quarta-feira, 6 de agosto de 2008

VAMOS DEFENDER O LOBO?

 

  O LOBO E O CORDEIRO

 RESUMO

Apresento três versões da mesma fábula. Afinal, as fábulas de La Fontaine são sabedorias de ordem universal mas possuem muitos ângulos a ponderar. Nesta época temos que rever esses ensinamentos para entendê-los e tirar conclusões.

 

Primeira versão (da Ovelha contando a fábula a seu filhinho)

- Era uma vez um cordeirinho que estava a beber água num regato cristalino. Um lobo mau se aproximou e perguntou:

- Por que turvas a água que eu bebo? O cordeirinho replicou:

- Não pode ser... eu bebo abaixo...O lobo voltou:

- Então é seu irmão, seu pai, seu avô...e eu tenho que me vingar.

E o devorou porque os violentos não respeitam os inocentes. Por isso, meu filho, seja prevenido. Fuja e não discuta.

O cordeirinho ouviu as recomendações, sobreviveu e cresceu belo e forte. Porém, mais à frente, veio o pastor e fez um belo assado do cordeirinho.

Moral - quem nasceu para ser devorado...

 

Segunda Versão  (do Lobo):

"Era uma vez um cordeirinho que estava bebendo água em um regato cristalino. Um lobinho com fome se aproximou e acusou:

- Por que turvas a água que eu bebo? O cordeirinho replicou:

- Como posso turvar tua água se estou abaixo e você acima?

O lobinho inexperiente e honesto, deixou o cordeirinho ir embora. Veio o frio e o lobinho não achou mais comida. Morreu de fome e frio. Portanto, meu filho, não argumente, porque o cordeirinho será devorado mesmo. Lance mão dele. Os fortes são os que sobrevivem".

O lobinho obedeceu à mãe sábia, cresceu forte e foi um temível lobo da mata. Porém, um dia veio o caçador e abateu o lobo com um tiro certeiro.

Moral - O mais forte destrói o mais fraco...

 

Terceira Versão ( do homem):

Era uma vez um cordeirinho que bebia água de um regato cristalino, quando um lobo feroz o acusou com sua pergunta:

- Por que turvas a água que eu bebo? O cordeirinho retrucou:

- Meu senhor, não percebes que eu estou abaixo?

- Não importa! Se não é você, pode ser seu irmão, seu pai, seu avô e você vai pagar por isso! E o lobo devorou o cordeirinho, porque este mundo, meu filho, é dos mais fortes e não dos que têm razão. Por isso seja sempre como o lobo! Não ouça e devore!

O menino ouviu o conselho nazista e se tornou grande e forte. Um dia derrotou o lobo, outro dia devorou o cordeiro, devorou a ovelha, o rebanho todo, acabou com os pastores, escravizou tudo à sua volta e liquidou com a caça da mata, derrubou a floresta, plantou desertos...

 

Conclusão ecológica 

Por causa dessa atitude do homem...

Chegou um dia em que não havia mais lobos, matas, pastagens, nem regato de águas cristalinas  e ele ficou só, muito só! Quando foi beber a água encontrou o fosso sujo e exclamou:

-"Quem turvou a água que eu bebo?"

O silêncio do deserto ficou só, com ele, depois que o eco de seu brado acabou. E o homem olhou de novo o fosso de lama e viu apenas seu próprio rosto refletido no espelho sujo...

Não havia lobo, não havia cordeiro, não havia ovelhas, não havia mata, não havia águas cristalinas...

Moral - Em breve não haverá mais rosto refletido no espelho do lodo sujo.

 

Tudo isso acontece porque não entenderam a fábula como crítica à atitude do lobo. Essa era a intenção do fabulista, porém, a terceira versão é a do Nazibolchevista estatizante que ainda não concluiu, mas está prestes a realizar seu sonho de Nazismo mundial.

 

Pelo jeito há muitos cordeirinhos que serão devorados se não fizerem algo.

 

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