quinta-feira, 19 de junho de 2014

EDUCAÇÃO EM PRIMEIRO LUGAR

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por Miriam Halfim em 16 de junho de 2014 

Tem razão o homem-bomba da Petrobrás. A – no momento não tão poderosa – estatal não é uma organização criminosa.

Criminosa é a atitude dos que a usam para se locupletarem e a mancham com sua presença desonrosa. Criminoso é quem rouba R$23.000.000,00 e ainda sorri com cinismo. A Petrobrás merece gente melhor em sua direção. Por sorte o juiz monocrático levou Paulo Roberto da Costa de volta à prisão. Que ele devolva o dinheiro roubado e fique na cadeia por longo tempo. A Petrobrás e o povo brasileiro agradecem. E é de juízes desse naipe que deve se compor o STF.

A presidente tentou impor mais uma medida restritiva à sociedade. Volta e meia há um ataque do gênero, tentando calar a voz popular e a liberdade de expressão. O novo decreto, que tenta regular a democracia é tão absurdo que até mesmo Renan Calheiros e José Henrique Alves estremeceram e foram contra. Mesmo dentro do PT (alguns setores menos xiitas, é claro) a ideia bolivariana foi rechaçada.

Por certo o presidente do PT a defendeu. Dizer o contrário seria sensato, e tal virtude não coaduna com sua visão política. Rui Falcão disse que após as eleições se discutirá o valor do decreto. Há que ter atenção, o país corre perigo. Dilma esquece que nenhum presidente é eleito para colocar o país de joelhos, mas sim para agigantá-lo. Quem não governa para o povo e pelo povo não tem o direito de governar.

O Brasil ficou 300 anos no vazio, até 1808, o que nos deixa com longo atraso diante do Primeiro Mundo – difícil de superar. Aos meus alunos de classe humilde eu sempre ensinei que o pulo do gato viria com muito esforço pessoal, muito estudo, muita leitura, muita educação. Os que entenderam a mensagem conseguiram. Só conseguem crescer os que entendem a mensagem, e ela não é cifrada.

D. Ruth Cardoso tinha um plano para ajudar os brasileiros a se desenvolverem. Lula o modificou para o Bolsa-Família. Após um tempo, alguns beneficiados vieram a público relatar que apenas se sentiriam integrados à classe média se pudessem galgar degraus na Educação. Não me lembro de ter ouvido resposta de Brasília. Mas a Educação no Brasil só tem feito piorar. O presidente Lula posava com livros de cabeça para baixo, alardeava que chegara à Presidência sem instrução, dando um péssimo exemplo para a juventude, especialmente porque o país carece de gente qualificada para alavancar seu caminho para o progresso.

Sim, temos gente boa. Mas não devido a qualquer esforço de governo. Os governos, um após outro, só têm olhado para o próprio umbigo, em nada ajudando a nação. Dilma também veio com ar de faxineira, numa tentativa de apagar a imagem de ‘poste’ de Lula. Acabou sucumbindo ao PT e a suas ideias retrógradas, e tal como Lula, deixou correr solta a corrupção, nada sabendo, nada fazendo para fincar posição que acalmasse a população. Como resultado de tantos sucessivos malfeitos, o país vive dias esquisitos, uma atmosfera estranha, sufocante quase, um total laissez-faire, vale-tudo, casa da mãe Joana.

A falta de apego à Educação criou uma avalanche de brasileiros analfabetos, que se sujeitam a qualquer jogo para serem sustentados sem esforço, inconscientes de que poderiam alçar voos mais altos se do chefe da nação exigissem o que lhes cabe de direito. A manutenção de uma situação que explora a miséria humana confirma, sem dúvida, que os governantes do país não desejam nada além de se manterem no Poder.

O tal complexo de vira-lata, que a presidente vive repetindo ser do povo, não está, de fato, no brasileiro. Ao contrário, complexo de vira-lata reflete, isto sim, o modo como o governo enxerga o povo que o elegeu. Assim o trata, oferecendo migalha, mas nunca, de modo algum, a dignidade de aprender a comprar sua própria refeição.

Lula decepcionou, Dilma decepcionou. O nome do Brasil aparece em manchetes mundiais, na maioria das vezes em notícia ligada à corrupção. Em contrapartida, o Japão, que em 2022 sedia a Copa, teve DOIS protestos, apenas DOIS, e o governador de Tóquio reduziu pela metade o valor a ser gasto com o novo estádio nacional.

Sobre nós, ainda no final do século XIX, um jornal inglês dizia que os brasileiros, preguiçosos, insistem em contratar estrangeiros para trabalhar ou então explorar seus negros escravos, optando por manter o país um gigante adormecido; e recomenda que o Brasil seja desapropriado de tão grande tesouro, se não sabe como dele cuidar. Má fama antiga, que se profundou com ditaduras e agora, mal erguemos um pouco a cabeça, tentam de novo afogar.

Por sua vez, como se não bastasse a má fama que sempre nos impõe nossos políticos, tivemos uma manifestação que agora coloca o nome do povo como um todo em manchete vergonhosa. Vaiar pode ser comum em estádio de futebol. Mas ir a um evento onde há chefes de nações (mesmo que eles sejam corruptos e tenham poucas qualidades), encher o Maracanã e gritar xingamentos em coro à presidente é triste, inaceitável.

Enquanto apenas nossos políticos mostram sua verdadeira cara mundo afora, o povo permanece digno da simpatia internacional. Quando este povo se comporta feito animal embrutecido, o que faz é descer ao nível daqueles que abomina. Protestar nas ruas, exigir mudanças, acabar com a corrupção é certo, é imprescindível; para isso existem as urnas em outubro, que podem demonstrar a vontade de ver Brasil maior.

Além disso, cabe persistir na Educação, ler muito (insisto porque encontro muita gente que confessa não ter paciência para livro), se aprimorar e ter ganas de ser parte do mundo civilizado e não parceiro de Cuba, Venezuela, Argentina e similares. Do contrário, nosso atraso e brutalidade e agressividade e violência estarão apenas cobrando seu terrível preço.

Para não deixar de falar de livros, e como leio alguns ao mesmo tempo (cartas de D. Pedro I, a vida na corte etc.), volto a lembrar que ‘As Meninas do Quarto 28’, de Hannelore Brenner, nos dá a chance de acompanhar a vida das jovens que sofreram com o nazismo e comprovar como a arte salvou algumas delas. São 400 páginas (faltam-me 50), e a cada foto delas podemos abraçá-las e fazer com que se sintam menos sós. Eu sei, o assunto é duro, mas se eu não lembrar quem sou e de onde venho, alguém me lembrará, e sem delicadeza. Vale mencionar que o partido de extrema-direita de Jean Marie Le-Pen cresce na França e o homem acaba de dizer que negros e judeus dariam uma bela fornada.
A arte, a educação e a cultura salvam. Além de tornar a vida mais bela e com razão de ser. O contrário tem mesmo um duro preço.


CONVIDO A LER MAIS SOBRE O ASSUNTO NESTE BLOG.

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