quarta-feira, 15 de outubro de 2008

UMA OPINIÃO SOBRE A CRISE NA ECONOMIA

COMO ENTENDER A "CRISE"
(Autorizo repassar)
 
UMA OPINIÃO SOBRE A CRISE NA ECONOMIA
Por Mário Sanchez
Quem sou?
Estudioso da Economia desde os 18 anos, aos 22 anos li em francês o texto completo de O Capital de Karl Marx em 15 volumes. Aos 23 anos já debatia e escrevi sobre as teses de Albert Einstein. Formei em Direito, Economia e Administração na USP em 1962. Trabalhei no Banco do Brasil até 1983 quando aposentei. Desde 1957 coordenei um Grupo de Estudos, Livre e Multidisciplinar, onde os conhecimentos científicos são cruzados e revirados do avesso. Por isso os meus livros abrangem muitas facetas do Saber e podem ser acessados em meu site mariosanchez.com.br e por isso não me estendo mais a respeito.
 
A CRISE NA ECONOMIA - Como entender, como seguirá, o que fazer.
A pergunta básica que me fazem é para saber o que está realmente acontecendo, o que virá em seguida e como podemos ganhar com a crise.
Resumidamente podemos dizer que o Mundo Econômico descobriu que houve abusos e deles podiam vir sérios prejuizos. Em que área? Na área Imobiliária, onde se formou uma Bolha. Havia mais débitos a serem pagos do que era o valor dos imóveis em jogo, mas em uma desproporção muito grande. Que fizeram? Estamos no mundo da livre iniciativa. Abriram uma válvula para vazar parte da pressão... Os outros mercados se alvoroçaram, oscilaram, tentaram ganhar dinheiro com os velhos jogos das falsas informações e sobreveio a exploração jornalistica com fins eleitorais e objetivos de alguém ganhar poder com isso.
Divido os textos sobre minha Opinião em três partes:
1- O QUE ESTÁ POR TRÁS DESTES EPISÓDIOS;
2- O QUE PODEMOS ESPERAR DESSES ACONTECIMENTOS;
3- COMO TIRAR ALGUM PROVEITO DESSA CRISE.
 
Passemos agora a entender os bastidores.
 
O QUE ESTÁ POR TRÁS DESTES EPISÓDIOS
 
Sem olhar para a História e acompanhar o que houve antes, nada pode ser entendido quando vemos as coisas acontecendo. A memória dos homens é curta e o tempo gasto para examinar os registros vai sepultando a informação sob detritos que sedimentam e escondem causas de futuros abalos.
 
Há alguns pontos-chave para entender o comportamento dos personagens desta inflamação na Economia:
1) O pressuposto básico para esta análise é que os Estados Unidos são o centro moral e material da Economia Mundial. Há uma guerra mortal nos subterrâneos dos acontecimentos para solapar esse centro. Quem são os beligerantes que compõem esse Front? De um lado está o ideal Democrático da liberdade individual com Informação verdadeira, direito de ir e vir e prosperar, respeito aos melhores, com Pátria, Família, moral superior e direito de propriedade privada como recompensa ao trabalho honesto. Do outro lado há um interesse obscuro de seres que sonham voltar a instalar a escravidão sob um poder inconfrontável estatal.
2) O sistema capitalista surgiu da prosperidade dos burgos que se formaram ao libertar-se do feudalismo cada um cuidando de alguma atividade e trocando seus produtos e serviços, como tecelões, carpinteiros, artífices, comerciantes, construtores, ferreiros, transportadores, etc. E sobraram alguns ávidos por voltar a ter escravos enquanto outros não tinham estrutura para viver sem ter dono.
3) A origem doutrinária da moderna defesa dos direitos individuais frente ao Estado é a Declaração da Independência dos Estados Unidos da América. Daí se inspirou a Revolução Francesa onde os radicais extremistas voltaram a sonhar com escravizar.
4) A reação escravocrata contra essa libertação tenta desde essa época voltar a impor suas algemas de qualquer modo e usando os governos para esse objetivo.
5) Com Karl Marx juntaram nessa guerra uma suposta ciência econômica para justificar a intervenção contra a liberdade, querendo provar que os erros cometidos pelos não democráticos dentro da Democracia são a essência do sistema capitalista que no fim é a revolução burguesa em busca do bem estar com liberdade e os invejosos e incompetentes querem dar a essa prosperidade dos burgos uma conotação pejorativa.
6) Teremos que rememorar isso sempre que quisermos entender essa escravatura que ganha mil disfarces e vem de muito longe, envolvendo esse confronto de infiltrados que facilmente penetram nos paises como fugidos de outros escravocratas. Teremos que superar o problema com o conhecimento da verdade.
 
Compreendendo essa sequência, vamos recordar como acontece a capitalização, essência do nosso sistema econômico. Sempre soubemos que o escambo ou troca era o germe do atual comércio. Se alguém possui bens que estão sobrando e há alguém que precisa deles e tem outros de que eu preciso, rapidamente posso chegar a um acxordo e trocar os produtos. Pela troca se obtém vantagens para os dois. Como? É que o custo para fazer qualquer mercadoria normalmente é muito menor do que a utilidade que ela tem para uso. Ambos acrescentarão valor em seus haveres ao fazer uma troca. É verdade que uns acumulam mais e outros menos.
A crise começa quando os saudosistas da escravidão aproveitam o acúmulo para escravizar. Se estes se unem em estruturas governamentais a que chamamos de Ditaduras, só pela violência ou morte dos escravocratas poderemos obter a libertação. Esses são incapazes para viver em equilíbrio e causam as guerras com fins de exigir mais poder. Durante tempos de paz estão trabalhando para que haja crises.
 
A diferença entre as guerras atuais e as antigas é que hoje estão em jogo razões morais de libertação, para lutar em mais países contra os processos escravagistas. Porém, os estatólatras atacam com objetivos de forçar as democracias a adotar governos fortes e seus quintas-colunas agem para incentivar candidatos a ditador, enquanto o jornalismo corrompido faz acreditar que o erro é a liberdade. Mas, esses escravagistas querem passar-se por defensores da liberdade.
 
Assim descrito o campo de batalha eis o episódio da bolha do crédito imobiliário concedido muito acima dos valores dos imóveis financiados, nos diversos passos desse confronto:
 
Primeiro passo - Os estatólatras vestiram a casaca de tribunos da plebe convencendo os donos da circulação monetária a serem mais gananciosos ainda e criar artifícios financistas para ganhar com o sonho da casa própria, que vinham incentivando como "direito social". Apesar dos Grandes Magnatas continuarem seus jogos excusos, muitos menores investidores foram envolvidos e ambos entraram no processo de inflar a bolha. Uns já sabiam que teriam que esvaziar o balão antes que explodisse e outros não sabiam. Nesse jogo, alguns embolsaram grandes valores e mudaram de posição a tempo.
 
Segundo passo - Os medidores da pressão que sabiam como estava a situação porque tinham acesso aos números, acharam um momento em que deviam mudar algo e começar o ajuste do processo. Aí os estatólatras querem tirar proveito da situação e atirar às costas da liberdade a culpa dos crimes que haviam induzido. As eleições entram em cena e serão o campo de batalha entre o estatismo e os direitos das pessoas, confundindo os raciocínios das pessoas que estudam pouco. Não se esqueçam de que deterioraram as escolas antes para que ninguém aprenda nada e corromperam o jornalismo que chamam de jornalismo politicamente engajado. A maioria ignorante e dirigida por bonitas palavras aceita que não é capaz de ser livre e precisa de dono, floridamente apresentado como "estado-deus".
 
Terceiro passo - Há que esvaziar a bolha e há que enfrentar o Nazi-bolchevismo  que pede mais intervenção e pensa em abocanhar o poder com o tal voto da maioria que vai ser agora demagogicamente dirigido para a estatolatria. Porém, essa situação não envolve somente os capitais e o governo americano, porque a liberdade econômica tem vocação global e só vai ter uma mudança de estrutura quando alcançar a Terra toda. Agora os ditadores se unem e procuram corroer as forças das Democracias achando que os direitos pessoais exigidos vão enfraquecer a defesa da liberdade e abalar o sistema como um todo para que eles possam dar o assalto final usando o tal voto da maioria ignorante que não sabe que eles querem é acabar com o resto das suas liberdades e não poderão dar-lhes a casa própria pois no seu programa escondido dos eleitores está a extinção de toda propriedade.
 
Como fica finalmente a situação dos que compraram a casa e tiveram que entregá-la ao serem pressionados? E também como ficam os que aplicaram suas poupanças nesses fundos que financiaram essa bolha? E mais, como ficam os que investem em outros negócios?
 
O maior problema para esses dois grupos chegarem à solução é exatamente a existência desses entraves demagógicos exigindo soluções estatais e que continuam atirando aos governos a obrigação de garantir os negócios errados, em vez de cada um examinar bem o que está acontecendo.
 
O mercado de imóveis e o mercado de investidores se teria ajustado mais rápido e fácil se não houvesse a intromissão do poder público intromissão essa exigida pela demagogia escravocrata, que deseja ter os dois lados em conflito para colhê-los a ambos em suas algemas "protetoras". Como sabemos, qualquer acordo deixa menos prejuizo do que esperar por soluções estatais. Neste episódio a negociação direta ficou inibida.
 
No próximo artigo vou examinar O QUE PODEMOS ESPERAR DESSES ACONTECIMENTOS.
 

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