BBC EXPLICA INTERESSES COMERCIAIS DA CHINA SOBRE PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Se mudarem a língua oficial chinesa do Mandarim para o
Português-Brasil, a China dominará o Planeta Terra com base na Lei dos
Sistemas. E para completar o domínio devem mudar a política de mando para uma
associação de Mães e Mestres, e o sistema monetário para um cartão blindado
contra Bancos e contra Governos.
Porém, este caminho total é mais acessível para TRUMP.
Já comentei este assunto em:
EIS A MATÉRIA DO ARTIGO
Nos últimos
10 anos, número de instituições dedicadas ao estudo do português quadruplicou;
interesses econômicos na América Latina e na África estão nas raízes desse
fenômeno.
BBC
BRASIL.com
23 AGO 2017 08h36
atualizado às 09h07
O ensino da
língua portuguesa encontra-se em vertiginosa expansão em universidades
chinesas, e o governo de Pequim não tem medido esforços nem investimentos para
liderar os estudos sobre a língua de Camões e Machado de Assis na Ásia.
Ex-colônia
portuguesa, Macau, China, mantém placas bilíngues
O vetor
dessa expansão está em Macau - cidade chinesa que foi domínio português entre
1557 e 1999. Segundo o coordenador do Centro da Língua Portuguesa do Instituto
Politécnico de Macau, professor Carlos Ascenso André, a crescente presença da
língua em universidades chinesas é fruto de uma estratégia clara de difusão e
expansão do português na China. Nos últimos dez anos, o número de universidades
chinesas que ensinam português praticamente quadruplicou, passando de seis para
23 instituições.
Segundo ele,
há atualmente centenas de bolsas para estudantes do interior da China virem a
Macau aprender a língua, além de ações promovidas pela equipe do Instituto
Politécnico para desenvolver centros de estudos em outras universidades do
país.
Em Macau, os
nomes de ruas e praças são apresentados em português e cantonês
Segundo Caio
César Christiano, professor brasileiro contratado há um ano pelo Instituto
Politécnico, "Macau assumiu a incumbência de ser o centro difusor da
língua portuguesa na China. É um desejo claro de a China formar muitos
professores e tradutores de língua portuguesa".
Colônia até
1999
Macau sempre
teve importância estratégica singular. Tornada domínio do Império Português em
1557, a reboque da expansão colonial lusitana na Ásia, a cidade converteu-se
rapidamente em entreposto comercial e porto seguro para incursões portuguesas
na região do Pacífico.
Após um
motim liderado por grupos pró-Pequim nos anos 1960, foram postas em andamento
negociações com as autoridades portuguesas sobre o futuro do território.
Formalmente devolvida à República Popular da China em 1999, Macau é gerida
atualmente por uma junta administrativa autônoma, que governará até 2049,
quando a região será definitivamente integrada ao sistema administrativo
chinês.
A grande
maioria da população (94%) é composta por cantoneses, etnia característica do
sul da China, mas a presença portuguesa se faz sentir no nome de inúmeras ruas
e na boca de setores da sociedade macauense que ainda falam o português, o que,
segundo o censo de 2006, equivale a 2,4% da população. A administração da
cidade é oficialmente bilíngue e todos os sinais e placas públicas são grafados
em cantonês e português.
É justamente
esse caráter híbrido e cosmopolita que faz de Macau uma área estratégica para o
projeto de expansão dos estudos da língua portuguesa em território chinês. Tal
expansão tem uma clara dimensão econômica e geopolítica, ligada a interesses
estratégicos chineses na América Latina e, sobretudo, na África lusófona.
Cassinos e
turismo são responsáveis pela maior parte da arrecadação de Macau
A presença
chinesa em países como Angola e Moçambique é ostensiva. Nas duas últimas
décadas, o volume de investimentos chineses na África cresceu mais de 20 vezes,
passando de US$ 10 bilhões em 2000 para US$ 220 bilhões em 2014. Em setembro de
2016, Angola se tornou o maior fornecedor de petróleo para a China, enquanto
Moçambique está entre os cinco países com maior concentração de investimentos
chineses.
Interesse
chinês
Nesse
cenário, a China é evidentemente o país com as melhores condições para absorver
o possível vácuo a ser deixado por empresas brasileiras na região, após o
impacto dos escândalos de corrupção envolvendo empreiteiras como Odebrecht, OAS
e Andrade Gutierrez, todas elas com grande volume de investimentos em Angola e
Moçambique.
Ano passado,
como consequência dos ilícitos expostos pela Operação Lava Jato, o BNDES chegou
a congelar financiamentos de pelo menos três projetos em Angola e um projeto em
Moçambique, afetando contratos da Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e Andrade
Gutierrez.
O Brasil é,
ele mesmo, um foco de interesse chinês. Os investimentos chineses na América
Latina cresceram nas últimas décadas de maneira rápida e consistente. Desde
2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, substituindo o primado
histórico das relações com os Estados Unidos.
É preciso
lembrar também que o português é uma língua global. De fato, é a terceira
língua que mais cresce no mundo - atrás apenas do espanhol e do inglês. Além
disso, embora seja a quarta língua mais falada do mundo em termos absolutos, é
a terceira em ambientes de negócios relacionados ao mercado de óleo e gás.
Crescimento
populacional
Alguns
estudos conduzidos pelas Nações Unidas e publicados em 2016 no Atlas da Língua
Portuguesa são reveladores. Embora o Brasil seja o país com mais falantes de
português no mundo, as transformações demográficas que têm ocorrido nas últimas
décadas tendem a alterar esse cenário.
Estimativas
preveem que até o fim do século existam mais falantes de português na África do
que no Brasil, sobretudo devido à retração no crescimento populacional
brasileiro e à explosão populacional liderada por países como Angola e
Moçambique. No conjunto, eles somarão cerca de 266 milhões de habitantes em
2100, ultrapassando o Brasil, com população prevista de 200 milhões.
Logo após a
devolução de Macau às autoridades chinesas em 1999, havia temores de que a
língua portuguesa desapareceria rapidamente da região e do próprio território
chinês, como mostrou a BBC Brasil em 2002. No entanto, a política de
investimentos chineses não apenas dissipou essa preocupação como garantiu que o
estudo da língua ganhasse fôlego no país inteiro.
"A
grande surpresa foi a dimensão e a qualidade do ensino da língua portuguesa na
China", afirmou Roberto Vecchi, presidente da Associação Interacional de
Lusitanistas (AIL), rede de estudiosos da língua e da cultura dos países que
falam português. A associação se reuniu em Macau entre os dias 23 e 29 de julho
para promover um encontro entre pesquisadores de diversas universidades da Europa,
Ásia, África e Américas.
A China tem
atuado estrategicamente na articulação entre políticas culturais e interesses
geopolíticos para afirmar-se cada vez mais como potência global.
E ao
investir no ensino da língua portuguesa, Pequim reconhece a importância da
língua em contexto global e aponta para oportunidades de projeção internacional
através do português que têm sido negligenciadas pelo Brasil.
PERGUNTA FINAL
A EQUIPE TRUMP SABE ALGO SOBRE ISTO?
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