sábado, 4 de setembro de 2010

QUEM VAI GOVERNAR NO PRÓXIMO QUATRIÊNIO?

21/08/2010 às 5:46

Pesquisa Datafolha realizada ontem e publicada na Folha deste sábado aponta a candidata do PT, Dilma Rousseff, com 47% das intenções de voto. No levantamento feito entre os dias 9 e 12, ela estava com 41%. Serra passou de 33% para 30%. Marina oscilou de 10% para 9%. A petista teria 54% dos votos válidos e seria eleita no primeiro turno. Foram feitas 2.727 entrevistas.  É a primeira pesquisa realizada depois do início do horário eleitoral gratuito. Os seis pontos que ela teria ganhado e os três que ele teria perdido podem ser atribuídos às características do programa de cada um? É claro que essas coisas contam. Mas o nome do "milagre", todo mundo sabe, é Lula - com programa bom ou ruim. Quem não sabia que ela era a "muié" do "hômi " ficou sabendo. E agora? Agora nada! A campanha eleitoral continua. E não creio que vá mudar de tom antes ao menos de uma nova rodada de pesquisas.

Os petralhas resolveram que são Antônio das Mortes, o matador de aluguel de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", e que eu sou o Corisco. Vocês se lembram da musiquinha?

Se entrega, Corisco!/Eu não me entrego não/Eu não sou passarinho pra viver lá na prisão.

Se entrega, Corisco!/Eu não me entrego não/Não me entrego ao tenente/Não me entrego ao capitão.

Eu me entrego só na morte/De parabelo na mão/Eu não me entrego, não!/Eu não me entrego, não!

Pois é, não me entrego, não! Não me entrego exatamente a quê? A várias coisas. Em primeiro lugar, uma eleição está ganha quando está ganha. Sei que é boçal, mas retrata o momento à altura. Em segundo lugar, mas não menos importante, não abrirei mão de continuar a fazer a crítica àquela que é a mais despolitizada, vigarista e mistificadora campanha eleitoral da história republicana. E pouco me importa se ela "funciona". Há um monte de coisas que não prestam e que "funcionam". Em terceiro lugar, em 2006, neste exato ponto, Lula vencia a eleição com 56% dos votos válidos - tinha 49% contra 25% de Alckmin. Um dia antes do pleito, a diferença, segundo o Datafolha, era de 12 pontos. De fato, foi inferior a 7%, e houve segundo turno. Sim, relevo que o governo era considerado bom ou ótimo por 52%; agora são 77%. Mas o candidato era o "hômi", não a "muié" dele.

Reconheço que a situação do tucano é dificílima? Sim, Corisco tem senso de realidade, só não tem vocação para bater bumbo e dar a coisa como resolvida. Até porque não estou disputando um lugar privilegiado no coração das eventuais "fontes" do governo Dilma. Quando as fontes não querem falar comigo,  falo com Maquiavel. E chego ao mesmo lugar - e antes. Como cheguei ao caracterizar este estado de coisas. Não dou a menor pelota! Não direi o "já ganhou" enquanto não ganhar. A propósito: por que é tão importante que eu me entregue? O campo de prisioneiros voluntários já está abarrotado, não?

Tem de mudar?
A campanha de Serra tem de mudar? Olhem, não dá para o PSDB viver oito anos em 50 dias, fazendo, nesse período, a oposição que faltou antes. Isso ficará para análises futuras, ganhe o partido a eleição ou não. Mudar radicalmente o tom, agora, poderia conduzir uma situação muito difícil a um desastre.

Isso não quer dizer que ajustes não devam ser feitos. Jingle falando de Lula ou a exibição muito breve da imagem do presidente são, parece-me, irrelevantes eleitoralmente e ainda sugerem falta de rumo - assim é lido na imprensa ao menos, e é a versão que acaba se espalhando.  Acho uma desnecessidade. Mas, sinceramente, não creio que nada disso tenha qualquer relação com esses números - a espelharem eles a vontade do eleitorado, claro. Atenção para uma coisa importante.

Até outro dia, os próprios petistas e seus amigos na imprensa afirmavam: "A oposição não tem discurso; não propõe nada". Na televisão, quem mais "propôs" até agora foi Serra. Na verdade, foi o único a falar de problemas específicos e a sugerir soluções. O programa petista fez aquilo que vimos.

Talvez eu surpreenda a alguns com o que vou afirmar: acho que SERRA ESTÁ PROPONDO COISAS ATÉ DEMAIS. Precisa é conversar com o eleitor. Convocá-lo mesmo a refletir sobre suas escolhas. Há certamente um modo televisavamente correto de fazê-lo. Não estou sugerindo aquela bobajada de "mais emoção", não. Eu estou falando é de mais "razão" mesmo. Está faltando um pouco de "metacampanha". Eu não acho que Serra deixou claro, não do modo necessário, por que ele é diferente dela. Não é só o currículo. Não é só a experiência administrativa.

Sei que ele não disputa a eleição com Dilma. Sei que ele não disputa a eleição com o Lula que existe. Ele disputa a eleição com essa tentativa de mito. É preciso uma resposta mais ousada do que o "já fiz tudo isso" e "vou fazer mais isso tudo".

Os aliados
Os aliados têm de aparecer. Onde houver um tucano achando que é melhor assegurar eventualmente a sua posição regional porque a sorte está selada, trago uma notícia: não é tucano, mas jumento. Se houver democrata fazendo a mesma coisa, idem. Caso Dilma vença , não haverá folga nem mesmo para um redesenho partidário porque o PMDB se encarregará de fulminar qualquer tentativa de uma mudança real. A candidata petista acenou até com uma constituinte exclusiva para tratar do assunto. Perfeito! Venezuela, Bolívia e Equador já seguiram esse caminho… Quem, na oposição, "lucra" com a eventual derrota (evento não eventual,conforme análise acima) de Serra?

Não! Ainda não acabou. Mas é preciso mudar.

Só pra encerrar
"Eu me entrego só na morte
De parabelo na mão"

Por Reinaldo Azevedo
 
CONCLUSÃO?
QUE ESPÉCIE DE SOCIALISMO PRETENDE O PMDB?
DO ESTATISMO OU DA CIDADANIA?
 
Vamos propor esse desafio a ESOPO
http://pt.shvoong.com/writers/ramacheng/

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