Por Mário
Sanchez
Não tenho a pretensão de que “Além da Curvatura da
Luz” seja uma obra filosófica, científica ou literária. Trata-se apenas da
transcrição de uma ideia que não consegui guardar só para mim.
Vou explicar como surgiu. . .
Estava lendo Nietzsche. Aqueles que já o leram sabem
que esse infernal filósofo poeta obriga o leitor a pensar ou a abandoná-lo às
primeiras linhas. Nele cada frase é um pensamento e cada pensamento é a base de
uma filosofia completa. De início julguei-o estreito, materialista, pessimista,
até certo ponto negativo dentro da filosofia... Foi então que tropecei com a
teoria do eterno retorno.
É uma idéia que ele foi buscar nos filósofos gregos,
idéia de que os fatos do mundo se repetem. E aí caiu sob meus olhos a frase:
“Ou admitimos o eterno retorno ou admitimos Deus”.
Mais tarde, lendo Mário Ferreira dos Santos em “O
homem que nasceu póstumo”, encontrei uma sugestão para esse problema:
Não haverá uma terceira solução?
Antes de procurar essa terceira solução, eu quis saber
por que motivo Nietzsche via só essas duas soluções extremas e isso me obrigou
a procurar provas para as duas.
Para o eterno retorno tudo nos leva: todo o
conhecimento científico dos nossos dias cabe dentro do eterno retorno. Desde um
pequeno esboço da teoria atômica até os meandros do emaranhado da relatividade,
até as regras da lógica ou da dialética, ou a geometria projetiva, tudo nos
sugere um círculo, um movimento circular, um retorno.
Mas, como será possível um retorno universal, um
retorno da nossa história? Por outro lado, existe Deus? E, se não existir,
haverá alguma explicação para o nosso universo? Analisemos então as provas.
Aqueles que crêem na existência da divindade, provam
filosoficamente essa existência por meio dos cinco argumentos abaixo, reunidos
por Santo Tomás de Aquino:
1 - Do movente imóvel: tudo que se move é movido por
outro. Ora, não existe o movimento infinito. Logo, deve existir um primeiro
movente que move todos os outros e não é movido.
2 - Da causa não causada: onde existe uma série de
causas ordenadas deve haver uma causa não causada, pois não podemos remontar na
série até o infinito.
3 - Do ser absolutamente necessário: a existência do
contingente supõe a existência do necessário.
4 - Da perfeição dos seres: se há graus de perfeição
nos seres é porque deve haver um ser absolutamente perfeito.
5 - Da ordem existente no mundo: toda ordem exige um
ordenador.
Dessas provas, poderíamos concluir que o Deus que elas
provam é um ser, princípio de tudo. Não provam um deus pessoal.
Provam só um deus-princípio. Assim, se chegássemos à
conclusão, após estudo do nosso universo, que os princípios - “a matéria é
eterna” e “tudo se move em círculos” - são justificativos de tudo esse seria o
deus-princípio que essas provas demonstram:
Afinal, notemos que a filosofia, como a matemática
sempre se fundamenta na realidade. Se quisermos observar a validade dessas
provas, só poderemos aplicá-las à realidade. A realidade, para nós, não pode
ser outra senão a interpretada da teoria da relatividade, último passo da
física em nossos dias.
Vejamos então o primeiro argumento. Começa afirmando
duas realidades: “tudo que se move é movido” e “não há movimento infinito”.
Afirma duas realidades e tira delas uma conclusão. Não explica, entretanto
nenhuma das duas realidades. Se decompusermos a primeira, veremos que se reduz
a um princípio de causa, isto é, à segunda prova. E o princípio “não há
movimento infinito”, que também fundamenta a segunda, que significa?
Significa, simplesmente, que a realidade não tem
dimensões infinitas, o infinito é irreal, inimaginável, repugna à nossa razão
sua infinitude.
A relatividade, dizendo que tudo é curvo, explica esse
ponto. Aliás, a geometria projetiva já há muito excluiu a linha reta euclidiana
para poder ajustar-se à realidade curva. As provas de que a luz é curva,
decorrentes da teoria da relatividade, vieram a pôr em terra o último argumento
físico da geometria da reta.
A filosofia, entretanto, que era essa, baseada na
realidade linear euclidiana, vendo que era absurdo o movimento ao infinito, não
conhecendo que a realidade é curva, teve que colocar um ponto inicial do
movimento nessa sucessão de causas. Hoje, porém, por que há de insistir nesse
ponto da reta, se retas não existem?
O segundo argumento, causa não causada, esbarra ante o
fato que acabamos de ver. Mais lógico é então, concluir pelo eterno retorno,
como queria Nietzsche. É mais real, é mais de acordo com a razão. Nietzsche,
talvez antevisse as conseqüências da relatividade, embora não a tenha visto no
ponto em que está.
A física moderna deve ser, se for coerente, mais ou
menos unânime em admitir o retorno, como corolário filosófico da relatividade.
O princípio de causa seria assim enunciado no retorno:
“o último efeito passa a ser primeira causa”, ou “movimento é circular”...
Com este livro comecei uma longa pesquisa
que custou mais de sessenta anos e se concluiu com as máquinas que trazem para
uso a força G, na previsão de Einstein. A grande batalha vem ainda pela frente,
para poder levar essa energia sem consumo de nada ao uso de todos.
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