A LINGUA
PORTUGUESA, PARA EMBAIXADOR GONÇALO MELLO
MOURÃO, CRESCERÁ NO MUNDO
O embaixador
Gonçalo Mello Mourão, representante permanente do Brasil junto à Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), ressaltou em entrevista concedida esta
semana à Agência Brasil, em Lisboa, a importância da língua portuguesa no atual
cenário internacional. Para Mourão, a eleição do português António Guterres
como novo secretário-geral das Nações Unidas é um fato extraordinário para o
mundo lusófono.
COMENTÁRIO PRÉVIO
Língua é um sistema de comunicação.
Pela Lei dos Sistemas
(Goedel), na medida em que os Sistemas se aperfeiçoam, os mais complexos
expulsam os mais fracos. Nas línguas acontece isso. Entretanto, os povos tentam
manter seu sistema linguístico e forçam povos vencidos a adotar sua língua. O único
império que praticou um desenvolvimento linguístico em busca de melhor
expressão foi Roma. O Latim possuía estrutura científica, lógica, racional,
adotando e latinizando palavras de outros povos dentro de uma comunicação que
dava status a quem o usava. Por isso, acabou o Império, mas a língua latina
continuou sendo o sistema de transmitir conhecimentos, artes, leis, comércio,
religião, por mais milênio e meio. Português com italiano e romeno mantiveram
quase o esquema romano. E o Português, ao flexibilizar adoção e derivação, se
tornou no SISTEMA MÁXIMO em vocabulário e flexões com adoção.
Estamos vendo agora ao que isso leva. E temos que fazer algo
para que nosso idioma cumpra sua função universalizante.
O Brasil
assumiu em outubro, durante a 11ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo
da CPLP, em Brasília, a presidência bianual do grupo:
"Quanto
mais 'mundo' falando a nossa língua, mais o mundo fica próximo de nós e mais
nós ficamos próximos do mundo. Durante o mandato [de Guterres] - que nós
esperamos que seja renovado, como tem sido a prática da ONU -, nós vamos ter em
evidência um falante da língua portuguesa. O português hoje já é língua de
trabalho em alguns organismos das Nações Unidas, inclusive alguns de
relevo", afirmou o embaixador.
No entanto,
Mourão lembrou que a escolha de uma língua como idioma oficial das Nações
Unidas traz impactos financeiros. "Uma língua na qual todos os documentos
são produzidos tem uma implicação de custos imensa, que não necessariamente
pode ser atendida pelo desejo político. De qualquer maneira, o Brasil
continuará sempre a trabalhar no sentido de que a língua portuguesa seja cada
vez mais aceita como uma língua internacional", disse.
Para Mourão,
a CPLP é, além de um espaço de cooperação entre os países-membros, um lugar de
pertencimento. "É um espaço que se funda na percepção que os diversos
países tiveram num certo momento de que há um passado comum, um presente comum
e um desejo de futuro comum, não só na cooperação para o desenvolvimento, mas
também na promoção da cultura de cada um de nós dentro do âmbito da expressão
linguística do português".
O embaixador
diz que a CPLP não pretende ser o principal instrumento de cooperação para o
desenvolvimento e solução dos problemas internos dos diversos países que a
compõem. Os acordos de cooperação seriam apenas uma das diversas áreas de
atuação da comunidade, que funciona, em todas as suas esferas, com base no
princípio do consenso em todas as decisões tomadas.
Apesar de
reconhecer o peso (econômico, social, cultural e populacional) que o Brasil
exerce dentro da comunidade, Mourão ressalta que o interesse do país não é o de
direcionar a CPLP. "Claro que o
Brasil é um país que tem um peso e é obvio que se olha [para ele] com alguma
expectativa. Mas o Brasil não pretende conduzir a CPLP para nenhum lado. O
Brasil pretende que a CPLP vá junto para onde ela quiser ir. E onde ela quer ir
é onde todos os membros queiram ir".
LIVRE
CIRCULAÇÃO - Em relação a um possível acordo de livre circulação entre os
cidadãos dos países-membros da CPLP (ANGOLA, BRASIL, CABO VERDE, GUINÉ-BISSAU,
GUINÉ EQUATORIAL, MOÇAMBIQUE, PORTUGAL, SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE E TIMOR LESTE),
Mourão afirma que, apesar de o assunto vir sendo discutido dentro da
comunidade, as complicações são muitas e o processo deve ocorrer de forma
lenta.
"Há,
claro, um desejo de que um dia essa livre circulação se verifique. Eu acho que
isso não é só um desejo dos países de língua portuguesa, mas de todos os
cidadãos do mundo. Dentro da CPLP é um problema que tem que se resolver em
conjunto, mas também individualmente. Há certos problemas que implicam
pertencer a outros agrupamentos regionais que têm acordos específicos sobre a
matéria {como Portugal com a União Europeia]. E é uma decisão política também
sobre o desejo de realmente abrir as fronteiras para essa livre circulação dos
cidadãos da CPLP".
Mourão
ressaltou a importância atual de o Brasil ter assumido em outubro a presidência
bianual da CPLP durante a 11ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da
Comunidade, em Brasília.
"O
Brasil propôs, como meta de trabalho da organização, atingir certos objetivos
da agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável. Nós vamos
começar a discutir, a partir de 2017, quais seriam os temas dessa agenda que
nós poderíamos apostar como possíveis de serem conjuntamente desenvolvidos de
modo que, ao final da presidência brasileira, daqui a dois anos, nós possamos
apresentar um resultado concreto. Nesse aspecto, foi uma feliz coincidência a
eleição de Guterres, porque nós vamos ter a CPLP trabalhando em cima de uma
meta das ONU", frisou.
COMENTARIO Final – Esqueceram-se do fenômeno MACAU, do
enclave histórico de Goa (hoje é um próspero
estado da Índia) e da Nação de língua
Portuguesa espalhada nos Estados Unidos e países como Paraguai e Suriname.
Explico –
A ilha de Macau na China é um documento vivo de como
funcionam os idiomas que possuem maior valor de expressão – Ali vivem famílias
de origem chinesa (96%) e de outros países (4%), mas todos falam Português!
Goa ainda possui um acervo de 450 anos de domínio Português
em sua turnê turística. É um estado indiano resultado de anexação militar, onde
a língua portuguesa ainda é usada pelos mais antigos. Tem um milhão e meio de
habitantes e é o estado indiano de melhor qualidade de vida. Ainda é sensível a
qualquer trabalho que se faça para cultivar relações linguísticas com nossa
comunidade lusófona.
Uma última anotação - A Nação não precisa de território, mas de
tradição – um brazilian-day chegou a levar um milhão e meio de pessoas a New
York, e existem mais de quinze milhões de falantes do Português nos States
tendo em muitos locais igrejas evangélicas só de brasileiros.
A falta de recursos para um trabalho de difusão da língua
mais rica da linguística mundial é uma alegação antidemocrática, só inteligível
para as cabeças irracionais dos nazistas estatizantes; isto deve ser aberto à
iniciativa de negócios privados. E quando isso entrar em ação, veremos qual é a
vitalidade da quarta língua mais falada no mundo, e a primeira EM FLEXÕES, VOCABULÁRIO,
E FACILIDADE DE USO. Por ser um sistema que ajuda a desenvolver a mente mais que
o jogo de xadrez, cabe fazer aplicativos e games. Penso que Bibliotecas e
Cursos de Língua Portuguesa podem ser nicho para altos negócios para Editores, livreiros
e escolas de idiomas.
Um comentário:
Há mais nações onde a Língua Portuguesa tem uma expressão interna significativa e merecem apoio para ampliar seu estudo, difusão e valorização - Canadá, Suriname, Paraguai, e especialmente Africa do Sul, onde se inclui como língua aceita como oficial por haver um número muito grande de portugueses e Angolanos que para lá mudaram com seus haveres quando eclodiu a guera em Angola.
Ainda mais - Estudos recentes de linguistas preocupados com a extinção de idiomas no mundo, falam em sobreviverem 10 línguas no futuro, e os mais sérios colocam a língua Portuguesa como sendo a quarta em falantes,só atraz do Castelhano, da língua inglesa e do Mandarin, nessa ordem, onde há opinantes que nos colocam em terceiro, com mandarim no quarto lugar. Cabe a nós fazermos algo para que a riqueza de fatores comunicantes de nosso idioma seja convertida em força para alavanvar o progresso humano.
Postar um comentário