sexta-feira, 22 de outubro de 2010

GEORGE ORSON WELLES E A GUERRA DOS MUNDOS

RESUMO - Para não confundir Herbert George Wells, sutor da ficção "Guerra dos Mundos" com George Orson Welles, vamos contar a vida do grande filmógrafo de Hollywood que ficou famoso ao radiofonizar a Guerra dos Mundos em 1938.

Rreproduzimos resumidamente sua biografia: Orson Welles ficou órfão de pai aos quinze anos, e sua mãe morreu quando ele tinha 9 anos. Começou a estudar pintura em 1931. Como a maioria de nossos jovens, não via interesse nos estudos. Foi representar. Apaixonado pelo teatro, criou sua própria companhia em 1937.

Em 1938, Orson Welles fez uma transmissão radiofônica "A Guerra dos Mundos", adaptação da obra de Herbert George Wells e que ficou famosa mundialmente por provocar pânico nos ouvintes, que imaginavam estar enfrentando de verdade uma invasão de extraterrestres. Haveria um Exército que ninguém via, e que, de acordo com a dramatização radiofónica, acabara de desembarcar no nosso planeta. O sucesso da transmissão foi tão grande que no dia seguinte todos queriam conhecer o responsável pelo programa. Aí começou  fama do jovem Welles.

Foi casado com a atriz Rita Hayworth e tiveram a filha Rebecca e divorciaram em 1948.

Sua obra no cinema é a sua vida. Fez "Citizen Kane" baseado na história do milionário William Randolph Hearst. "Cidadão Kane" quase não saiu, fruto de problemas com Hearst. Esse filme teve nove indicações para o Oscar e venceu só um Oscar como melhor roteiro original. Nesse filme foi diretor, co-roteirista, produtor e ator. No cinema o acúmulo de funções acaba influindo negativamente no final. No caso de Welles, ao contrário, no dizer de seus biógrafos, surgiu uma obra à frente do seu tempo.

Depois passou uma temporada no Brasil, onde pretendia filmar o famoso carnaval carioca para acrescentar ao seguimento My Friend Bonito, do documentário It's All True. Mas mudaram todo o roteiro e depois acabram despedindo-o e fazendo outro filme com o tema, sem pagar nada a Welles. Esse tipo de problema aconteceu muitas vezes na sua carreira. 

Após o fracasso de público de A Dama de Xangai (1948) seus filmes foram produzidos quase sempre em condições precárias. Contam que as  filmagens de Dom Quixote (1959-1972) (Don Quijote de Orson Welles) duraram mais de dez anos, e somente  cópia do filme pode ser vista, disponível em DVD. Passou as décadas seguintes aceitando papéis de ator, sempre chamando atenção.

De volta a Hollywood depois de uma temporada na Europa, Welles foi co-protagonista de "The Long, Hot Summer" (1958), dirigiu e atuou em A Marca da Maldade, famoso por uma sequência de três minutos de desfecho impactante. Seu melhor desempenho em cena aconteceu no filme "Compulsion", de 1959. Rodado em 1962, "The Trial", baseado em "O Processo" de Franz Kafka, Welles considerou um dos seus filmes mais gratificantes. Em 1979 teve pequeno papel em "The Secret Life of Nikola Tesla". Seu último trabalho foi dublando a voz do planeta Unicron no desenho, longa metragem de 1986, "The Transformers: The Movie".

Morreu de ataque cardíaco em Hollywood, Califórnia em 10 de outubro de 1985, aos 70 anos. Teria comentado sobre sua profissão antes de morrer: "Esse é o maior trem elétrico que um menino já teve."

COMENTÁRIO - Consideramos Orson Welles um modelo de iniciativa e criatividade. Em sua biografia se vê bem o esforço dos cinco séculos de lutas dos homens pela democratização do conhecimento, enfrentando a tradição feudal de escravagismo e colonialismo. É significativo que tenha começado seus roteiros com a vida e a decadência de um magnata da comunicação. Mais significativo é ter sido esbulhado em seus direitos pirateados pelos que mais deviam respeitá-los. E os filmes baseados em "O Processo" de F. Kafka , no Dom Quixote, e em "Vida secreta de Nicola Tesla" chamam bastante a atenção para quem quiser pensar.

Nenhum comentário: