sexta-feira, 16 de maio de 2008

TREZE DE MAIO

Resumo:
Apresento em meu Blog esta figura simples e de muita sensibilidade com uma mesagem para comemorar o dia 13 de maio, que nada parece ter para comemorar. Venho denunciando que a discriminação tem seu lado mais terrível no modo de incidência dos impostos sobre os mais pobres, como um confisco prévio que atinge quem nada tem para que nunca consiga ter. Ele é escritor com duas obras curtas mas decisivas da causa afrobrasileira - "ZUMBI dos Palmares, o Rei Negro do Brasil"e "LUIZ GAMA, O Precursor Abolicionista". 
Com ele confirmo - A abolição da escravatura ainda terá que ser feita. Acontecerá no dia em que a Escola for de qualidade e os Impostos Escravistas forem abolidos. Acompanhem nossas Propostas.
 
UM BRASILIANO
                                                      
                                                         (*)José Carlos Barbosa
 
Neste mês de maio, no dia 13, estaremos comemorando 120 anos da abolição, de um regime que não foi lá tão bem esclarecido pelos seus elaboradores.
Quero tratar deste assunto, como Cultura e não como se estivesse lembrando de um povo que viveu suas horas, dias, meses e anos de seus horrores, tendo o trabalho em troca de alimento e que souberam resistir com dignidade àquela atitude, mesmo sob ordem e chicotadas.
O que eu quero também deixar bem claro, é que, muito me orgulho de ser descendente deste povo, porque se chegamos onde estamos, é porque eles deixaram seu suor para que hoje possamos viver esta grande nação.
Orgulho-me, de ser brasileiro, de cantar e me emocionar quando canto nosso Hino Nacional, seja quais forem às condições.
O que me faz ficar triste, é que, esta nação Negra não tem um líder, uma pessoa que possa tentar conduzir este povo. Eu não quero dizer que tenhamos um Moizés, mas sim uma pessoa que possamos dizer: "Aquela pessoa é o nosso Líder". Tantos deles passaram nesta terra, mas que temos como referências, foram: Zumbi dos Palmares, Luiz Gonzaga Pinto da Gama e alguns outros que permanecem no obscurantismo.
Em nossa cidade, ainda menos, nem a Secretaria de Cultura da cidade, tem um representante para que possa coordenar o movimento negro da cidade.
Dizem que existe um grupo de pessoas para tal, mas o que se vê, é a falta de união entre os grupos, ainda não notaram que somente a união é que faz a força.
Se houver um vendaval e pegar uma vara de bambu, esta vara pode quebrar, mas se houver uma moita, dificilmente ela será quebrada, este é o sentido da união que entendo, todos lutando pelo mesmo ideal.
Outra coisa que me leva a crer no tal de preconceito, é a tal de "Cotas para Negros". Esta iniciativa do Governo, simplesmente faz com que exista um confronto entre as raças e provocam desacordos entre os pares.
O que precisamos realmente é de um país que tenha a sua igualdade em ganhos, sua igualdade na escola, no ensino, desde a base, para que, todos estejam em igualdade na hora da disputa de uma cadeira ao tentar o curso superior.
Uma coisa nós temos que ter em mente, não é o Negro que é privado de estar na Faculdade, assim como o nosso índio também não é. E sim o pobre, que pouco ou quase nada recebem de incentivos governamentais para lá chegar. Quando é que vemos o pobre, mais acentuadamente o "negro o índio e mesmo aquele se intitula branco, mas sem o poder aquisitivo num curso preparativo para uma Universidade pública?" Aqueles que lá estão não são os pródigos, mas sim, aqueles que foram cotejados pelo poder financeiro.  Os índigos, se assim considerarmos, porque aquele que tem um pouco mais de poder aquisitivos, está numa Faculdade particular, tem que trabalhar de dia e estudar a noite, sem um mínimo de recurso financeiro pelo Estado.
Não pensem que com isto, estou tentando ir à busca do paternalismo, não, creio que cada um deve mesmo ter suas condições de vida, mas por outro lado, esperamos que nossos governantes tenham um pouco mais de senso, pode ser até de humor e nos dê mais condições de brigarmos e que tenhamos as mesmas armas para podermos chegar no final desta batalha.
Quero perguntar aos senhores, autoridades de ensino, se um pobre, ou seja, aquele que tem direito às cotas (que deveriam ser destinadas a Negros, Índios e Brancos Pobres), se eles têm condições de comprar todo o material de estudo.
Se o Negro no passado não teve um esclarecimento, foi jogado ao léu, esteve à mercê de todo tipo da sorte, o que o restante da ancestralidade traz nas suas veias, ainda é raiva, angústia, pavor e tantas outras amarguras.
Basta que tenhamos mais clareza e que sejamos levados às escolas, e que desenvolvemos este lado do cérebro, que é pensar, para que um dia possamos questionar, vamos imaginar, o que nos falta, são os conhecimentos, as informações das leis, dos direitos.
Não adianta querer tapar o sol com a peneira, porque está escrito, se soubermos perguntar, vamos até...?
Como foi que surgiu a maior força da filosofia?
Sócrates, quando se viu sozinho no meio da multidão e ninguém queria entender o que ele fazia, o que fez?
Foi para as cidades, para o Campo e trouxe aqueles que tinham algo atravessado nas gargantas e ensinou-os a perguntar, a falar tudo que achavam que era direito, foi aí que nasceu os Sofistas, foram às praças públicas, perguntavam e falavam.
Então o Negro e o pobre, precisa saber que a sua causa, para ser vencida, ele precisa se desfazer da sua própria alienação, paternalismo. Tem que perguntar, indagar, solicitar, conhecer e além de tudo, ter coragem de enfrentar a situação, é lógico, depois que aprender, não precisa ter aquela raiva, angustia e tristeza de um passado, basta ter o conhecimento e investir nele.
Marx, que era filósofo, advogado, historiador, ao investigar como se forma as religiões, a sociedade, ou seja o modo com que os seres humanos sentem a necessidade de explicar a origem do mundo, notou que os seres humanos, projetam para fora de si um ser superior dotado de qualidades que julgam as melhores.
Este ser a quem os criou (religião), passa a ser adorado, temido, cultuado e esquece que foi ele mesmo (o homem) que os criou.
Quando Marx, ao tentar entender a sociedade, foi compreender as causas pelas quais os homens ignoram que são eles os próprios criadores, da Política, da Cultura e Agentes da História e que em condições históricas criaram as instituições sociais: família, linguagem, trabalho, escrita, escola, religião, arte. ciência, filosofia, as leis, direitos e deveres, impostos e prisões.
"Então por que, os seres humanos não se reconhecem como sujeitos sociais, políticos, históricos, como agentes criadores da realidade na qual vivem?"
Por que os homens se deixam dominar pela sua própria obra ou criação histórica?
Por que existe e sempre existirá a alienação social?
 
Família – Comunidade – Pátria!
 
José Carlos Barbosa
Membro Filiado do
Diretório Municipal do PMN-RP
Presidente da Ordem dos Velhos Jornalistas
Membro da Casa do Poeta de Ribeirão Preto
UEI - União dos Escritores Independente
Membro da Academia Filosófica Cristã
Membro da Comissão Organizadora da 8ª Feira do Livro de Ribeirão Preto
 
 



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