NA PRIMEIRA PARTE (11.12.13) PROMETEMOS:
(NA SEGUNDA PARTE FALAREMOS DO SISTEMA QUE JÁ
EXISTE NA ÍNDIA)
ESSE FUNDO que vamos propor, deverá usar um sistema de crédito
cooperativo de modo que os valores das Rendas das aplicações que trazem
retornos possam cobrir os prejuízos das inadimplências e ainda seja possível
dar novas chances a quem não teve sucesso na primeira tentativa.
Reconheço que vamos ter a oposição dos remanescentes feudais que se
apossaram dos recursos circulatórios da riqueza; e que vamos contar com a
resistência passiva de uma maioria imensa, de gente que se acomodou por
subserviência, ignorância e corrupção, mantidas essas pessoas sob a mira de
“leis” e armas apontadas à cabeça dos descontentes pelo poder desses
escravagistas.
ALGUÉM JÁ TENTOU ESSE MODELO.
Foi Muhammad Yunus
Vamos transcrever dados já publicados e ao final faremos nossas
observações.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia
livre.
Muhammad
Yunus, em bengali: মুহাম্মদ ইউনুস Muhammod Iunus (Chittagong, 28 de junho de 1940), é um economista e banqueiro bengali.
Em 2006 foi laureado com o Nobel da Paz. É autor do livro Banker to the poor (em
Portugal, O banqueiro dos pobres). Pretende
acabar com a pobreza através do banco que fundou, do qual é presidente e o
governo de Bangladesh é o
principal acionista, o Grameen Bank, que oferece ativamente microcrédito para milhões
de famílias. Yunus afirma que é impossível ter paz com pobreza.
Muhammad Yunus formou-se em Economia em Bangladesh, doutorou-se nos Estados Unidos e foi
professor na Universidade
de Dhaka. Em 1976, constatou
as dificuldades de pessoas carentes em obter empréstimos na aldeia de Jobra,
num Bangladesh empobrecido e recém-separado do Paquistão. Por não poderem dar garantias, os bancos
recusavam-lhes as pequenas quantias que permitiriam comprar materiais para
trabalhar e vender, e os usurários taxavam os empréstimos com juros altos. Yunus acredita que todo ser humano possui
instintos de sobrevivência e auto-preservação, uma prova disto são os milhões
de pobres que existem no mundo, onde mesmo miseráveis, conseguem contornar ao
máximo sua situação. Sendo assim, a forma mais efetiva de ajudar estas pessoas
é incentivar o que elas já têm, seu instinto. Quando confere recursos para
estas pessoas, por pouco que seja, consegue melhorar sua condição de vida
utilizando-se do seu já senso de sobrevivência.
Muhammad Yunus criou então o Banco Grameen, que empresta
sem garantias nem papéis, sendo, sobretudo, procurado por mulheres: elas são
97% dos 6,6 milhões de beneficiários. A taxa de recuperação é de 98,85%.
Em maio de 2011 Muhammad Yunus renunciou à presidência do
Banco Grameen.1Yunus era acusado de não ter respeitado as
regras de nomeação do diretor-geral do banco, quando foi reconduzido no cargo
em 2000. À luz das
regras do Grameen Bank, Yunus devia ter sido nomeado com o acordo prévio do
banco central do país.
Criador do conceito de microcrédito
A palavra "microcrédito" não existia
até à década de 1970. Yunus cunhou-o para designar um tipo muito específico de crédito,
que ele concebera, e cujo objeto principal não são os pequenos produtores, mas
sim as populações pobres, que não
têm, absolutamente, acesso a qualquer outro tipo de crédito.
Yunnus concebeu, e conseguiu implantar, a mais conhecida
e bem sucedida experiência de microcrédito do mundo.
Yunus a iniciou em 1976, concedendo empréstimos de pequena monta, com seus
próprios recursos, para famílias muito pobres de produtores rurais, focalizando
principalmente nas mulheres. Os bons resultados obtidos nessa primeira fase do
projeto levaram-no a expandir essas operações com recursos de terceiros.
A ideia inicial
Morando em Bangladesh - um pequeno
país no subcontinente Indiano, com 130 milhões de habitantes, uma renda per
capita de cerca de US$ 300 e com 62% da população analfabeta - para onde
retornou após ter estudado Economia nos Estados Unidos, como bolsista do programa Fulbright - o Professor Yunus lecionava Teoria
Econômica na Universidade Chittagong, enquanto tentava
descobrir como poderia utilizar tanta "teoria" para resolver o
simples problema das pessoas que morriam famintas a seu redor.
Yunus atribui a origem de sua visão a um encontro
fortuito, em Jobra, com Sufia Begum, uma jovem de 21 anos que lutava
desesperadamente para sobreviver. Para poder trabalhar Sufia tinha tomado
emprestado cerca de 25 centavos de dólar americano a um agiota de seu bairro,
que lhe cobrava juros de 10% ao dia. Com esse dinheiro, Sufia comprava bambu
para fazer tamboretes. De acordo com o "contrato
de empréstimo", Sufia era obrigada a vender seus tamboretes
exclusivamente ao agiota que lhe financiara e que pagava um valor muito abaixo
do valor de mercado. Assim Sufia conseguia obter um "lucro" de cerca de
2 centavos de dólar. Para todos os efeitos a condição de trabalho de Sufia era
equivalente à de escravo.
Yunus encontrou 42 mulheres em Jobra nas mesmas condições
e resolveu, ele mesmo, emprestar-lhes seu próprio dinheiro a taxas bancárias
normais. Inicialmente emprestou 27 dólares, aproximadamente 62 centavos por
tomadora.
Surpreendentemente, Yunus recebeu de volta, com
pontualidade, o capital e os juros de todos os empréstimos que fizera. Isso lhe
deu a ideia que talvez fosse possível expandir esse processo. 2
O "Grameencredit"
Explica Muhammad Yunus:
O "Grameencredit" (crédito do Banco
Grameen) baseia-se na premissa de que os pobres têm
habilidades profissionais não utilizadas, ou subutilizadas. Definitivamente não
é a falta de habilidades que torna pobres as pessoas pobres. O Grameen
Bank acredita que a pobreza não é criada pelos pobres, ela é criada pelas
instituições e políticas que os cercam. Para eliminar a pobreza, tudo o que
temos de fazer é implementar as mudanças apropriadas nas instituições e
políticas, e/ou criar novas instituições e políticas(…) o Grameen
Bank criou uma metodologia e uma instituição para
atender às necessidades financeiras dos pobres e criou condições razoáveis de
acesso a crédito, capacitando os pobres a desenvolverem suas habilidades
profissionais para obter uma renda maior a cada ciclo de empréstimos.3
Características gerais do microcrédito (no
conceito de Yunus)
b) Sua missão principal é auxiliar as famílias pobres a se ajudarem a
superar a pobreza. É dirigido aos mais pobres, especialmente às mulheres
pobres;
c) Uma das características que mais destaca o "Grameencredit" é
que não é baseado em qualquer garantia real, nem em contratos que tenham valor jurídico.
É baseado exclusivamente na
confiança, e não no Direito ou em algum outro sistema coercitivo.
d) É oferecido no intuito de gerar auto-empregos, fomentando atividades que
criem rendas para os pobres, ou ainda para a construção de sua habitação, ao
contrário dos empréstimos destinados ao consumo;
e) Foi criado para enfrentar os bancos tradicionais, que
rejeitam os pobres - para eles considerados "indignos de
crédito". Em consequência disso, o "Grameencredit" rejeita a
metodologia bancária tradicional e criou sua metodologia própria;
f) Oferece seus serviços na porta da casa dos pobres, adotando o princípio
de que as pessoas não devem ir ao banco mas sim o banco às pessoas;
g) Para obter um empréstimo um tomador tem que se reunir a um grupo de
tomadores, que ficam moralmente responsáveis por seu pagamento;
h) Os empréstimos podem ser obtidos numa sequência sem fim. Novos
empréstimos tornam-se disponíveis se os anteriores estiverem sendo pagos;
i) Todos os empréstimos devem ser pagos em pequenas prestações, semanais ou
bissemanais;
j) Mais de um empréstimo pode ser concedido, simultaneamente, ao mesmo
tomador;
k) Os empréstimos são sempre vinculados a planos de poupança para os
tomadores, obrigatórios e voluntários ;
l) Geralmente esses empréstimos são concedidos por instituições sem fins
lucrativos, ou por instituições cuja propriedade é controlada, na sua maioria,
pelos próprios tomadores. O "Grameencredit" procura operar a uma taxa
de juros o mais próximo possível dos juros do mercado local, cobrando a taxa
básica (no Brasil seria a taxa SELIC), não a taxa cobrada pelos emprestadores tradicionais. As operações do
"Grameencredit" devem ser auto-sustentáveis.
m) A prioridade do "Grameencredit" é construir o "capital
social". Isso é obtido pela criação de grupos e centros, destinados a
desenvolver lideranças. O "Grameencredit" dá uma ênfase toda especial
à "formação do capital humano" e à proteção
do meio-ambiente.
COMENTANDO
a)Há hoje por toda parte o Cooperativismo de Crédito, que pode ser a base
para por em prática o sistema. Vejamos algumas observações para dinamizar esta
proposta.
b)Nesse Cooperativismo já está implantado o processo de capitalização
conjunta, com o que se pode começar a recolher capital e manter contas de
depósitos dos que vão usar os créditos e de terceiros que podem colaborar
mantendo ali seus dinheiros em giro. Os créditos mínimos serão concedidos acima
do capital realizado (três, quatro ou mais vezes esse capital),
fundamentando-se em referências dos outros cooperados.
c)Podemos atribuir a esses depositantes uma participação dos rendimentos e das
sobras de balanço, incentivando a manter valores na conta.
d)Para tornar mais efetiva a circulação dos valores, podemos emitir os
microcréditos em forma de cartão com limite para pagar compras nos
estabelecimentos locais e saques em dinheiro no caixa da Cooperativa.
e)Mediante educação constante, os financiados aprenderão que, sacando e
comprando pela manhã, podem ficar credores
e só pagarão os juros do que passar ao dia seguinte devedor.
f)Como os microcreditados podem estar operando durante o dia e sempre
recebendo valores, se depositarem dentro do mesmo dia, além de suprimirem os
juros, podem apresentar saldo em conta corrente que vai render nos balanços,
como dinheiro que dormiu no Banco.
g)Se fizermos um processo de Seguro Mútuo entre os cooperados, podemos
ficar com um fundo de seguro sendo aplicado também no microcrédito, enquanto
não tem que cobrir inandimplentes.
h)Fazendo em cada bairro da cidade um sistema de obra social para cobrir os
problemas crônicos de famílias carentes, quem participar colaborando com essa
obra social, pode ter mais créditos para desenvolver sua iniciativa e a obra
social reduz os conflitos e melhora o desempenho de todos.
COMO EXEMPLOS DE CANDIDATOS NATURAIS AO MICROCRÉTITO, PENSAMOS EM: - Um
desempregado que sabe consertar bicicletas, ou é bom eletricista, consertador
de eletrodomésticos, etc e outro que tem vontade de trabalhar com um carrinho
de pipocas, ou sanduicheria ambulante, um terceiro que tem muito capricho como
barbeiro, uma senhora que é querida como manicure, outra que é bordadeira, mais
uma que conserta roupas, e mais alguém que ensina culinária para regimes
naturais, e outro que o apoia produzindo ervas de temperos em seu quintal... A
lista pode ficar ilimitada. Alguns trabalharão em sua residência, outros nas
ruas da cidade e mais outros no domicílio dos clientes.
- Em todos os casos a pessoa tem falta de ferramentas e de insumos
iniciais. Mas, uma vez financiado e instalado, não só ganha para devolver os
valores de seu financiamento, como vai manter suas despesas e de sua família.
COMO FORMAR ESSES TOMADORES DE MICROCRÉDITO - O mais importante para formar
esse processo dentro das Cooperativas é a dedicação a ensinar as pessoas a se
organizarem, livrar-se de vícios desanimadores, persistir em ter independência
e iniciativa pessoal. Depois de posto em funcionamento o sistema, muitos casos
serão constatados em que a concorrência torna inviável o negócio e será
necessário fazer mudança de rumos. Em outros casos, acontecimentos fortuitos
podem impossibilitar algumas iniciativas e a vítima tem que ser coberta pelo
seguro; propomos que seja logo a seguir reaberto o microcrédito para essas
pessoas que não foram totalmente responsáveis pelo prejuízo; pontificamos pelo
uso amplo do seguro mútuo, sem tornar o segurado beneficiado um punido como mau
pagador.
(Mais ideias poderão aperfeiçoar e adaptar este programa)
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