segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

LINGUA PORTUGUESA NO MUNDO

A LINGUA PORTUGUESA, PARA EMBAIXADOR GONÇALO MELLO MOURÃO, CRESCERÁ NO MUNDO

O embaixador Gonçalo Mello Mourão, representante permanente do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ressaltou em entrevista concedida esta semana à Agência Brasil, em Lisboa, a importância da língua portuguesa no atual cenário internacional. Para Mourão, a eleição do português António Guterres como novo secretário-geral das Nações Unidas é um fato extraordinário para o mundo lusófono.
COMENTÁRIO PRÉVIO
Língua é um sistema de comunicação.
Pela Lei  dos Sistemas (Goedel), na medida em que os Sistemas se aperfeiçoam, os mais complexos expulsam os mais fracos. Nas línguas acontece isso. Entretanto, os povos tentam manter seu sistema linguístico e forçam povos vencidos a adotar sua língua. O único império que praticou um desenvolvimento linguístico em busca de melhor expressão foi Roma. O Latim possuía estrutura científica, lógica, racional, adotando e latinizando palavras de outros povos dentro de uma comunicação que dava status a quem o usava. Por isso, acabou o Império, mas a língua latina continuou sendo o sistema de transmitir conhecimentos, artes, leis, comércio, religião, por mais milênio e meio. Português com italiano e romeno mantiveram quase o esquema romano. E o Português, ao flexibilizar adoção e derivação, se tornou no SISTEMA MÁXIMO em vocabulário e flexões com adoção.
Estamos vendo agora ao que isso leva. E temos que fazer algo para que nosso idioma cumpra sua função universalizante.

O Brasil assumiu em outubro, durante a 11ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, em Brasília, a presidência bianual do grupo:
"Quanto mais 'mundo' falando a nossa língua, mais o mundo fica próximo de nós e mais nós ficamos próximos do mundo. Durante o mandato [de Guterres] - que nós esperamos que seja renovado, como tem sido a prática da ONU -, nós vamos ter em evidência um falante da língua portuguesa. O português hoje já é língua de trabalho em alguns organismos das Nações Unidas, inclusive alguns de relevo", afirmou o embaixador.

No entanto, Mourão lembrou que a escolha de uma língua como idioma oficial das Nações Unidas traz impactos financeiros. "Uma língua na qual todos os documentos são produzidos tem uma implicação de custos imensa, que não necessariamente pode ser atendida pelo desejo político. De qualquer maneira, o Brasil continuará sempre a trabalhar no sentido de que a língua portuguesa seja cada vez mais aceita como uma língua internacional", disse.

Para Mourão, a CPLP é, além de um espaço de cooperação entre os países-membros, um lugar de pertencimento. "É um espaço que se funda na percepção que os diversos países tiveram num certo momento de que há um passado comum, um presente comum e um desejo de futuro comum, não só na cooperação para o desenvolvimento, mas também na promoção da cultura de cada um de nós dentro do âmbito da expressão linguística do português".

O embaixador diz que a CPLP não pretende ser o principal instrumento de cooperação para o desenvolvimento e solução dos problemas internos dos diversos países que a compõem. Os acordos de cooperação seriam apenas uma das diversas áreas de atuação da comunidade, que funciona, em todas as suas esferas, com base no princípio do consenso em todas as decisões tomadas.

Apesar de reconhecer o peso (econômico, social, cultural e populacional) que o Brasil exerce dentro da comunidade, Mourão ressalta que o interesse do país não é o de direcionar a CPLP.  "Claro que o Brasil é um país que tem um peso e é obvio que se olha [para ele] com alguma expectativa. Mas o Brasil não pretende conduzir a CPLP para nenhum lado. O Brasil pretende que a CPLP vá junto para onde ela quiser ir. E onde ela quer ir é onde todos os membros queiram ir".

LIVRE CIRCULAÇÃO - Em relação a um possível acordo de livre circulação entre os cidadãos dos países-membros da CPLP (ANGOLA, BRASIL, CABO VERDE, GUINÉ-BISSAU, GUINÉ EQUATORIAL, MOÇAMBIQUE, PORTUGAL, SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE E TIMOR LESTE), Mourão afirma que, apesar de o assunto vir sendo discutido dentro da comunidade, as complicações são muitas e o processo deve ocorrer de forma lenta.

"Há, claro, um desejo de que um dia essa livre circulação se verifique. Eu acho que isso não é só um desejo dos países de língua portuguesa, mas de todos os cidadãos do mundo. Dentro da CPLP é um problema que tem que se resolver em conjunto, mas também individualmente. Há certos problemas que implicam pertencer a outros agrupamentos regionais que têm acordos específicos sobre a matéria {como Portugal com a União Europeia]. E é uma decisão política também sobre o desejo de realmente abrir as fronteiras para essa livre circulação dos cidadãos da CPLP".

Mourão ressaltou a importância atual de o Brasil ter assumido em outubro a presidência bianual da CPLP durante a 11ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade, em Brasília.

"O Brasil propôs, como meta de trabalho da organização, atingir certos objetivos da agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável. Nós vamos começar a discutir, a partir de 2017, quais seriam os temas dessa agenda que nós poderíamos apostar como possíveis de serem conjuntamente desenvolvidos de modo que, ao final da presidência brasileira, daqui a dois anos, nós possamos apresentar um resultado concreto. Nesse aspecto, foi uma feliz coincidência a eleição de Guterres, porque nós vamos ter a CPLP trabalhando em cima de uma meta das ONU", frisou.
COMENTARIO Final – Esqueceram-se do fenômeno MACAU, do enclave histórico de Goa (hoje é um próspero estado da Índia) e da Nação de língua Portuguesa espalhada nos Estados Unidos e países como Paraguai e Suriname.
Explico –
A ilha de Macau na China é um documento vivo de como funcionam os idiomas que possuem maior valor de expressão – Ali vivem famílias de origem chinesa (96%) e de outros países (4%), mas todos falam Português!

Goa ainda possui um acervo de 450 anos de domínio Português em sua turnê turística. É um estado indiano resultado de anexação militar, onde a língua portuguesa ainda é usada pelos mais antigos. Tem um milhão e meio de habitantes e é o estado indiano de melhor qualidade de vida. Ainda é sensível a qualquer trabalho que se faça para cultivar relações linguísticas com nossa comunidade lusófona.

Uma última anotação - A Nação não precisa de território, mas de tradição – um brazilian-day chegou a levar um milhão e meio de pessoas a New York, e existem mais de quinze milhões de falantes do Português nos States tendo em muitos locais igrejas evangélicas só de brasileiros.

A falta de recursos para um trabalho de difusão da língua mais rica da linguística mundial é uma alegação antidemocrática, só inteligível para as cabeças irracionais dos nazistas estatizantes; isto deve ser aberto à iniciativa de negócios privados. E quando isso entrar em ação, veremos qual é a vitalidade da quarta língua mais falada no mundo, e a primeira EM FLEXÕES, VOCABULÁRIO, E FACILIDADE DE USO. Por ser um sistema que ajuda a desenvolver a mente mais que o jogo de xadrez, cabe fazer aplicativos e games. Penso que Bibliotecas e Cursos de Língua Portuguesa podem ser nicho para altos negócios para Editores, livreiros e escolas de idiomas.


Um comentário:

Mário Sanchez disse...

Há mais nações onde a Língua Portuguesa tem uma expressão interna significativa e merecem apoio para ampliar seu estudo, difusão e valorização - Canadá, Suriname, Paraguai, e especialmente Africa do Sul, onde se inclui como língua aceita como oficial por haver um número muito grande de portugueses e Angolanos que para lá mudaram com seus haveres quando eclodiu a guera em Angola.
Ainda mais - Estudos recentes de linguistas preocupados com a extinção de idiomas no mundo, falam em sobreviverem 10 línguas no futuro, e os mais sérios colocam a língua Portuguesa como sendo a quarta em falantes,só atraz do Castelhano, da língua inglesa e do Mandarin, nessa ordem, onde há opinantes que nos colocam em terceiro, com mandarim no quarto lugar. Cabe a nós fazermos algo para que a riqueza de fatores comunicantes de nosso idioma seja convertida em força para alavanvar o progresso humano.