FALTA DELATAR JUÍZES: ELIANA CALMON APIMENTA VATAPÁ -
28 DE DEZEMBRO DE 2016
COMENTARIO
A EX-MINISTRA já devia ter entendido o que fica
claro nas entrelinhas do texto abaixo:
Não está havendo Delações voluntárias. São
Pessoas colocadas numa masmorra pra só saírem mortas ou como alcaguetas
premiados. Colocam em suas mãos o texto preparado para lerem e assumirem a
autoria. Um mínimo de fatos que o envolvem está muito bem investigado e em
geral foi já preparado durante a própria propinatura – Odbrecht não teria contratos
sem pagar propina. Depois de um certo tempo foi promovida a empresa
coordenadora das propinas. E daí em diante apareceria como ela tendo a
iniciativa de oferecer. Sempre se fechavam os olhos à superfatura, mas ficava tudo
muito bem registrado. Ao ser denunciado é apenas um justiçamento de
cumpanheros. Pouco importa a sentença final. Os bolchevistas, incluindo Moro
possuem como objetivo destruir as empresas e passar todos os valores ao Estado,
pouco importando também a soma de doze milhões de desempregados nas ruas...
Ainda mais, pra esses desempregados nunca mais acharem emprego e ficarem na
fila dos sanduiches de mortadela, fazem de imediato o fecho da aposentadoria,
de modo a não se abrirem as vagas por aposentadoria...
Assim, Eliana Calmon quase deu o nome de quem
manda nos juízes para que sejam os agentes da podridão (Rot em inglês). A
chave? ROTschild? Leiam Os PROTOCOLOS pra entender.
Eliana Calmon, ex-ministra do Superior Tribunal de
Justiça, é uma "chef" diletante. Seu livro "Receitas
Especiais" está na décima edição. Ela diz que faz seus pratos por instinto,
mas não foi o instinto que a levou a jogar um litro de pimenta na festejada
colaboração da Odebrecht com a Justiça.
Falando ao repórter Ricardo Boechat, Eliana Calmon
disse que "delação da Odebrecht sem pegar o Judiciário não é
delação". De fato, no grande vatapá da empreiteira não entrou juiz:
"É impossível levar a sério essa delação caso não mencione um magistrado
sequer".
Sua incredulidade expõe uma impossibilidade
estatística. A Odebrecht lembrou de tudo. Listou o presidente Michel Temer e
Lula, nove ministros e ex-ministros, 12 senadores e ex-senadores, quatro
governadores e ex-governadores, 24 parlamentares, três servidores, dois
vereadores e um empresário, todos ligados ao Executivo e ao Legislativo ou à
política. Do Judiciário, nada.
Eliana Calmon, como a Odebrecht, é baiana. Como
corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça, ela foi uma ferrabrás. Antes
do surgimento da Lava Jato, a ministra prendeu empreiteiros, brigou com colegas
e denunciou a rede de filhos de ministros de tribunais superiores que advogam
em Brasília.
Aposentou-se, em 2014 concorreu ao Senado pelo PSB da
Bahia e foi derrotada. (Durante a campanha, ela e o partido informaram que
receberam doações legais da Odebrecht, da Andrade e da OAS.)
Entre 2011 e 2015, a Odebrecht esteve na maior disputa
societária em curso no país. Nelas enfrentaram-se as famílias de Norberto
Odebrecht, o fundador do grupo, e de Vitor Gradin, seu amigo e sócio, com 21%
de participação no grupo.
Quando Norberto e Vitor se associaram, estipularam no
acordo de acionistas que, havendo conflitos, eles deveriam ser decididos por
arbitragens. No comando da empreiteira, Marcelo Odebrecht decidiu reorganizar a
empresa afastando a família Gradin, oferecendo-lhe R$ 1,5 bilhão por sua parte.
O sócio achava que ela valia pelo menos o dobro.
Os Gradin foram à Justiça pedindo arbitragem, uma
juíza deu-lhes razão, mas sua sentença foi anulada liminarmente por um
desembargador baiano. Quando os Gradin arguíram sua suspeição, ele declarou-se
vítima de "gratuita ofensa" e declarou-se suspeito "por motivo
de foro íntimo".
O litígio se arrastou e em plena Lava Jato, em
dezembro de 2015, o STJ deu razão aos Gradin. Em pelo menos um episódio a
Odebrecht mobilizou (inutilmente) sua artilharia extrajudicial.
Se nenhum executivo da Odebrecht falou do Judiciário,
pode ter sido porque nada lhe perguntaram. Existiriam motivos funcionais para
que não fossem feitas perguntas nessa direção.
Vazamentos astuciosos como o de um suposto depoimento
envolvendo o ministro José Antonio Toffoli dão a impressão de que, mesmo não
havendo referências ruidosas, existe algum arquivo paralelo, sigiloso e
intimidatório.
A declaração de Calmon a Boechat apimentou o vatapá. O
corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otavio de Noronha, estaria
disposto a abrir uma investigação nas contas da campanha da ex-colega (ambos
estranharam-se quando conviviam no tribunal).
Essa briga será boa e a vitória será da arquibancada.
Fonte: Elio Gaspari, Folha de São Paulo
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